Programas – de 26 de setembro a 4 de outubro
*O programa é constatar que o governo do estado terrorista de Israel, expansionista e racista, está bêbado, embriagado, denunciam dezenas de analistas europeus e norte-americanos, lúcidos, sobre a ofensiva desumana, antes em Gaza, em seguida na Cisjordânia (principal objetivo de anexação e colonização definitiva por parte de Israel), e, nesta semana, atingindo famílias civis libanesas com explosões de pagers e walk talkies e bombardeios de áreas residenciais. É um porre ameaçador para toda a humanidade que corre o perigo de acabar mutilada a partir de uma guerra total no Oriente e, em seguida, de uma guerra nuclear.
*O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, apela, desesperado, durante a sessão de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, hoje (dia 26/09) e destaca o colapso dos hospitais no país, “repletos de civis feridos e incapazes de receber mais pacientes”. Entre as vítimas, mulheres e crianças. Mikati insiste na necessidade urgente de intervenção da comunidade internacional para pressionar, pelo menos, por um cessar-fogo.
*Esta semana, ataques aéreos israelenses mataram ao menos 23 sírios em um edifício da cidade libanesa de Younine e atacaram a escola Al-Faluja, no norte da Faixa de Gaza. No Líbano, são 550 mortes, incluindo pelo menos 50 crianças e 98 mulheres, em 25/09, o dia mais violento.
*Há cinco meses, Philippe Lazzarini, chefe da agência da ONU para os refugiados palestinos, já se mostrava alarmado com o número de mortes entre menores de idade e jovens, na Faixa de Gaza. “O número de crianças alegadamente mortas em apenas quatro meses, em Gaza, é superior ao número de crianças mortas em quatro anos em todos os conflitos, em todo o mundo. Esta guerra é uma guerra contra as crianças. Uma guerra contra a infância e o seu futuro”.
*O programa no dia das eleições: votar contra as tentativas de partidos políticos brasileiros de araque e dos candidatos da extrema direita, marginais, neonazistas e neofascistas, que tentam, mais uma vez, derrubar a democracia no país por dentro das instituições. É a nossa sobrevivência, de todos nós, que se encontra em risco.
*Outro programa: para denúncias de crimes ambientais com geolocalização e com fotos e vídeos, já se pode usar um aplicativo para comprovar e acompanhar episódios de dano ao meio ambiente. O Radar Ambiental, lançado em todo o território do país pela Comissão de Meio Ambiente e a Ouvidoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, consta ter sido testado com sucesso no estado do Amapá.
*Lançamento marcante: os volumes I e II de Pensamento Marighella, antologia política completa do líder revolucionário baiano e da Ação Libertadora Nacional. Contêm 60 textos com entrevistas e documentos inéditos ou recuperados a partir da ruptura de Marighella com o Partido Comunista Brasileiro. Em seguida, retrata a fundação da Aliança Libertadora Nacional, a ALN. Da Editorial Adandé, da cidade de Feira de Santana. Detalhe: Adandé, em yorubá, significa fúria.
*Em São Paulo, críticas entusiasmadas do espetáculo Infância, transcrição musical para o teatro, do livro homônimo de Graciliano Ramos, de 1945. Em nova temporada no teatro Ágora, na Bela Vista. Idealizado e produzido pelo grupo Rodateatro, trata da infância do autor registrada nas suas memórias e a adolescência marcada por dificuldades no ambiente familiar e nas escolas. Idealização do espetáculo e adaptação de Ney Piacentini, que assina a codireção do espetáculo junto com Alexandre Rosa, responsável pela execução musical.
*O programa, esta semana, é cinematográfico. Sobre o filme de Ken Loach, O Último Pub, que vem se estendendo nos cinemas por mais sete dias, escreve o advogado Wellington Medeiros de Araújo em A Terra É Redonda: “Ken Loach, inconfundível ateu, paradoxalmente, recorreu à religião para alegorizar que somos todos iguais, já que pertencemos ao gênero humano. Mas se o filme possui cenas de beleza sublime, há também a pequenez do humano presente pela inveja, a traição, o ódio. A contradição entre beleza e fealdade do humano está ali presente, duelando o tempo todo”.
*Depoimento de Bárbara Paz, presidente da Comissão de Seleção de produções cinematográficas para concorrer ao Oscar, sobre Ainda Estou Aqui: “Estou orgulhosa de presidir essa comissão, unânime na escolha desse grande filme sobre memória, um retrato emocionante de uma família sob a ditadura militar. É um momento histórico para nosso cinema. Não tenho dúvida que ele tem grandes chances de colocar o Brasil de novo entre os melhores do mundo”, acrescentou. A estreia está anunciada para as telonas dos cinemas dia 7 de novembro.
*Serra das Almas é o mais recente filme de Lírio Ferreira que estreia na Mostra Première do Festival do Rio. Conta a história de “um grupo de desajustados que, diante de determinado acontecimento, acaba refém de seus próprios destinos”, define o diretor. Relembrando: ele é autor de clássicos do cinema nacional como Baile Perfumado, Árido Movie e Sangue Azul.
*Segundo Lírio, Serra das Almas “é um filme de geração. Esse momento de transição em que as pessoas não se libertam do seu passado e não estão, necessariamente, prontas para o futuro”.
*O argumento de O Aprendiz, que também vai estar no Festival do Rio (de 3 a 13 de outubro), retrata o começo da carreira de Donald Trump nas décadas de 70/80, quando era empresário no mercado imobiliário. Para quem quiser conhecer melhor essa peça que acabou presidente dos Estados Unidos, na época ele já se mostrava de uma ambição desmedida, mas era inexperiente, comenta o filme. Seu padrinho/guru, o advogado de Nova Iorque Roy Cohn, foi quem o introduziu nos círculos do poder de Manhattan. A sessão do filme, no mais recente Festival de Cannes, foi pontuada por aplausos e muitas vaias da plateia.
*O clássico Notícias de Uma Guerra Particular, de João Moreira Salles, será exibido no próximo dia 01 de outubro, às 19 horas, no Estação Net Botafogo, seguido de debates com o diretor, com Luiz Eduardo Soares e o líder comunitário Itamar Silva. A mediação é de Eleonora Ziller. O encontro, gratuito, comemora os 35 anos do filme. Encontro organizado pela Universidade da Cidadania, da UFRJ.
*A sessão de abertura da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, dia 16 de outubro, na Sala São Paulo, é com Maria Callas. Em seguida, teremos sessões durante o festival que irá até 30 de outubro. Maria Callas é do diretor e roteirista chileno Pablo Larrain, autor do brilhante filme No, baseado na peça El Plebiscito, de Antonio Skármeta. O título original é Maria, foi mostrado em Veneza e tem como protagonista Angelina Jolie. Sua estreia no nosso streaming está marcada para dia 11 de dezembro.
*Vem aí o documentário Marias, de Ludmila Curi, mais um road movie que atravessa o Brasil e a Rússia contando a vida da pernambucana Maria Prestes, segunda companheira de Luis Carlos Prestes, e figura importante na luta pela reforma agrária no Brasil. Com estreia dia 17 de outubro nos cinemas, conta a sua trajetória desde muito jovem, quando se engajou em movimentos políticos, mãe de sete filhos e que viveu em exílio em Moscou. O filme destaca também outras personagens que participaram ativamente de grandes momentos do último século: Maria Bonita, Olga Benário, Dilma Rousseff e Marielle Franco.
*Em uma obra coletiva, o livro Os militares e a crise brasileira, organizada por João Roberto Martins Filho, um conjunto de textos procura esmiuçar as raízes, o significado e as perspectivas da participação castrense na crise brasileira e o papel dos fardados no governo de J. Bolsonaro. “Ele, um capitão, dono de uma fé de ofício pobre, reprovável, brutal e curta”, ressalta a apresentação da Editora Alameda. João Roberto Martins Filho é professor da Universidade Federal de São Carlos, onde criou o Arquivo de Política Militar Ana Lagôa. É autor de O palácio e a caserna, 1964-1969 (2ª. edição da Alameda, 2019).
*Segundo Manuel Domingos Neto, que escreve em Os militares e a crise brasileira, “desde 2016, as atitudes dos oficiais contrariaram as expectativas alimentadas pelo mundo político e pelos acadêmicos”. E ele pergunta: “Por que tantos generais se dispuseram a patrocinar a elevação a comandante-em-chefe das Forças Armadas do pequeno oficial ambicioso e indisciplinado dos anos 1980, que saiu do Exército pela porta dos fundos?”
*A artista plástica Rosana Paulino celebra 30 anos de trabalhos com a exposição Novas Raízes, na Casa Museu Eva Klabin, das quartas aos domingos, na Lagoa, no Rio de Janeiro. Temas dos seus trabalhos: memória, natureza, identidade e história afro-brasileira. A mostra de Rosana é a primeira no Rio após expor no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, o Malba, onde foi a primeira mulher negra a fazer uma individual.
*Ilustração: colagem de Marcos Diniz
Jornalista.