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Lula discursa na 4a feira em conferência do clima

Lula discursa na 4a feira em conferência do clima

Agenda no Egito inclui Carta pela Amazônia; presidente também vai a Portugal

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva viajou na manhã desta segunda-feira (14/11) para o Egito onde participa da 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP27, na cidade de Sharm El Sheikh. O evento começou em 06/11 e vai até 18/11. Lula recebeu vários pedidos (fala-se em dez) para reuniões bilaterais com autoridades de outros países –mas esses compromissos ainda não foram divulgados. O retorno ao Brasil está previsto para sábado (19/11). A conferência tem por objetivo debater as mudanças climáticas, encontrar soluções para os problemas ambientais que afetam o planeta e negociar acordos entre países.

“O combate às mudanças climáticas deve ser um compromisso do Estado brasileiro”, escreveu Lula no Twitter nesta manhã de segunda-feira.

O esperado pronunciamento de Lula está marcado para as 17h15 (hora local, às 6h no horário de Brasília) da quarta-feira (16/11). Está previsto que o presidente eleito defenda um compromisso de mudança de postura no gerenciamento do meio ambiente e da Amazônia, principalmente, em comparação com o projeto do presidente Jair Bolsonaro de destruição do patrimônio natural do país.

Mais cedo, no mesmo dia, participa às 11h (horário local) do evento “Carta da Amazônia – uma agenda comum para a transição climática”, ao lado dos governadores Antônio Waldez Góes da Silva (PDT), do Amapá, Gladson de Lima Cameli (PP), do Acre, Mauro Mendes, do Mato Grosso (União Brasil), Helder Barbalho (MDB), do Pará, Wanderlei Barbosa (Republicanos), do Tocantins, e Marcos Rocha (União Brasil), de Rondônia.

A maioria dos governadores deste evento –exceção a Waldez Góes e Helder Barbalho—são filiados a legendas hostis ao presidente eleito e apoiadores de Jair Bolsonaro. Portanto, têm posturas que vão contra as políticas de defesa da Amazônia, como se viu em todo o mandato de Bolsonaro.

Dados compilados pelo Greenpeace dão conta que, se compararmos a média do desmatamento da Amazônia dos três primeiros anos de governo Bolsonaro (média de 11.405 km² entre 2019 e 2021) em relação à média dos três anos anteriores (média de 7.458 km² entre 2016 e 2018), a área desmatada na Amazônia teve um aumento de 52,9%. Em 2021, segundo o Prodes/Inpe, a Amazônia teve o pior nível de desmatamento desde 2006. Foram 13.235 km² desmatados no bioma, o equivalente a quase nove vezes o município de São Paulo ou 11 vezes a cidade do Rio de Janeiro. O desastre ambiental atingiu também o Pantanal, o Cerrado, a Mata Atlântica e até as reservas marinhas –numa situação perigosa e de vexame internacional.

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Lideranças internacionais presentes à conferência aguardam com grande expectativa a presença de Lula, mas reverter a atual situação de desmatamento e queimadas no Brasil não é tarefa fácil em vista desta atual situação que será deixada por Bolsonaro.

Na quinta-feira (17/11), às 10h (hora local), Lula se encontra com representantes da sociedade civil brasileira, no Brazil Hub, e, às 15h (hora local), com o Fórum Internacional dos Povos Indígenas/Fórum dos Povos sobre Mudança Climática. Lula também se reúne na COP com as ex-ministras do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), deputada eleita por São Paulo, e Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente nos governos de Lula e de Dilma Roussef. Especula-se que o presidente anuncie o nome da ministra do Meio Ambiente de seu novo governo.

Na sexta-feira, Lula segue para Portugal, onde tem encontro com autoridades portuguesas e de onde retornará, no fim de semana, para o Brasil.

Bolsonaro não vai ao Egito e o país estará representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que deve discursar na terça-feira.

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