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Em Bruxelas, Lula prevê acordo com União Europeia ainda em 2023

Em Bruxelas, Lula prevê acordo com União Europeia ainda em 2023

O presidente Lula cumpre agenda em Bruxelas, onde participa entre esta segunda e terça-feira (17 e 18/07) da 3ª. reunião de Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia (UE). Nesta segunda, Lula teve encontro com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Logo após, ela anunciou investimento da União Europeia de 45 bilhões de euros (R$ 242 bilhões) na América Latina e no Caribe.

O acordo Mercosul-União Europeia não está entre os temas oficiais, mas faz parte das conversas. Na prévia do acordo, Lula tem criticado sanções ambientais e a possibilidade de empresas estrangeiras acessarem compras públicas brasileiras por parte da UE. Em Bruxelas, o presidente afirmou que o país está engajado na questão climática. “O Brasil vai cumprir com sua parte. É compromisso assumido, compromisso de fé. Queremos discutir com o mundo a preservação da floresta.”

Na sexta-feira (14/07), o Brasil compartilhou com os demais países do Mercosul uma contraproposta ao texto que UE enviou em março. Se aprovado no bloco, Lula, presidente do Mercosul, pretende que os europeus assinem ainda este ano.

No encontro Celac-EU, foram convidados todos os 33 mandatários dos países da América Latina e Caribe e os 27 dirigentes europeus, totalizando 60 países. A última reunião entre líderes das duas regiões ocorreu em 2015. O encontro deve tratar de uma gama de temas como mudança do clima; comércio e desenvolvimento sustentável; inclusão social e recuperação econômica pós-pandemia.

Lula retorna na quarta-feira (19/07). Segundo um levantamento da mídia, esta é a 10ª viagem internacional do presidente em 2023 e o 15º país a ser visitado.

Fora Campos Neto!

A presidente do PT, Gleisi Hoffman, e o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) veicularam nas redes sociais um vídeo com uma campanha pela troca do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Divulgam também um link para um abaixo-assinado pela saída do dirigente indicado pelo ex-presidente Bolsonaro. Mais de 20 mil pessoas assinaram o documento.  “Dias 1 e 2 de agosto, o Copom vai se reunir para definir qual é a taxa de juros e eles querem derrubar 0,25 ponto percentual ou 0,5 ponto percentual isso não dá. O BC não pode ter uma decisão apartada do interesse do país… Tem que ser pelo menos 2 pontos percentuais”, afirma Gleisi no vídeo. A deputada diz que não foi o juro alto que reduziu a inflação e Lindbergh prega que Campos Neto sabota o país. “O que derrubou a inflação foi a política do presidente Lula.” O Brasil teve deflação de 0,08% em junho e inflação acumulada em 12 meses de 3,16%.

Congresso

O Congresso está em recesso a partir desta semana até 31 de julho, com retomada em 1o de agosto. Neste período as férias são normais, mas neste ano são consideradas informais uma vez que os congressistas não votaram a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que determina o recesso. O governo Lula pediu aos congressistas que a lei seja analisada somente depois da aprovação do marco fiscal, que será votado apenas em agosto pela Câmara. No Senado, a reforma tributária deve ficar para outubro.

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Conservadorismo no Ministério?

As pressões da direita permanecem fortes sobre o governo Lula com o intuito de nomear indicações a ministérios e estatais. Neste primeiro movimento, o deputado Celso Sabino (União-PA) vai assumir o comando do Ministério do Turismo após pressão da bancada de seu partido na Câmara por representatividade na Esplanada. Ele substitui a deputada Daniela Carneiro (União-RJ), que pediu desfiliação do União Brasil depois de desentendimentos com a direção da sigla. Ela representava cota pessoal de Lula, segundo a legenda. Além do Turismo, o União Brasil comanda mais duas pastas, Integração Nacional e Comunicações. Celso Sabino, advogado, é aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e era próximo a Bolsonaro, quando filiado ao PSDB.

Com a aprovação da reforma tributária, o Centrão cobra fatura e tem na mira estatais como a Funasa (Fundação Nacional da Saúde), que havia sido extinta, o Ministério da Saúde e o do Desenvolvimento Social, além do Esporte. O presidente Lula já excluiu a possibilidade de ceder a Saúde e defendeu a permanência de Nísia de Silveira, o mesmo vale para o Desenvolvimento Social, de Wellington Dias, mas mantém negociações com PP e Republicanos. “Não é uma reforma, é uma acomodação dos partidos que ficaram fora, mas que querem participar”, disse Lula em entrevista.

Temas em alta

Alguns temas devem permear os próximos dias. A hostilidade na sexta-feira (14/07) ao ministro do STF Alexandre de Moraes e familiares no aeroporto de Roma, que a Polícia Federal já está investigando. Outro ministro do STF, Luís Roberto Barroso, deve se manter em destaque por ter afirmado que o Brasil “derrotou o bolsonarismo” durante o Congresso da União Nacional dos Estudantes. A divulgação pela ONU de relatório que aponta o Brasil com 21 milhões de pessoas que não têm o que comer todos os dias e 70,3 milhões em insegurança alimentar. Segundo o relatório, são 10 milhões de pessoas desnutridas no país.

Ilustração: Lula e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, hoje em Bruxelas / Ricardo Stuckert

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