Programas: 17 a 24 de novembro

Programas: 17 a 24 de novembro

*Vozes palestinas da memória é o título da resenha que o escritor amazonense Milton Hatoum, um dos mais expressivos autores brasileiros, publicou no blog da Editora Tabla sobre o livro Meu Nome é Adam, do escritor e jornalistalibanês Elias Khoury. Vale ler o texto de Hatoum sobre esse primeiro volume da trilogia Crianças no Gueto. (clique aqui para ler)

*Escreve Hatoum: “Por acaso, Elias Khoury, escritor e professor de literatura em Nova York, conhece Adam Dannun, um vendedor de faláfel e sócio de um restaurante. Adam fala fluentemente árabe e hebraico, e Khoury não sabe se ele é palestino ou judeu israelense. Essa é uma das ambiguidades deste romance monumental, em que a fábula se mistura com a História, a imaginação com a memória, a vida particular dos personagens com a tragédia de todo um povo”. (Texto publicado originalmente na Revista Quatro Cinco Um).

*Outro programa que merece atenção: Novembro negro no Instituto Moreira Salles de São Paulo com programação especial de filmes, alguns inéditos nos cinemas, como Chic Show (2023), retrato do histórico baile black de São Paulo, o francês Saint Omer (2022), vencedor do Leão de Pratano Festival de Veneza, e o longa-metragem angolano Ar condicionado (2020)

*E mais: a programação inclui filmes de Moustapha Alassane, primeiro cineasta africano a dirigir animações, e um documentário sobre a escritora Audre Lorde.

*Nova temporada do programa Entrevista, no Canal Futura, estreia no Dia da Consciência Negra com Cida Bento debatendo educação antirracista com 20 líderes da causa, com pautas alinhadas ao Projeto A Cor da Cultura.O tema: as leis 10.639 e 11.645 que completam 20 e 15 anos determinando que os estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, devem, obrigatoriamente, inserir em seus currículos e na formação dos professores, o ensino da história e culturas negra e indígena.

*No Mês da Consciência Negra, o Canal Brasil promoveuma maratona especial com programas, séries, documentários, curtas e longas-metragens protagonizados ou dirigidos por cineastas e atores negros. Entre 20 e 26 de novembro. Serão duas faixas fixas no ar às 20h55 e 22h30, além da exibição de filmes todos os dias, a partir de 00h00. Na seleção, sete são estreias: os longas Cabeça de Nêgo (2020), deDéo Cardoso; O Pai daRita(2021), deJoel Zito Araújo e Canção aoLonge (2021), de Clarissa Campolina; e os curtas Baile(2023), dirigido por Cíntia Domit Bittar; Espelho (2023), de Luciana Oliveira; Nossa Mãe eraAtriz(2023), de André Novais Oliveira; e Nossos Passos Seguirãoos Seus(2023) de Uilton Oliveira.

*Sugestão de leitura: A Ratazana, distopia de Günter Grass, Prêmio Nobel de Literatura, onde ele indaga: “Existe esperança para a humanidade? Talvez um fiapo de esperança unicamente na solidariedade”. Edição Ed. Record, de 2002.

*Pela primeira vez a Casa da Utopia, grupo que trabalha o fortalecimento dos movimentos sociais no estado do Rio de Janeiro, participa da Festa Literária Internacional de Paraty, a FLIP. De 22 a 26 de novembro, a festa deste ano terá debates com intelectuais e ativistas sobre democracia, feminismo, política e representatividade, e bate-papos com autoras como Conceição Evaristo, Vilma Piedade e Eliana Alves Cruz. A iniciativa é resultado de parceria com as editoras Intrínseca, Malê e Aruanda.

*Festejada exposição Comigo Ninguém Pode, do artista Jeff Alan, na Caixa Cultural do Recife, estendida até janeiro. Jeff Alan é artista recifense em ascensão, e suas obras repletas de significados refletem a riqueza cultural das comunidades negras e periféricas do Recife.

*O novo trabalho de um dos diretores mais queridos do cinema italiano, Nanni Moretti, chega aos cinemas dia 4 de janeiro de 2024. É a comédia O Melhor Está por Vir, com o diretor no papel principal, ao lado de Margherita Buy, Silvio Orlando e Mathieu Amalric. O filme estreou em Cannes este ano e o protagonista é um diretor filmando a Roma dos anos de 1950, na época da invasão soviética da Hungria.

*Promovendo um encontro de oportunidades em um espaço racialmente qualificado para a comunidade negra e agentes da indústria, o Festival Negro de Cinema Nicho Novembro, nesta sexta-feira, dia 17, noInstituto Moreira Salles, em São Paulo, trazpainéis eestudos de casos’. Ingressos gratuitos via Sympla.

*A Aforista volta ao palco do CCBB/Rio para mais uma temporada. Abriu a temporada 2023 no Rio de Janeiro depois do sucesso de público e crítica nos CCBBs RJ, Brasília, SP e BH. Escrita por Marcos Damaceno, inspirada na obra do escritor Thomas Bernhard, apresenta a atriz Rosana Stavis acompanhada de dois pianistas tocando ao vivo, e um texto tragicômico repleto de confusões e perturbações próprias da mente do ser humano contemporâneo. De 08/11 a 03/12.

*Nunca é tarde para relembrar a data passada recente do assassinato de Carlos Marighella, dia 4 de novembro de 1969, em uma emboscada na Alameda Casa Branca, Jardim Paulista, São Paulo. Político, escritor, revolucionário e guerrilheiro comunista marxista-leninista, é o grande protagonista do livro de referência de Mário Magalhães, Marighella, editado pela Companhia das Letras em 2012. Até o ano passado o livro estava na oitava edição.

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*A partir do livro Wagner Moura escreveu o roteiro do doc sobre o baiano de Salvador, um ícone da resistência à ditadura civil-militar no Brasil. O filme foi exibido pela primeira vez no Festival de Cinema de Berlim. Sua direção é de Isa Grinspum Ferraz, sobrinha de Marighella, e a narração é do ator Lázaro Ramos. O filme pode ser visto no Netflix e na TV Claro TV+.

*Muita atenção para essa preciosidade: no próximo dia 22, às 20h00s, a Cinemateca Brasileira exibe pela primeira vez no Brasil o recém-descoberto filme Amazonas, o maior rio do mundo, considerado o primeiro longa-metragem filmado na Amazônia pelo cineasta e fotógrafo luso-brasileiro Silvino Santos (1886-1970). A obra de 1918 era dada como desaparecida desde meados dos anos 1930 e foi reencontrada, no início deste ano, no Národní Filmový Archiv, o Arquivo Nacional de Cinema da República Tcheca.

*Na sequência dos acontecimentos em que a tragédia em Gaza agravou as divisões entre o Norte e o Sul do planeta, o economista Thomas Piketty, em artigo publicado no Le Monde, faz apelo claro e contundente: “É hora de os países ocidentais saírem de sua arrogância e levarem os BRICS a sério”. Em um mundo em transformação, com a cúpula dos BRICS fortalecida recentemente em Joanesburgo, Piketty destaca a importância de “compensar a ordem econômica global e implementar medidas que promovam a justiça e a equidade entre as nações”.

*O Festival Varilux, com 21 filmes franceses, está em cartaz em cinemas da cadeia Kinoplex do Rio e de SP. O clássico O Desprezo, de Jean-Luc Godard, é uma das pérolas apresentadas. Outro filme, este recente, Culpa e Desejo, de Catherine Breillat, vem recebendo aplausos da crítica especializada.

*E a 8ª Mostra de Cinema Chinês on-line está chegando, organizada pelo Instituto Confúcio em parceria com a Universidade Estadual Paulista, a Unesp. O tema desta edição é Em busca da Luz e os filmes podem ser vistos no Spcine Play. Curadores da mostra, duas estrelas dos estudos do áudio visual chinês: o crítico de cinema Shi Wenxue e Lilith Li.

*Mas o cinema italiano contra-ataca com o Festival de Cinema Italiano no Brasil, que vai até 9 de dezembro em 91 salas de mais de 60 cidades em todas as regiões do país e também no streaming. São 32 filmes entre longas-metragens inéditos e comédias clássicas italianas.

*Na contramão, um dos maiores e mais tradicionais eventos culturais do Brasil na Rússia, o Festival de Cinema Brasileiro em São Petersburgo vai até o dia 20. Em Moscou, de 20 a 24 deste mês, apresentando oito filmes contemporâneos entre romances, dramas, biografias, comédias e documentários. Detalhe: realizado desde 2008, o festival já levou para as salas de cinema na Rússia mais de 50 mil pessoas.

*A persistência do passado, Patrimônio e Memoriais da Ditadura em São Paulo e Buenos Aires, de Deborah R. L. Neves, é resultado de uma pesquisa corajosa que trata de memórias dolorosas: as duas ditaduras enfocando em Buenos Aires e São Paulo processos de patrimonialização pública dos antigos edifícios da ESMA e do DEOPS. Um prédio, criado para ensino profissionalizante de mecânica para jovens com aspiração militar, tornou-se centro de repressão e detenção clandestino; posteriormente, monumento nacional contra o período de exceção. O outro prédio, armazém de empresa de trem foi convertido em prisão política e, em seguida reabriu como Memorial da Resistência em homenagem aos que enfrentaram a ditadura brasileira de 64.

*A Editora Alameda e Deborah R. L. Neves sublinham sobre o assunto do volume: “São fragmentos eloquentes de um passado que nem todos querem enfrentar, com boas ou más intenções, para poder seguir em frente. A persistência do passado nos ensina, porém, que a pior receita social é, sem dúvida, esquecer de lembrar”.

*A18ª edição do Fest Aruanda organizado pela Universidade Federal da Paraíba, a UFPB, será realizado entre 30 de novembro e 6 de dezembro, na rede Cinépolis, com entrada franca de manhã, à tarde e à noite. Sete curtas-metragens paraibanos foram selecionados para essa edição e estão na mostra competitiva do festival com o título de Sob o Céu Nordestino.

*O tema é a fascinante cidade de Beirute nessas leituras: O arador das águas, da libanesa Hoda Barakat, trata do solitário Niqula Mitri percorrendo a cidade devastada pela guerra e recordando as histórias de seu pai e de sua mãe egípcia. Em Beirute Noir, 15 contos de 14 autores libaneses e de um palestino nascido e criado em Beirute compõem um mosaico de perspectivas diferentes sobre a mesma cidade. A organização do volume é da escritora libanesa Iman Humaydan. Ela descreve Beirute como “a cidade que dança sobre suas feridas”. (Ed. Tabla).

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