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Minicurso Fatoflix. Formação política – o ataque das corporações

Minicurso Fatoflix. Formação política – o ataque das corporações

POR TATIANA CARLOTTI

Os ataques e golpes das corporações contra consumidores, famílias e estados nacionais são mais comuns do que pensamos. A própria imprensa brasileira, que dependente do dinheiro de publicidade e vive das benesses do grande capital, contribui para a falsa impressão de que o corruptor é sempre o Estado.

Com poder econômico para pagar advogados e controlar a opinião pública, as corporações praticam crimes e deles se livram com poucos arranhões. É o que vimos, recentemente, acontecer com os poderosos acionistas das Lojas Americanas.

A blindagem generalizada alimenta ainda outra percepção equivocada: a de que o capital privado é sempre eficiente e de que a incompetência e a corrupção são inerentes aos políticos e ao poder público. Uma ideia perigosa usada para justificar absurdos, como a privatização da água em São Paulo, apesar do chamado “ouro azul” ser considerado a mais valiosa das commodities.

Em meio aos ataques, as famílias trabalhadoras buscam proteção e ajuda do Estado e de seus mecanismos democráticos de controle e regulação sobre a pressão econômica.

Por isso, a proposta deste segundo minicurso Democracia, Câmera e Ação! é justamente estimular a reflexão sobre como o capital vem impondo seus interesses de curto prazo no território e transformando o cenário das nossas cidades à revelia das reais necessidades da população.

Os três filmes abaixo, da mostra Cidades e Eleições da FATOFLIX, podem ser usados em cursos, debates e outras ações do nosso campo progressista e democrático para debater:

  • O ataque das grandes plataformas digitais e dos aplicativos contra os direitos dos trabalhadores e promoção de uma precarização do trabalho jamais vista na nossa história recente;
  • O ataque criminoso do capital imobiliário contra famílias moradoras de ocupações em territórios considerados de alto valor nas grandes cidades;
  • O ataque das grandes corporações – inclusive as de mídia – contra as empresas públicas e o patrimônio da União embalados no conto das privatizações.


Três filmes sobre crimes que atestam a pressão do poder econômico sobre os direitos humanos e a vida das pessoas, sobre os direitos trabalhistas e a própria soberania do país. E um antídoto contra o conto do estado-mínimo e do “empreendedorismo” que apenas disfarçam a dura realidade de precarização e de venda do patrimônio público.


O CAPITAL QUE EXPLORA: QUEM PAGA QUANDO O ENTREGADOR CAI DA MOTO?

Cena de GIG – A Uberização do Trabalho.

GIG – A Uberização do Trabalho
Carlos Juliano Barros, Caue Angeli e Maurício Monteiro Filho – Confira na FATOFLIX

Qual o significado, na prática, da “uberização” do trabalho? Como é a vida dos trabalhadores por aplicativos? Que mundo vem sendo construído por essas plataformas?

É o que investiga este documentário de Carlos Juliano Barros, Caue Angeli e Maurício Monteiro Filho, que trazem análises de pesquisadores sobre o fenômeno de alcance mundial e o testemunho dos próprios trabalhadores precarizados. Um filme que desconstrói o mito do “empreendedor de si mesmo” ao mostrar as jornadas exaustivas, os baixos salários e até mesmo o risco de vida que esses trabalhadores correm diariamente.

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O longa também esmiúça a desresponsabilização das empresas e o controle absoluto dos algoritmos sobre os preços cobrados e a forma de execução dos serviços, o que reduz a liberdade desses trabalhadores.


O CAPITAL QUE MATA: QUEM GANHA COM OS INCÊNDIOS NAS FAVELAS?

Cena de Limpam com Fogo.

Limpam com Fogo
Rafael Crespo, Conrado Ferrato e César Vieira – Confira na FATOFLIX

Este documento de Rafael Crespo, Conrado Ferrato e César Vieira é uma investigação eletrizante sobre os incêndios ocorridos nas favelas paulistanas e suas relações com a especulação imobiliária. Entre 2009 e 2012, foram mais de 1.643 casos na capital paulista, o que gerou a instalação de uma CPI sobre o tema, encerrada sem consenso.

O filme acompanha essa luta e reúne depoimentos de arquitetos como Nabil Bonduki, Ermínia Maricato e Ana Paula Bruno; de políticos como o ex-prefeito Fernando Haddad; de lideranças de movimentos de moradia, como o atual candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos; de jornalistas e das próprias vítimas.

Uma investigação jornalística com cenas de arquivo e imagens gravadas pelos próprios moradores em meio à luta pela vida e por seus direitos. Um grito de alerta para os futuros gestores públicos do campo progressista que terão de responder aos crimes que continuam em São Paulo, com incidência três vezes maior em bairros ricos do que em outras regiões da cidade, segundo os estudos.


O CAPITAL QUE ROUBA: ESTADO MÍNIMO PARA QUEM?

Cena de Privatizações: a Distopia do Capital.

Privatizações: a Distopia do Capital
Silvio Tendler – Confira na FATOFLIX

Este documentário de Silvio Tendler é um tratado sobre as privatizações e o estado mínimo no Brasil. Um guia para os que desejam entender o real impacto na nossa soberania da venda do patrimônio público para o setor privado nacional e internacional.

Literalmente “desenhando” o sequestro das nossas riquezas, o documentário traz análises de intelectuais, ativistas e de trabalhadores vítimas das privatizações nas empresas estatais, recontando a história recente do país a partir de suas políticas de desestatização.

Da blindagem da imprensa à reação da sociedade civil, Tendler esmiúça a privataria tucana nos anos 1990, explorando as inconsistências de grandes casos de privatização, como os da Vale do Rio Doce e as tentativas de desmonte da Petrobras.

Um documentário sobre a transferência ao setor privado internacional de parte do patrimônio coletivo brasileiro, e um alerta crucial neste ano eleitoral contra o discurso neoliberal do centro ao extremo da direita brasileira.

Acesse a plataforma em:
https://www.fatoflix.com.br/

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