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Programas – de 23 a 29 de fevereiro

Programas – de 23 a 29 de fevereiro

*Com o título As palavras apodrecem, o texto do escritor, cientista político, antropólogo e ex-secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares, sobre o massacre em Gaza, continua repercutindo com força, esta semana. Ele observa: “Temos o dever de nos postar como guardiões da inexpugnabilidade do sofrimento extremo, de sua incomparabilidade, de sua incomensurabilidade, de sua irredutibilidade à linguagem e a toda forma de neutralização. E temos também o dever de nomear os carniceiros. Os agentes das carnificinas, o governo de Israel e os nazistas cometeram crimes contra a humanidade e têm de responder perante a história. Seus crimes não são comparáveis. São um só”.

*Sobre a tragédia dos palestinos em Gaza, episódios históricos devem ser relembrados. Hannah Arendt e Albert Einstein, entre outras figuras relevantes de intelectuais judeus residentes nos Estados Unidos, falaram sobre a visita de Menachem Begin, líder futuro da legenda do Likud, aos Estados Unidos, em 1948. Estavam apreensivos e advertiam em carta aberta enviada ao The New York Times no dia 4 de dezembro desse ano sobre a sua preocupação de um partido, em Israel, o Tnuat Haherut, com ideias similares às dos nazifascistas; o Partido da Liberdade. “Partido muito parecido na sua organização, com métodos, filosofia, política e apelo social dos partidos nazistas e fascistas”.

*Do célebre neuropsiquiatra judeu austríaco Viktor Frankl, sobrevivente de Auschwitz e falecido em 1997, uma frase que vem sendo mencionada em diversos textos atuais sobre o massacre de Gaza: “No fundo, existem apenas duas raças: pessoas decentes e pessoas indecentes”.

*Pessoas Decentes, aliás, é o título do mais recente livro do escritor cubano Leonardo Padura.

*O autor do livro Estados Unidos no século XX, o professor da Unirio, Flavio Limoncic, apresenta diversas faces que compõem a história e cultura dos Estados Unidos e as contradições dessa nação. Professor de História da América, ele comenta essas contradições e divergências e faz o leitor mergulhar na fascinante história dos Estados Unidos buscando os momentos mais emblemáticos e as surpreendentes nuances que moldaram o país ao longo do século passado. De Hollywood à Missão Apollo, o livro pretende oferecer uma visão detalhada da história e cultura norte-americanas que se espalhou para todo o mundo. (Editora Contexto).

*O escritor e teólogo Frei Betto participando, esta semana, de uma roda de conversa promovida pela embaixada brasileira na Alemanha durante o Festival Internacional de Cinema de Berlim, a Berlinale, que divulgava o longa-metragem Betto, dirigido pelo argentino Pablo Del Teso, com o ator Enrique Díaz no papel principal. O filme é parte do projeto A Cabeça Pensa onde os Pés Pisam, com docs sobre educação popular que serão lançados em março, gratuitamente, para celebrar o escritor mineiro que faz 80 anos no mês de agosto. O projeto é de Evanize e Américo Freire, autores de biografia sobre Frei Betto, de 2016, da Editora Civilização Brasileira

*A Berlinale termina domingo próximo, dia 25. Faz parte do grupo dileto de três eventos europeus cinematográficos primordiais, os festivais de Cannes e de Veneza. Dois filmes brasileiros já ganharam o Urso de Ouro na Berlinale: Central do Brasil (1998) e Tropa de Elite (2008). Este ano, o diretor Martin Scorsese é o homenageado.

*Este ano, o Brasil vem representado por quatro filmes: Betânia (Marcelo Botta) e Cidade; Campo, de Juliana Rojas e os curtas Lapso, de Caroline Cavalcanti e Quebrante, de Janaina Wagner. E mais: o Brasil marca presença com duas coproduções: Shikun, inspirado em Os rinocerontes, de Eugène Ionesco, e Dormir de Olhos Abertos, sobretrabalhadores chinesesexplorados em Recife.

*Retratos da destruição – Flashes dos anos em que Jair Bolsonaro tentou acabar com o Brasil, do veterano jornalista Paulo Henrique Arantes, está à venda nas livrarias virtuais da Amazon, Submarino, Americanas e Shoptime. São 25 textos de Arantes interpretando o “negacionismo, as injúrias, as mentiras e os crimes de um governo guiado pelo espírito arruaceiro do seu líder”. O comportamento da chamada imprensa ‘tradicional’ durante o governo do capitão está assinalado no volume (Editora Autografia).

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*José de Abreu criticando a extrema-direita ao comentar a ONG estrangeira Transparência Internacional, alvo de investigação por sua relação, no Brasil, com representantes da Operação Lava Jato: “A sorte da democracia brasileira é o alto nível de burrice da extrema-direita. Deixam rastros. A Transparência Internacional tem 30 posts anti-Lula divulgados por aí”, escreveu o ator.

*Na Grã Bretanha, no Bafta (considerado o Oscar britânico) o filme Oppenheimer foi um grande sucesso. Levou sete prêmios, entre eles os de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Coadjuvante. Atrás dele, Pobres Criaturas, com cinco prêmios e destaque de Melhor Atriz para a excelente Emma Stone.

*Faz sucesso lá fora o livroBusting the Bankers’ Club: Finance for the Rest of Us, de Gerald Epstein, uma crítica ao atual sistema bancário e financeiro. Ele se refere ao chamado Clube dos Banqueiros, poderoso grupo de aliados políticos que a indústria financeira cultiva para sustentar e aumentar o seu poder econômico e político.

*A exposição de 150 trabalhos do fotógrafo Sebastião Salgado, prorrogada no Sesi Lab, de Brasília, vai até 3 de março. Salgado, que está completando 80 anos agora, em 2024, apresenta Trabalhadores e é o primeiro artista a expor na galeria temporária do museu. A exposição começa com fotos realizadas em suas viagens entre 1986 e 1992.

*O volume O humor frio e o filmeSábado, do diretor Ugo Giorgetti, está nas livrarias. “Nesta era do divertimento acelerado, o humor se firmou na base da extravagância gratuita e se tornou trivial pela embriaguez dos refletores ou pela ligeireza do slogan”, comenta o professor de Teoria da História, da USP, Elias Thomé Saliba. “Décadas atrás, o filósofo francês Gilles Lipovetsky já nos advertia: quanto mais humorísticas se tornam nossas sociedades mais elas manifestam o seu medo pela extinção do riso”. Em tempo: Lipovetsky é autor de A Era do Vazio, O luxo eterno, A terceira mulher, O império do efêmero e A felicidade paradoxal: Ensaios sobre a sociedade do hiperconsumo.

*De autoria da pesquisadora Rosane Pavam, O humor frio e o filmeSábado se estende na análise do humor negro. Seu personagem central é o Edifício das Américas, em São Paulo, oscilando entre o cômico e o trágico. “O edifício de Giorgetti é uma metáfora microcósmica da história da cidade e do Brasil”, escreveSaliba.

*Ney Matogrosso e a sua história narrada em filme. Homem com H é protagonizado pelo ator Jesuíta Barbosa, de Praia do Futuro, e começou a ser rodado em São Paulo e no Rio. A direção e o roteiro são de Esmir Filho e acompanha a trajetória de Ney Pereira da Silva e a sua transformação em Ney Matogrosso. Uma trajetória da forte personalidade de um artista que inspira libertação, independência e afeto.

*Na Plataforma gratuita digital Sesc, antecedendo o fim do verão, dois filmes clássicos e imperdíveis: Fanny e Alexander, de Ingmar Bergman, de 1982, último longa-metragem do diretor sueco que recebeu quatro Oscars, e La Nave Va, de Federico Fellini, de 1983, que acompanha um cortejo fúnebre ao mar transformando o navio em um microcosmo europeu pouco antes da Primeira Guerra Mundial.

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