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Programas – de 1º a 8 de março

Programas – de 1º a 8 de março

*Autoridades de saúde em Gaza informaram nesta quinta-feira (dia 29/02) que disparos israelenses contra pessoas que aguardavam por ajuda humanitária em Nabulsi, na periferia da Cidade de Gaza, mataram 112 palestinos e feriram 760. Informação da Al Jazeera. Lembramos: eram pessoas esfomeadas correndo atrás do comboio com raros caminhões carregados com alimentos e água e autorizados a atravessar a fronteira. Pessoas que morreram com fome.

*Relembrando: “Eu fui o primeiro presidente da República a visitar o Estado de Israel, quando ninguém visitava. Eu fiz muitas reuniões com o povo judeu. Eu visitei kibutzim. Nesta crise, eu fiz reuniões com famílias que tiveram familiares sequestrados e falei com líderes de países da região sobre os esforços de libertação dos reféns”, afirmou o presidente Luiz Inácio da Silva ao jornalista Kennedy Alencar em entrevista à Rede TV, essa semana, sobre um assunto que foi usado como ‘cortina de fumaça’.

*Em outro trecho da sua fala, diz Lula: “Nunca misturo a atitude de um povo com as ações de um governante”.

*Do ex-ministro Roberto Amaral: “(…) Gaza é o outro lado do Gueto de Varsóvia. Os palestinos de hoje revivem, com dor inimaginável, os genocídios dos armênios, dos ciganos, dos povos que há séculos vêm sendo dizimados, como foram os cristãos, que também se esquecem de seu martírio, como foram os peregrinos sem destino, e caminhantes dos desertos. Os vitimados de ontem são os algozes de hoje”.

*Outro programa é lembrar o que dizem rabinos judeus sobre Israel na Nota assinada pelo coletivo Torah Judaism: “Anunciamos ao mundo inteiro, todos deveriam saber que nós, os judeus, declaramos que o estado de Israel não é um estado judeu, mas um estado sionista assassino e genocida, e que vem cometendo genocídio contra o povo palestino há 75 anos. A comunidade judaica na Terra Santa tem lutado contra o sionismo e as suas ideias pervertidas desde o primeiro dia em que o sionismo surgiu e continua a fazê-lo”.

*A presença da poesia de Pedro Tierra (Hamilton Pereira), ex-presidente da Fundação Perseu Abramo, sobre o massacre em Gaza: “Uma sutura no corpo da Palestina:/ haverá uma geração de mutilados/ condenados a mirar sem ternura/ na dor aguda dessa perna que falta,/ na pele que já não protege/ a carne exposta,/ as digitais de Benjamin Netanyahu./ Recolho o espanto e me afasto/enquanto ouço a voz rouca/ que emerge do sul e parte em pedaços/ os espelhos cegos da indiferença do mundo…” (Brasília, dez. 2023/ fev. 2024).

*Em entrevista à TV 247, o cartunista e comentarista Carlos Latuff comenta a situação dramática na Palestina, a reação da imprensa e de líderes políticos frente às palavras do presidente Lula, a falta de equilíbrio na cobertura da mídia sobre o assunto e a ausência de vozes divergentes sobre o conflito. Latuff ressalta a afinidade entre o bolsonarismo e o sionismo, e a agenda comum praticada entre os governos Bolsonaro e Netanyahu.

*Esta semana, cerca de 9 mil pessoas, artistas, curadores e diretores de museus de várias partes do mundo assinaram um apelo on-linepedindo que Israel seja excluído da próxima Bienal de Arte de Veneza. Acusam o país de “genocídio” em Gaza. Informação da agência Reuters.

*Programa oportuno para os dias de hoje: assistir O Americano Radical: As Provações de Norman Finkelstein, dos diretores David Ridgen e Nicolas Rossier, filme de 2009, com 1 hora e 24 minutos, no Youtube. Traz o pensamento de um dos mais conhecidos cientistas sociais americanos e conta com a participação de Noam Chomsky, que assim se refere ao colega: “Ele conhece tudo sobre o Holocausto e quando vê alguém o usando, explorando o significado, a memória das vítimas para proveito pessoal, isso não lhe agrada”. Norman Finkelstein é autor de The Holocaust Industry: Reflections on the Exploitation of Jewish Suffering (Editora Verso) e denuncia alguns grupos de oligopólios que usam o Holocausto como chantagem e máquina de fazer dinheiro.

*Beleza, o Urso de Ouro conferido este ano, no Festival de Cinema de Berlim, ao documentário Dahomey, da atriz franco-senegalesa Mati Diop, realizado no Benin, na França e no Senegal. Há cinco anos Diop foi premiada pelo júri do Festival de Cannes com o belo Atlantique – um transe tropical, romance filmado em um subúrbio de Dakar. Dahomey trata de assunto sensível aos europeus: as relíquias africanas que, ao retornarem ao governo do Benin, expõem e denunciam a rapinagem promovida pelo poder colonial. “Para reconstruir uma cultura, precisamos restituir o que é dela”, diz a cineasta. Em tempo: surpreendente, o número de produções africanas selecionadas para exibição na Bienale este ano.

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*Dia 7 próximo, quinta-feira, lançamento de Na Corda Bamba – Memórias Ficcionais, do historiador e pesquisador Daniel Aarão Reis, com sessão de autógrafos, bate papo com a jornalista Cristina Serra e mediação de Rodrigo Lacerda. Horário: 18h30. Na Livraria Leonardo da Vinci, no Centro do Rio de Janeiro. No livro, a sociedade complexa brasileira nas décadas de 60 e 70, com personagens progressistas e outros, apoiadores do golpe de 64. Uma obra ‘ficcionalizada’, como diz o autor. É a sua estréia literária.

*Programa poético: Nas sílabas do vento, do moçambicano radicado há décadas em Minas Gerais, José de Sousa Miguel Lopes, que participou do primeiro governo revolucionário do Moçambique Independente, em 1975. Em Relâmpagos Poéticos-Políticos, última parte do livro, os poemas falam do “compromisso com o social e com problemas da vida cotidiana, e denuncia questões como a branquitude, apontando-a como um dos males do sistema político brasileiro. Ressalta a importância da valorização das diversidades, das identidades múltiplas, e enfatiza o hibridismo cultural existente no Brasil e em Moçambique”, como escreve o poeta (Editora Artêra).

*Viva a volta da Petrobras ao mercado cultural brasileiro com a abertura da Seleção Petrobras CulturalNovos Eixos destinando R$ 250 milhões a novos projetos. O foco é selecionar aqueles com elementos de brasilidade para integrar novos eixos do programa Petrobras Cultural: Produção e Distribuição, Ícones de Cultura Brasileira, Cinema e Cultura Digital, e Festivais e Festas Populares. A Seleção Petrobras vai atribuir pontuação adicional aos projetos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Historicamente, elas recebem menos investimentos em projetos culturais.

*Forte sopro de ar fresco e inovador, a grande reunião do Fórum Social Mundial, o FSM, encerrada há uma semana, em Katmandu, aos pés do Everest, no Himalaia. No Nepal, capital internacional do alter-globalismo e sede dessa revitalizada edição do FSM realizada após o intervalo causado pela pandemia de covid, estiveram presentes 50 mil pessoas vindas de 98 países e membros de 1.400 organizações ativas de militância. Segundo os organizadores, foi notável o número de jovens presentes.

*Programa imperdível: a exposição do artista plástico Jeff Alan, autor das 40 obras da mostra Comigo Ninguém Pode – A Pintura de Jeff Alan, no Centro Cultural da Caixa, no Passeio, Centro do Rio de Janeiro, com entrada gratuita. A mostra conta com legendas em braile e QR Code e com a descrição em áudio das peças criadas pela comunidade de Barro, zona oeste de Recife, onde Jefferson Alan Mendes Ferreira da Silva nasceu e cresceu. De terça a sábado, das 10h00 às 20h00, e aos domingos e feriados, das 11h00 às 18h00. Na capital pernambucana, onde a mostra foi montada, ano passado, recebeu a visita de 85 mil pessoas.

*Luto pela perda de Alfredo Sirkis, jornalista, escritor e roteirista de cinema e televisão, ex-diretor do Instituto Pereira Passos e ex-secretário Municipal de Urbanismo no Rio de Janeiro. Ambientalista histórico, Sirkis foi corajoso militante de campo contra a ditadura de civil-militar de 64 e sempre estimado pelo mundo de seus amigos e admiradores.

*A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) promove um ato, dia 13 próximo, rememorando o comício da Central do Brasil, em 1964, quando o então presidente João Goulart fez o discurso histórico pelas reformas de base no Brasil.

*No evento da ABI, estarão presentes a viúva do presidente João Goulart, Maria Teresa, sua filha e netas; Clodsmidt Riani Filho, cujo pai foi organizador do comício; parentes do ex-governador Leonel Brizola, entidades de movimentos como o MST, Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia, parlamentares, sindicatos, lideranças de estudantes (UNE, UJS e UBES) e o Conselheiro da ABI, professor Ivan Proença. Gabriel do Vale, cantor e neto do ‘poeta do povo’, João do Vale, fará uma participação especial.

*No mesmo dia, às 16h00, a abertura da mostra Rio 64 – a capital do golpe que ficará em cartaz até 13 de abril. A exposição traz uma representação iconográfica dos principais acontecimentos que culminaram no golpe na madrugada do dia 1º de abril e o contexto histórico e cultural da época. Sede da ABI: Rua Araújo Porto Alegre, 71/ 9º andar.

*Maria Zakharova, do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, no podcast Mundioka, da Sputnik/Brasil, destacando a diversidade de posições dos membros do BRICS: “É uma nova maneira de pensar. Você pode ser independente e ao mesmo tempo pode se juntar, se reunir e conviver com os demais e ainda pode se proteger e manter a dignidade nacional, cultura, civilização e tradições”.

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