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Crítica ao Banco Central impulsiona aprovação de Lula ao maior nível neste ano

Crítica ao Banco Central impulsiona aprovação de Lula ao maior nível neste ano

O Focos 21 reúne as citações relevantes sobre o Brasil publicadas pela imprensa internacional

Pesquisa indica que a aprovação do modo de governar de Lula subiu para 54% em julho, frente a 50% em maio, noticia a agência Reuters. Nos sites da América Latina, reportagens trazem declarações de Lula dadas em sua visita à Bolívia, quando condenou golpes e defendeu a democracia. A corrupção praticada por Bolsonaro no caso das joias sauditas e seu consequente indiciamento também atraiu o noticiário externo.

A aprovação do presidente Lula subiu em julho para o nível mais alto em 2024, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Genial/Quaest. Mostrou que a maioria dos entrevistados foi favorável às críticas à política de taxa de juros do banco central. A aprovação do modo de governar de Lula subiu para 54% neste mês, frente a 50% em maio, enquanto a desaprovação caiu para 43%, ante 47% na pesquisa anterior. Pela pesquisa, 87% concordaram com a opinião de Lula de que as taxas de juros no Brasil estão muito altas, enquanto 66% demonstraram apoio à sua crítica pública à postura política do banco central. Mas a pesquisa também revelou que 64% das pessoas pesquisadas nunca “ouviram falar” das críticas de Lula à autoridade monetária. 53% das pessoas não viam os comentários recentes de Lula como a razão por trás do enfraquecimento do real brasileiro em relação ao dólar, sendo que 34% o responsabilizavam e 13% não sabiam como responder.

A moeda brasileira caiu mais de 10% até agora em 2024,  atingida por um dólar forte e, de acordo com o mercado, por temores sobre o compromisso de Lula com as metas fiscais de seu governo e sua rixa com o presidente do banco central, Roberto Campos Neto.

A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.000 pessoas aptas a votar de 5 a 8 de julho. A pesquisa tem margem de erro de mais ou menos 2 pontos percentuais. (Reuters)

LULA: “Em todo o mundo, a desunião das forças democráticas só tem servido à extrema direita

O sociólogo e colunista do Centro Latino-Americano de Análise Estratégica, Boris Acosta Reyes, analisa a relação Brasil-Bolívia. Afirma que o presidente brasileiro esteve na Bolívia e condenou a tentativa de golpe. Assinaram acordos sobre questões estratégicas, como integração física, hídrica, energética e tecnológica. Lula anunciou na terça-feira (9 de julho) o início de uma nova era nas relações bilaterais entre seu país e a Bolívia, pediu unidade internacional contra a “extrema direita” e condenou a tentativa de golpe na Bolívia em 26 de junho. Durante sua visita à Bolívia, Lula aproveitou para deixar uma mensagem clara: a região deve lutar contra a extrema direita. Nesse sentido, ele pediu “unidade”. “Em todo o mundo, a desunião das forças democráticas só tem servido à extrema direita. Os exemplos recentes da França e do Reino Unido demonstram o imperativo de superar as diferenças em favor de um objetivo comum”, disse o popular líder de esquerda. Enfatizou que ambos os países têm como prioridade “a redução das desigualdades e a promoção da segurança alimentar”. O texto também traz os acordos Brasil-Bolívia.

O site latino Nodal trata da relação Brasil-Venezuela. O presidente Lula disse na terça-feira, durante sua visita à Bolívia, que a “normalização da vida política” na Venezuela significa estabilidade para a América do Sul e pediu que os resultados das eleições no país “sejam reconhecidos por todos”. “A normalização da vida política na Venezuela significa estabilidade para toda a América do Sul”, afirmou o presidente brasileiro após assinar acordos com Luis Arce. Lula acrescentou que esperava que as eleições venezuelanas de 28 de julho “se desenvolvessem normalmente” e pediu que os resultados “fossem reconhecidos por todos”. A campanha eleitoral na Venezuela começou em 4 de julho e terminará em 25 de julho, três dias antes das eleições, nas quais concorrerão Nicolás Maduro e seu principal oponente da coalizão Plataforma Unitária Democrática (PUD), Edmundo González Urrutia.

A agência russa Tass, em noticiário internacional em inglês, traz nota curta informando que Lula disse ser a favor da adesão da Bolívia e de outros países da região ao Brics.  “A questão da ampliação do grupo será discutida durante uma cúpula em Kazan, em outubro. O Brasil tem se mostrado muito positivo em relação à adesão da Bolívia e de outros países da nossa região”, disse Lula depois de se reunir com seu colega boliviano Luis Arce em Santa Cruz de La Sierra na terça-feira. A Bolívia anunciou suas aspirações de se juntar ao Brics em junho de 2023.

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A EXTREMA-DIREITA INVESTIGADA

O site português Esquerda traz reportagem com o sugestivo título “Extrema-direita a braços com a justiça: Le Pen, Vox e Bolsonaro investigados”. E complementa: a campanha presidencial de Le Pen de 2022 está na mira da justiça por financiamento ilegal. Na Espanha, o Vox foi multado por financiamento irregular. No Brasil, Bolsonaro é acusado de associação criminosa por desviar do acervo público presentes vendidos em benefício próprio. A única foto que acompanha a reportagem é de Bolsonaro.

A reportagem traz detalhes. Na França, o Ministério Público abriu uma investigação por suspeitas de financiamento ilegal da campanha de Marine Le Pen nas presidenciais de 2022. A decisão foi tomada na sequência de “um alerta em abril passado” da Comissão Nacional de Contas de Campanha e Financiamento Político. Na Espanha, é o Tribunal de Contas que decidiu multar o partido de extrema-direita Vox em 233.324 euros por financiamento irregular, de acordo com El País. O foco são as contas de 2019, o ano em que o partido conseguiu ser eleito a nível nacional, passando depois a receber financiamento do Estado.  No Brasil, a investigação da Polícia Federal concluiu que Jair Bolsonaro participou no desvio ou tentativa de desvio de 6,8 milhões de reais em presentes como esculturas, joias e relógios. O ex-presidente é acusado de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa por desviar e vender no estrangeiro as prendas oficialmente dadas ao Estado brasileiro e apropriar-se das verbas do acervo público brasileiro através de intermediários e sem utilizar o sistema bancário formal.

O Esquerda.net, com sede em Lisboa, é uma publicação diária em suporte do Bloco de Esquerda. O Esquerda.net fomenta o debate político, divulga informação e inclui artigos de opinião sobre temas da atualidade nas mais variadas áreas da vida social. Não tem fins lucrativos.

A BBC internacional publicou reportagem na terça sobre Bolsonaro, que se beneficiou de um esquema ilegal para vender US$ 1,2 milhão (£ 937.000) em joias e outros presentes de luxo dados ao seu governo, segundo investigadores da polícia. Isso ocorre depois que a Polícia Federal do Brasil recomendou, na semana passada, acusá-lo de crimes, incluindo lavagem de dinheiro, por causa de joias não declaradas presenteadas entre 2019 e 2022. O último relatório da polícia afirma que as autoridades “agiram para desviar” presentes caros de governos estrangeiros para Bolsonaro. Os funcionários então tentaram vender os itens para “o enriquecimento ilícito do então presidente”. O político de extrema direita alegou que os casos contra ele são politicamente motivados.

Também o Le Monde noticia que Jair Bolsonaro se beneficiou de um sistema de vendas ilegais de joias e artigos de luxo doados no Brasil e avaliados em um total de US$ 1,22 milhão (€ 1,1 milhão), de acordo com as conclusões de uma investigação policial publicada na segunda-feira, 8 de julho. Na semana passada, a polícia federal recomendou que o ex-presidente brasileiro e outras onze pessoas fossem acusadas de “conspiração criminosa, lavagem de dinheiro e peculato” por eventos ocorridos entre outubro de 2019 e o final do mandato do líder de extrema direita em 2022.

BRASIL-PALESTINA

Na sexta-feira, 5 de julho, o Brasil ratificou o acordo de livre comércio assinado em 2011 entre o Mercosul e a Autoridade Palestina. O gigante latino-americano, que tem estado na vanguarda da denúncia das ações de Israel desde 7 de outubro de 2023, torna-se assim o primeiro membro do bloco comercial sul-americano (que também inclui Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai) a dar esse passo.  “Esta é uma contribuição concreta para a criação de um Estado Palestino economicamente viável”, disse o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, enquanto o embaixador palestino em Brasília descreveu a decisão como “corajosa, solidária e oportuna”. É “uma forma eficaz de apoiar a paz”, disse ele, acrescentando que esperava que o comércio entre a Palestina e o Mercosul (apenas US$ 32 milhões por ano) crescesse. Enquanto Gaza é bombardeada diariamente, os territórios palestinos ocupados são atingidos por uma grave crise econômica causada pelas políticas restritivas de Israel: todas as exportações comerciais do enclave foram bloqueadas desde setembro de 2023. (L’Humanité)

Na imagem, o presidente Lula em visita à Bolívia na terça-feira (09/07) / Ricardo Stuckert / PR

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