Vítimas fatais em Gaza ultrapassam 30 mil; 70% são crianças e mulheres

Vítimas fatais em Gaza ultrapassam 30 mil; 70% são crianças e mulheres

Lula voltou a se referir ao genocídio em Gaza nesta quarta-feira (28), durante seu discurso na sessão de encerramento da 46ª Conferência da Comunidade do Caribe (Caricom), na capital da Guiana, Georgetown. “Um genocídio na Faixa de Gaza afeta toda a humanidade, porque questiona o nosso próprio senso de humanidade. E confirma uma vez mais a opção preferencial pelos gastos militares, em vez de investimentos no combate à fome na Palestina, na África, na América do Sul ou no Caribe”, disse, denunciando que as “guerras provocam destruição, sofrimento e mortes, sobretudo de civis inocentes” (O Guardião).

Na manhã desta quinta-feira (29), pelo menos 112 pessoas foram mortas e 280 ficaram feridas depois que as forças israelenses abriram fogo em um ponto de distribuição de comida. O presidente palestino Mahmoud Abbas classificou o episódio como um “massacre horrendo conduzido pelo exército de ocupação israelense contra pessoas que esperavam por caminhões de ajuda na rotatória de al-Nabulsi”.

O exército de Israel negou ter atirado na multidão de famintos e disse que a maioria foi morta em um tumulto ou atropelada por caminhões que tentavam escapar. Testemunhas e sobreviventes descreveram balas atingindo multidões ao redor dos caminhões de ajuda, e Mohammed Salha, diretor interino do hospital al-Awda, que tratou 161 feridos, disse que a maioria parecia ter sido baleada (Guardian).

Desde o início da ofensiva israelense em resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro, o número de vítimas em Gaza tem aumentado vertiginosamente, ultrapassando 30 mil mortos nesta quinta-feira (29), após 145 dias de um conflito muito letal em comparação com os anteriores na Faixa e em outras partes do mundo. Entretanto, o choque das primeiras semanas pelo elevado número de mortos palestinos deu lugar à indiferença diante de números sem rostos.

Na tentativa de “dar um rosto a estas vítimas e compreender o que os números e porcentagens impessoais nos dizem sobre esta guerra”, o jornal espanhol El Diário publicou uma “radiografia” das vítimas em Gaza a partir de dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pelas Organizações das Nações Unidas (ONU).

Das mais de 30.100 vítimas fatais, aproximadamente 70% são mulheres e crianças: mais de 8.800 mulheres e 13.230 menores de idade, incluindo bebês de poucos meses ou anos. Em sua contagem, o Ministério não distingue entre vítimas civis e combatentes, mas o alto percentual de mulheres e crianças pequenas sugere que a maioria dos mortos não são combatentes.

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Também 340 profissionais de saúde e 132 jornalistas perderam a vida no conflito. Tanto a ONU quanto as autoridades palestinas alertam que o número real de vítimas pode ser superior, já que os dados registrados se referem apenas àqueles que chegaram aos hospitais de Gaza. Outras 7 mil pessoas estão desaparecidas, e muito provavelmente seus corpos estão sob os escombros deixados pelos contínuos ataques de Israel (El Diário.es).

Na última segunda-feira (26), o presidente dos Estados Unidos Joe Biden afirmou que esperava um cessar-fogo na região até a próxima segunda, 4 de março. “Meu conselheiro de segurança nacional me disse que estamos perto (…). Minha esperança é que até a próxima segunda-feira tenhamos um cessar-fogo”, disse ele em meio às negociações mediadas pelo Egito, Qatar e Estados Unidos desde janeiro (Al Jazeera). Entretanto, depois dos ataques a civis e caminhões de ajuda humanitária perpetrados hoje pelo exército de Israel, o presidente estadunidense se mostrou pessimista em relação a uma possível trégua (La Nación).

Ainda na segunda, 26, em entrevista a um programa de TV, Biden alertou Israel para o risco de perder apoio internacional à medida que o conflito se extende (CNN). Na América Latina, Chile, Colômbia e Bolívia – juntamente com o Brasil – lideram a crescente rejeição à ofensiva israelense em Gaza (El Mercurio).

PF CHEGA AOS FINANCIADORES DE 8/1

Uma nova fase da operação Lesa Pátria prendeu nesta quinta-feira (29) dois empresários acusados de financiar os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A defesa de Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio de Mesquita, que são sócios da rede brasiliense Melhor Atacadista, informou que não teve acesso à decisão. Andrade é apontado como um dos financiadores do acampamento bolsonarista instalado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, além de fornecer transporte para os radicais que cometeram os atos de vandalismo. Mesquita é suspeito de transferir dinheiro para contas bancárias de golpistas e também de pagar o transporte até a Esplanada dos Ministérios no dia do ataque às sedes dos Três Poderes. Nesta 25ª fase da operação, a Polícia Federal (PF) cumpriu 34 ordens judiciais – 24 de busca e apreensão, três de prisão e sete de monitoramento eletrônico. Os nomes dos outros alvos não foram revelados (Prensa Latina).

*Imagem em destaque: Wafa/Wikimedia Commons

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