Programas – 21 a 29 de março
*O programa é cerrar fileiras com a firme e enérgica posição do governo brasileiro sustentada há mais de um mês contra a tragédia de Gaza. O Ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira, no seu périplo pelo Oriente, esta semana, insistiu na necessidade imediata do cessar-fogo na Palestina. A “inflexibilidade” do primeiro ministro israelense foi a palavra mais utilizada pelo Chanceler brasileiro nas suas conversas com líderes da região. Diante dessa “inflexibilidade” há que continuar o boicote a produtos israelenses, as manifestações populares exigindo cessar-fogo e o isolamento político crescente de Israel. Não esquecer que pessoas, inclusive crianças, velhas e velhos estão morrendo. Desnutridas e famélicas.
*Organizado um grande ato, neste sábado, dia 23, em cidades de todo o Brasil para lembrar dos 60 anos de golpe da ditadura do regime militar. “Não há espaço para a impunidade”, afirmam os movimentos sociais que convocam essa manifestação organizada pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, e apoio do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), da CUT (Central Única dos Trabalhadores), da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), União Nacional dos Estudantes (UNE), e de outras dezenas de entidades populares. O ato também pedirá o fim do massacre contra palestinos em Gaza e alertará para as ameaças de autoritarismo e violências da extrema-direita no Brasil e no mundo
*O Seminário 1964 e a ditadura militar no quadro transnacional: novas perspectivas historiográficas seráde 25 a 27 deste mês, na Universidade Federal de Minas Gerais, terá o foco nos sessenta anos do golpe civil-militar e nas disputas em torno da ditadura brasileira. O Seminário é promovido pelo Laboratório de História do Tempo Presente da FAFICH/UFMG. Objetivo do Seminário: reunir um grupo de pesquisadores cujos trabalhos ofereçam contribuições acadêmicas relevantes para debates e reflexões acerca do sombrio período político. Confira mais informações sobre o evento e faça sua inscrição clicando aqui.
*O Instituto Moreira Salles paulista inaugura exposição do cineasta e fotógrafo Jorge Bodanzky com obras produzidas durante a ditadura de 64. O título da mostra é Que país é este? de 1964/1985. Abertura no próximo dia 23 com a reunião, pela primeira vez, de fotografias, reportagens de TV, filmes super-8 e cenas dos principais filmes dirigidos pelo cineasta como Iracema: uma transa amazônica, Terceiro milênio e Gitirana. Temas de filmes que infelizmente perduram até hoje: a violência no campo, a destruição ambiental e a luta dos movimentos sociais.
*A Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, Rio de Janeiro, está apresentando a peça O Pagador de Promessas, de Dias Gomes, com direção de Marcus Alvisi. Diogo Vilela e Patrícia Pinho no elenco. Nos fins de semana, às 18h00. Até 4 de abril.
*Uma das músicas mais famosas de Adoniran Barbosa se transformou em título de filme sobre o artista. Dirigido por Pedro Serrano e protagonizado por Paulo Miklos, Gero Camilo e Gustavo Machado, Saudosa Maloca está estreando esta semana nos cinemas de todo o Brasil. Relembrando os lindos versos de Adoniran: “(…) Se o sinhô não está lembrado/ Dá licença de contar…“.
*Mais uma temporada do Festival Visões Periféricas com filmes, debates e clínicas de desenvolvimento de projetos audiovisuais. A 17ª edição do certame está acontecendo no Rio de Janeiro e vai até domingo próximo, mas continua on-line nos dias 25 e 26. Toda programação é gratuita. Confirme os filmes selecionados para as mostras competitivas clicando aqui. São produções de 30 minutos realizadas por autores e grupos independentes.
*A mostra concebida pelo Museu da Língua Portuguesa, de São Paulo, Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, chega agora à sede da Unesco, em Paris. A mostra é uma imersão na floresta povoada por famílias linguísticas que falam, ainda hoje, as línguas dos povos indígenas no Brasil.
*Em Paris também, outro bom programa é o 26º Festival do Cinema Brasileiro, no L’Arlequin, o conhecido cinema da Rue de Rennes. Começa dia 2 de abril.
*Auditório da Reitoria da Universidade Federal do Ceará. Programa importante: O golpe de 64, razões para não esquecê-lo (ou não minimizá-lo) e debate sobre os seus impactos. Horário pela manhã. E o tema O que resta do golpe? na sessãoda tarde. Dia 1º de abril.
*Expectativa: o filme sobre o Presidente Lula, dirigido por Oliver Stone está na fase de pós-produção, anunciou na semana passada o autor de Platoon e de outros mega sucessos cinematográficos. Trata-se da trajetória de Lula desde a sua prisão, em 2018, até a vitória nas eleições de 2022. Quando indagado, recentemente, sobre as semelhanças entre Lula, Chávez e Castro, Stone disse vê-los como humanistas. “São todos originais e dão o seu melhor para servir o seu país”. Sobre ele próprio, Stone diz que é “um pensador livre” e não tenciona votar em Trump nem em Biden, nas eleições americanas de novembro.
*O chamado ‘Passinho Carioca’, dança com movimentos rápidos e coordenados com as pernas e pés, com estilo e malemolência, acaba de ser ‘tombado’ como Patrimônio Cultural Imaterial do estado do Rio de Janeiro. A dança nasceu nas favelas e é uma mistura do frevo, samba, capoeira e de break, a dança com movimentos acrobáticos inventada pelos moradores do Bronx, de Nova Iorque. O professor de dança e artista plástico Cristian Marinho comenta que começou a treinar o ‘Passinho’ na sua adolescência, no Jacarezinho, assistindo aos duelos coreografados pelos bailarinos. Para Marinho, “o ‘Passinho’ ajuda a quebrar o estigma de violência dentro das comunidades”.
*Novidade, nas estantes das livrarias do Leblon, Nelson freire – O segredo do piano, do jornalista e escritor Olivier Bellamy. O autor reconstitui, a partir dos passos e das inspirações do pianista, a história de Nelson Freire, um daqueles “cometas que aparecem a cada cem anos”, costumava dizer dele Tom Jobim.
*Outra novidade nas livrarias é Escreva muito e sem medo – Uma história de amor em cartaz (1944-1959), por Albert Camus e Maria Casarès.
*A coleção de livros noir da Editora Tabla, série criada pela Editora Akashic Book, de Nova York, e iniciada em 2004 com mais de 100 títulos, contos noir inéditos, tem como cenário os bairros e locais escolhidos por autores que conhecem suas cidades profundamente. Este mês, foi lançada a pré-venda de Teerã noir com tradução do poeta Adriano Scandolara. É o mais recente volume dessa coleção e apresenta a capital persa como uma imensa cidade contemporânea convivendo com ditaduras, guerras, golpes e injustiças há dezenas de anos. Outros volumes já publicados nessa coleção: Beirute noir, Marraquexe noir e Bagdá noir.
*Já o livro Gente Que Brilha Quando Os Maestros Se Encontram: Música E Músicos Da “Era De Ouro” Do Rádio Brasileiro, de Theophilo Augusto Pinto, músico profissional e professor universitário, versa sobre a era de ouro do rádio no Brasil, contemplada do ponto de vista dos artistas e radialistas que trabalharam naquele período do protagonismo radiofônico. “Um gênero musical por vezes esquecido diante do samba malandro, do samba exaltação, da bossa nova e das canções de protesto”, como é apresentado pela Editora Alameda.
*Expectativa também em relação ao documentário longa-metragem de Lauro Escorel, Antonio Candido – Anotações Finais, sobre textos inéditos do sociólogo e crítico literário e inscrito no importante Festival É Tudo Verdade, de 4 de abril ao dia 14, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Jornalista.