Programas: de 25 de janeiro a 2 de fevereiro

Programas: de 25 de janeiro a 2 de fevereiro

*De Ilan Pappé, o respeitado diretor do Centro Europeu de Estudos da Palestina da Universidade de Exeter e autor de uma obra essencial para compreensão da limpeza étnica perpetrada pelo atual estado de Israel na Faixa de Gaza (e Cisjordânia), Dez Mitos sobre Israel (Ed. Tabla): “A des-historização ajuda Israel a seguir políticas genocidas sem que haja maior resistência internacional”. De autoria de Pappé, outra leitura também essencial: Le nettoyage ethnique de La Palestine (Ed. Fayard), que desmente o mito da “partida voluntária” dos palestinos expulsos de suas terras ao longo das últimas décadas.

*O objetivo do concerto com Eric Clapton, 78 anos, mês passado, em Londres, foi o de angariar fundos para prestar assistência médica às vítimas do massacre na Faixa de Gaza. O violão de Clapton estava decorado com a bandeira palestina.

*Informações do recente relatório da Oxfam: fortunas bilionárias crescem 2,7 bilhões de dólares a cada dia que passa. Mas 1,7 bilhão de trabalhadores vive em países onde seus salários estão abaixo do índice de inflação. Em três décadas essa é a primeira vez em que a polaridade entre a riqueza extrema e a pobreza extrema aumentou. Empresas de energia e de alimentos foram as mais lucrativas. E enquanto isso 800 milhões de pessoas vão dormir, todas as noites, com fome.

*Em curso, intensa temporada cinematográfica de começo de ano com a divulgação de resultados e de indicações a prêmios, de vencedores de festivais e de estatuetas que significam bilhões de dólares de lucro em bilheterias de cinemas mundo afora e em assinaturas de plataformas de streaming. Alguns dos filmes mais divulgados por suas assessorias: Oppenheimer, o mais indicado em maior número de categorias (Melhor Filme, Melhor Direção etc. e tal). Está na Amazon/Claro Video/Apple TV/Google Play. Pobres Criaturas com estreia marcada para 1º de fevereiro. Dias Perfeitos, belo filme japonês. Eu Capitão, que vem da Itália e A sociedade da neve, espanhol, na Netflix assim como o badalado Maestro. Barbie, outra produção super divulgada, está no HBO Max, Amazon, Google Play, Microsoft e Apple TV.

*Assassinosda Lua das Flores, exibido na Apple TV+, Youtube, Amazon Prime, Claro TV, Google Play e cinemas.Vidas Passadas, japonês especialmente elogiado pela crítica, estreando nesta quinta, dia 25, nos cinemas. O francês Anatomia de Uma Queda é praticamente unanimidade de crítica e cotado para diversos prêmios. Está nos cinemas. E Os Rejeitados, também nos cinemas e no Google Play, Prime Video, Apple TV e YouTube. A Zona de Interesse estréia dia 15 de fevereiro e Homem-Aranha: Através do Aranhaverso pode ser visto no HBO Max.

*Pela primeira vez, a curadoria da Bienal de Viena será brasileira. E o Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza, este ano, nessa importante mostra de artes plásticas, terá curadoria de artistas dos povos originários.

*Exemplo de resistência: a 27ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, esta semana, está terminando, sempre com brilho e perseverança, com debates, encontros e diálogos audiovisuais, rodas de conversa, oficinas, laboratórios, lançamento de livros, performances, exposições, atrações artísticas e 145 filmes de 20 estados do país, apresentados em 61 sessões de três salas da cidade – um cenário magnífico do Brasil de Minas Gerais. O tema deste ano teve o título poético de As Formas do Tempo.

*Editora Dandara convidando para a leitura de Brasil: as raízes do Protesto Negro, do saudoso historiador piauiense Clóvis Moura, autor de inúmeras obras sobre a rebelião dos escravos, formação dos quilombos e formação social brasileira, baseado em Marx, e analista da luta de classes no sistema escravista. Prefácio de Ana Paula Procópio da Silva

*A Editora da Unicamp anuncia promoção de 50% na venda de volumes editados pelo grupo na sua ‘Leitura de Verão’.

*Um livro em destaque nas prateleiras de livrarias do Leblon, no Rio de Janeiro: As Cruzadas Vistas pelos Árabes, de Amin Maalouf. Uma imagem ampliada do mundo árabe onde os cruzados se tornavam bárbaros.

*No livro A Sociedade Perfeita, do historiador João Fragoso, o registro: “Sociólogos, antropólogos e historiadores tentam explicar o Brasil, mas continuamos sem entendê-lo”. O autor Prêmio Jabuti/2015 e professor da UFRJ, apresenta um “panorama diferente daquele que enxerga o capitalismo comercial atuando em terras brasileiras e registra a origem da desigualdade exatamente na sobrevivência de relações feudais no mundo ibérico”.

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*A obra clássica A Convidada, de Simone de Beauvoir, completando 80 anos. Agora, na sua sexta edição em português, esse livro de referência do feminismo está em pré-lançamento da Nova Fronteira. A convidada expõe as incertezas, paixões e frustrações nos meses que antecederam a Segunda Guerra Mundial e descreve a boemia intelectual parisiense do final dos anos 1930.

*Dois registros. Um, histórico, relembrar um século da morte de Vladimir Ilyich Ulyanov, conhecido como Lenin, em 21 de janeiro de 1924, aos 53 anos, cujo corpo embalsamado, em sua pequena estatura, ainda hoje é visitado por multidões de russos e de estrangeiros, no salão do mausoléu moscovita, anexo ao Kremlin, na Praça Vermelha.

*O segundo: lançamento do mais novo volume de Yanis Varoufakis, Technofeudalism: What Killed Capitalism – (Tecnofeudalismo: o que matou o capitalismo). Trata-se de uma espécie de longa carta aberta ao pai do autor, um engenheiro químico de esquerda, prisioneiro político durante a tomada fascista da Grécia.

*Filmes brasileiros selecionados para exibição lá fora, em festivais: Cidade, Campo, de Juliana Rojas, para Berlim; Retrato de Um Certo Oriente, de Marcelo Gomes, adaptação do livro de Milton Hatoum, para Roterdã; e Pedágio, de Carolina Markowicz,

*Djavan completa 75 anos amanhã, dia 27/01. Comemorando o cantor vai ao ar na madrugada dessa sexta-feira para sábado, 27, a comédia musical Para Viver um Grande Amor, de Miguel Faria Jr. que assina o roteiro junto com Chico Buarque, baseado na peça Pobre Menina Rica, de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes.

*E o curta Libertem Angela Davis, sobre a filósofa, professora, ativista e escritora americana que completa 80 anos no dia 27, sábado, pode ser visto no CurtaOn – Clube de Documentários, no Prime Video Channels, da Amazon – em seu site oficial têm sete dias de degustação gratuita. A plataforma também faz parte da Claro TV+. Há horários alternativos: 27 de janeiro, sábado, às 2h00; 28 de janeiro, domingo, às 14h50 e dia 29 de janeiro, segunda-feira, às 16h00.

*O documentário de Shola Lynch retrata a vida e a luta de Angela Davis em defesa dos direitos humanos, especialmente das mulheres e dos negros. O filme volta a 1970 e mostra o momento em que a então jovem professora universitária nascida no Alabama de repente se vê entre as dez pessoas mais procuradas pelo FBI. Naquele ano, Davis estava envolvida com os Panteras Negras para conquistar apoio na defesa de três prisioneiros negros.

*Filmes curtas-metragens realizados por diretoras brasileiras entre 1966/1985, durante o período da ditadura civil-militar, é tema do livro de Nayla Guerra, Entre Apagamentos e Resistências. Importante trabalho de historiografia, foram mapeados 222 filmes feitos por 121 cineastas, além da análise fílmica de dez curtas, a maioria desconhecidos, muitos danificados ou destruídos, relacionando o pensamento feminista em jornais da imprensa alternativa. Nayla é pesquisadora, cineasta, curadora e vem da ECA-USP. Trabalha atualmente na Cinemateca Brasileira (Ed. Alameda).

*MST – Quarenta anos de luta e solidariedade é o marco deste aniversário do MST que realizará, em julho, o seu 7º Congresso Nacional para o qual são esperadas cerca de 15 mil pessoas em Brasília. Há 40 anos, em Cascavel, Paraná, pouco menos de 100 pessoas participavam do encontro que fundaria o maior movimento popular camponês do país e um dos maiores da América Latina. Quadro décadas depois, o MST está presente em 24 estados com 185 cooperativas, 1,9 mil associações, 120 agroindústrias, cerca de 400 mil famílias assentadas e outras 70 mil vivendo em acampamentos.

*Portanto, é mais do que oportuna a leitura de Brava Gente – A trajetória do MST e a luta pela terra no Brasil, da João Pedro Stedile e Bernardo Mançano Fernandes (Ed. Fundação Perseu Abramo).

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