Programas – de 13 a 20 de outubro
*Leitura imprescindível sobre a questão palestina, deturpada pela mídia corporativa brasileira, e para o leitor que deseja informação honesta formatada em poesia de qualidade: o volume Poesia Palestina de Combate, da Ed. Achiamé, autoria de Abdellatif Laâbi, publicada em 1981. Com prefácio do primeiro Representante da OLP no Brasil, Farid Suwwane, que acentua na sua apresentação: “A todos os que diariamente falseiam nossa história e nossa luta, aos que ergueram um muro de silêncio e morte em torno de nós, dizemos que não deixaremos que a pena se cale nem que emudeça o fuzil”.
*Esse belo volume abre com umpoeta anônimo: “Sou um grito de liberdade”. E segue com outro célebre escritor e poeta palestino, Mahmud Darwich, falecido em 2008, e com alguns dos seus mais célebres poemas: Carteira de Identidade, Carta do Exílio, Cólera e Tristeza. Um instantâneo desse último: “Registra-me/sou árabe/o número de minha identidade é cinquenta mil”.
*Programa recomendado: ler ARepública das Milícias: Dos Esquadrões da Morte à Era Bolsonaro, de Bruno Paes Manso, jornalista e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP. Livro lançado em 2020 pela Ed. Todavia, é referência para se aprofundar no labirinto em que atuam forças policiais mescladas às milícias e aos traficantes e mafiosos de todas as espécies, no Rio de Janeiro. Sua apresentação: “Dos esquadrões da morte formados nos anos 1960 ao domínio do tráfico nos anos 1980 e 1990, dos porões da ditadura militar às máfias de caça-níquel, da ascensão do modelo de negócios miliciano ao assassinato de Marielle Franco, este livro joga luz sobre uma face sombria da experiência nacional que passou ao centro do palco com a eleição de Jair Bolsonaro à presidência em 2018”.
*Bruno Paes Manso é o autor de A guerra: A ascensão do PCC e o mundo do crime no Brasil (Todavia Editora, 2018), em coautoria com Camila Nunes Dias.
*Governabilidade Impossível – Reflexões sobre a partidocracia brasileira, do jornalista e escritor Paulo Cannabrava Filho, em lançamento. “A governabilidade é impossível com o modelo político e econômico que tem provocado rupturas institucionais, e sem que seja alterada a hegemonia da plutocracia no poder”, ele escreve. E o autor aponta saídas: “Só com uma ruptura institucional, levada por ampla frente formada em torno de um Projeto de Nação, independente, e socialmente justa, com soberania popular, será possível a governabilidade”. (Ed. Alameda)
*Leitura de primavera: Tributo a Joaquim Barradas de Carvalho, de José Jobson de Andrade Arruda e Vera Lúcia Amaral Ferlini. O trabalho é sobre a obra do historiador comunista português Joaquim Barradas de Carvalho, um dos professores emblemáticos da Universidade de São Paulo nos anos 1960 e militante comunista.
*Dias 19 e 26, na Livraria Argumento, Leblon, Rio de janeiro, duas palestras sobre A Arte Islâmica. A Diversidade na Unidade e O Belo como Visibilidade do Sagrado são os dois temas dos encontros. Por Ana Cristina Nadruz.
*No encerramento do Festival do Rio 2023 será apresentado Priscilla, o aguardado e mais recente filme de Sofia Copolla.
*Em O mundo sem fim, o engenheiro e pesquisador Jean-MarcJancoviciexplica as mudanças climáticas extremas de forma acessível, inteligente e bem humorada. Com a ajuda do quadrinista Christophe Blain seu objetivo é informar e entender o que, segundo ele, é o futuro do nosso planeta (Ed. Nemo).
*Em Dias de Areia, de Aimée de Jongh, é a jornada do fotojornalista John Clark que é relatada, na sua missão de registrar, por meio da fotografia, a dramática situação da seca enfrentada pelos agricultores nas Grandes Planícies dos Estados Unidos, nos anos 20. E em Um oceano de amor, deWilfrid Lupanoe Grégory Panaccione, o oceano é o protagonista da história contada em forma de graphic novel na qual as águas do Oceano Atlântico gritam por socorro tal o volume do lixo flutuando em suas águas (Ambos da Ed. Nemo).
*No extremo norte da capital paulista, o grupo de agricultura urbana Prato Verde Sustentável educa a comunidade sobre como plantar e colher alimentos orgânicos, e distribui verduras e legumes produzidos ali mesmo. O mesmo ocorre na zona rural do município de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde a agroecologia é colocada em prática pela Rede Xique Xique, coletivo de mulheres que trabalham com a economia solidária fornecendo alimentos nutritivos para 15 municípios da região.
*Essas são algumas das iniciativas da produção coletiva de alimentos orgânicos destacadas no filme Antes do Prato, produção do Greenpeace Brasil. O documentário chega às plataformas digitais iTunes (Apple), Vivo Play e Claro TV+ no próximo dia 16 de outubro. Direção de Carol Quintanilha e produção executiva de Juliana Borges. O trailer da produção aqui: confira aqui.
*Um trecho do livro de Ailton Krenak, novo membro da Academia Brasileira de Letras, Ideias Para Adiar o Fim do Mundo: “Como justificar que somos uma humanidade se mais de 70% estão totalmente alienados do mínimo exercício de ser? A modernização jogou essa gente do campo e da floresta para viver em favelas e em periferias, para virar mão de obra em centros urbanos. Essas pessoas foram arrancadas de seus coletivos, de seus lugares de origem, e jogadas nesse liquidificador chamado humanidade”. (Ed. Cia das Letras)
*Em 2020 Krenak recebeu o Prêmio Juca Pato como intelectual do ano. Atualmente, ele reside na Reserva Indígena Krenak, em Resplendor, Minas Gerais.
*O slogan da emocionante luta da militante iraniana pelos direitos das mulheres no seu país, a física Narges Mohammadi, de 51 anos, Premio Nobel da Paz deste ano, é mulher, vida, liberdade. O mesmo slogan cunhado pela população quando Mahsa Amini, em 2022, morreu dentro de uma delegacia da capital sob custódia da polícia moral depois de ser presa por sair na rua com a cabeça descoberta.
*Mohammadi é prisioneira na penitenciária de Evin, em Teerã. De Evin, ela escreveu: “O que o governo talvez não entenda é que quanto mais eles nos prendem mais fortes nos tornamos”. Trecho de artigo de sua autoria publicado no New York Times, em setembro último.
*Alguns dos mais esperados filmes brasileiros exibidos na 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, de 19 de outubro a 1º de novembro. A Metade de Nós, deFlavio Botelho. Agreste, de Sérgio Roizenblit. Até que a música pare, de Cristiane Oliveira. Bizarros Peixes das Fossas Abissais, de Marão. Estranho Caminho, de Guto Parente.Meu Sangue Ferve por Você, de Paulo Machline – este, premiado no Festival de Tribeca e selecionado para o Festival de San Sebastián 2023.Meu Casulo de Drywall, de Caroline Fioratti. Site Oficial do Festival.
*”Fascinante” é o adjetivo usado por Leonardo DiCaprio para descrever Ernest Burkhart, seu personagem em Assassinos daLua das Flores, novo filme de Martin Scorsese com estreia nos cinemas no próximo dia 19. Em vídeo, DiCaprio, Scorsese e Lily Gladstone falam sobre o protagonista e de como ele é envolvido na trama pelo seu tio, William K. Hale, papel de Robert De Niro. “Ernest é uma representação realista de toda a ganância daquela época”, observa o ator sobre seu personagem.
(L. M. A. R.)
Jornalista.