Programas – 1º a 8 de dezembro

Programas – 1º a 8 de dezembro

*A república das milícias de Bruno Paes Manso, de 2020, continua sendo uma das lideranças de vendas. Seu explosivo conteúdo é informação prioritária para a população e, em especial, para a do Rio de Janeiro porque trata dos esquadrões da morte desde sua criação, nos anos 1960, ao domínio do tráfico, nos anos 1980/1990. Dos porões da ditadura militar às máfias de caça-níquel, da ascensão do modelo de negócios miliciano até o assassinato de Marielle Franco, e os anos sombrios da experiência nacional com a eleição de Jair Bolsonaro. É um misto de reportagem com análise e historiografia. (Todavia Editora).

*Grande programa: a mostra Scorseses, uma viagem através de filmes com temas caros ao cineasta. Até o dia 6 de dezembro nos cinemas Estação NET Botafogo e Estação NET Gávea. Durante o fim de semana, também nas sessões da meia-noite e nas matinês; e também no Estação NET Rio.

*Caminhos Perigosos, Taxi Driver, Touro Indomável, Rei da Comédia, A Última Tentação de Cristo, Os Bons Companheiros, Os Infiltrados,A Época da Inocência, Cassino, Vivendo no Limite, são filmes/pérolas realizados por Martin Scorsese (hoje com 81 anos), um dos mestres do cinema. Todos a serem revistos nessa seleção com 12 filmes de ficção além de dois documentários.

*A partir de 6 de dezembro outro evento cinematográfico importante: Cinema e Direitos Humanos. O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, participará do lançamento da 13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, às 16h00, no Cine Arte UFF, em Niterói. O cineasta Silvio Tendler é o homenageado desta edição, iniciativa dos Ministérios da Cultura e dos Direitos Humanos e da Cidadania com produção do Departamento de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense. Serão exibidos filmes e montadas oficinas de cinema visando alcançar cerca de 700 professores que se especializarão no uso de filmes como ferramenta de ensino. A agenda vai até março de 2024.

*O neoliberalismo está se fragmentando, mas o que surgirá entre os seus cacos? É a indagação de Nancy Fraser, considerada a principal teórica política feminista e marxista do século XXI. How Your System is devouring democracy, care and the planet – and what we can do about it, – Capitalism Canibal é o seu livro em vias de ser lançado em português pela Autonomia Literária em parceria com o site Outras Palavras.

*Em recente entrevista a Maurício Ayer, Fraser diz: “Achamos que a crise atual é diferente. Mas a mudança climática parece ser uma virada no jogo. É uma ameaça existencial para todo o planeta, para qualquer coisa que se assemelhe a uma civilização humana. A questão é: o capitalismo pode resolver isso? Não posso dizer com certeza que não, mas tenho fortes dúvidas”.

*Mulheres e crianças são responsáveis por cerca de 70 por cento de todas as mortes relatadas em Gaza, embora a maioria dos combatentes sejam homens. “Uma estatística extraordinária”, diz Rick Brennan, diretor regional de emergência do escritório do Mediterrâneo Oriental da Organização Mundial da Saúde. Mais que extraordinária: funesta e criminosa.

*Como dizia Edward Said: “Nenhum povo quer ter que olhar para trás e reconhecer os horrores da sua própria história. Ao mesmo tempo, somente o reconhecimento dos sofrimentos mútuos – dos judeus no Holocausto e dos palestinos na Nakba – poderá gerar a reparação e os elos necessários para uma vida em comum”.

*Quem relembra Said é Arlene Clemesha, competente pesquisadora, estudiosa emérita do assunto e professora de História Árabe da USP. Tradutora de Edward Said e autora, entre outros livros, de Marxismo e Judaísmo e Palestina 1948-2008, Clemesha se remete a obras de referência sobre a questão palestina que analisam a expulsão de palestinos de suas terras depois da criação de Israel: Why Did the Palestinians Leave? (1959/Middle East Forum), de Walid Khalidi; The Birth of the Palestinian Refugee Problem, 1947-1949 (1988/Cambridge University Press), de Benny Morris.

*E mais: Imagem e Realidade do Conflito Israel-Palestina (2005/Record), de Norman Finkelstein; A Limpeza Étnica da Palestina (2006; Sundermann), de Ilan Pappé; Mapping My Return: a Palestinian Memoir (2016/The American University in Cairo Press), de Salman Abu Sitta; Expulsão dos Palestinos: o Conceito de “Transferência no Pensamento Político Sionista 1882-1948 (2021/Ed. Sundermann/Memo), de Nur Masalha  e Meu Nome É Adam (2022/ Tabla), de Elias Khoury.

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*Paul McCartney chega ao Brasil na turnê Got Back iniciada em abril do ano passado, nos Estados Unidos, e já estreou em Brasília. Seguem-se Belo Horizonte, onde se apresentará nos dias 3 e 4 de dezembro, na Arena MRV e São Paulo, nos dias 7, 9 e 10, no Allianz Parque. Curitiba será dia 13 de dezembro, no Estádio Couto Pereira e o fecho é no Rio, dia 16, no Maracanã.

*”Sentia necessidade de registrar esse momento, fazer um arquivo do presente. Sabia que era um momento importante para nós, brasileiros, com tanta coisa séria em jogo”,comenta a cineasta Sandra Kogut sobre o momento em que decidiu fazer o seu novo documentário, No Céu da Pátria Nesse Instante, realizado ao longo do ano passado e acompanhando o processo eleitoral. O filme estreia no 56º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, de 9 a 16 de dezembro.

*No próximo dia 4, das 17h30 às 20h00, na Livraria Leonardo da Vinci, lançamento Do livro Chumbo, de Virgínia Ferreira, no Rio de Janeiro. Com debate da autora com Eurídice Figueiredo e Lygia Jobim.

*Expectativa de grandes bilheterias do filme Napoleão, de Ridley Scott, produção americana que acaba de estrear nos cinemas recriando as principais batalhas do imperador francês e retratando a relação amorosa conturbada entre ele e Josephine. O filme estará em breve no Apple TV+.

*Mas há também Napoleón, produção francesa de 2002, épico monumental de Yves Simoneau com roteiro de Didier Decoin e baseado no best-seller do socialista e ex-Ministro de Miterrand, Max Gallo. No seu superelenco, Christian Clavier, Isabella Rossellini, Gérard Depardieu, John Malkovich, Anouk Aimée e mais 20 mil figurantes. Em cartaz no Youtube e elogiado por alguns telespectadores: “Maravilhoso esse filme; Hollywood esqueceu-se de como fazer filmes biográficos; a Europa não!”. A conferir.

*Novo livro de Fernando Morais, Lula Volume Dois, tem lançamento planejado para março de 2024. O atual presidente da Inter Press Service é autor dos best-sellers A Ilha, Olga, Chatô: o Rei do Brasil, e foi Premio Jabuti em 2001 com Corações Sujos.

*Apresentação de um documentário importante: “Um dos grandes nomes da história da ópera, a soprano greco-americana Maria Callasarrebatou o público com suas performances cheias de carga dramática aliadas a uma bela voz. Morta em 1977, aos 53 anos, vítima de um infarto, ela tem seu centenário de nascimento comemorado neste sábado, 2 dedezembro”. A data é festejada no Canal Curta! com a exibição,às 21h00, do documentário Maria Callas: Vida e Obra. O filme também pode ser visto via streaming no Curta!On – Clube de Documentários, no Prime Vídeo Chanel e também está disponível na Claro TV+.

*A mídia francesa progressista assim registra o que ocorre durante a trégua na Faixa de Gaza, nos noticiários dos principais canais internacionais das grandes emissoras de TV: “Se o espectador reparar, os jornalistas só se interessam pelos israelenses libertados pelo Hamas, com os detalhes dos seus nomes, suas famílias etc. Por outro lado, nenhuma palavra sobre a identidade das palestinas e dos palestinos liberados das prisões pelo governo israelense”.

*De olho na estreia nos cinemas, esta semana, de dois dentre os melhores filmes de Cannes 2023. Monster, do (mestre) japonês Hirokazu Kore-eda, e Folhas de Outono, do finlandês Aki Kaurismäki. Estreia também um dos melhores cartazes de Berlim do ano passado: o brasileiro Três Tigres Tristes, de Gustavo Vinagre.

*Dia 6, às 13h00, no Parque Industrial da extinta usina Cambahyba, em Campos dos Goitacazes, onde foram incinerados corpos de presos políticos, inauguração do Memorial Campahyba, uma iniciativa de 42 instituições de resistência à ditadura de 64: Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Reforma Agrária, ABI, ABJD – Juristas pela Democracia – entre elas.

*Programa imperdível: a sabatina do ministro Flavio Dino, dia 13 de dezembro, no Senado.

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