Programas 17 a 25 de Novembro

* 18a Mostra Internacional do Cinema Negro: um dos principais programas de fim de semana. Filmes de longa metragem e curtas estão sendo exibidos em São Paulo, no Teatro do Sesi/SP, no cinema Petra Belas Artes, no Museu da Imagem e do Som e na USP. Dois dos títulos apresentados: Como ser um racista em dez passos e Medida Provisória. A programação completa no site da Mostra .

* Neste mês da Consciência Negra o Instituto Moreira Salles também está alinhado ao cinema negro apresentando, pela primeira vez no Brasil, nos próximos dias 20 e 26,  os filmes Alma e Rainbow (1993) e Sylvilla: eles dançam seus batuques (1979), da diretora americana Ayoka Chenzira. As cópias são restauradas. Os filmes de Chenzira serão apresentados no IMS do Rio, no dia 26. E Calypso Rose, de Pascale Obolo, de 2011, Meu amigo Fela, de Joel Zito Araújo, de 2019, e Miles Davis, inventor do cool, de  Stanley Nelson, de 2019, estão programados para a capital paulista.

* Discurso de 36 minutos do presidente eleito Lula na COP 27, no Egito, esta semana: disponível na íntegra no youtube. “Não podemos continuar cavando um buraco ainda mais fundo da desigualdade entre ricos e pobres”, ele diz. ”(Porque) os efeitos das emergências climáticas recaem sobre todos, mas especialmente sobre os pobres”. E conclui: ”A luta climática é indissociável da luta contra a pobreza”.

* Nas livrarias o recém lançado livro do pensador, ativista e doutor honoris causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora Ailton Krenak. Título: Futuro Ancestral. Edição da Cia das Letras assim como são também Idéias para adiar o fim do mundo e A vida não é útil de sua autoria.

* Outro ótimo programa: o emocionante show de Milton Nascimento, A última Sessão de Música, de duas horas e meia, para sessenta mil pessoas, no Mineirão, encerrando sessenta anos de carreira e oitenta anos de idade bem vividos. A turné do espetáculo começou em junho deste ano, nos Estados Unidos, e percorreu  países europeus. Foi  filmado e está disponível no canal da Globoplay até o dia 13 de fevereiro de 2023. Não perca!

* A obra do professor, ensaista e poeta venezuelano Rafael Cadenas foi agraciada com o Prêmio Miguel de Cervantes de Literatura em Língua Espanhola 2022, maior prêmio literário em idioma espanhol. “Por sua vasta e extensa obra literária, o júri reconhece a transcendência de um criador que fez da poesia a razão de sua própria existência e a elevou a excelência em nossa língua”, disse o ministro da Cultura espanhol sobre o veredicto do júri. Outros livros da obra de Cadenas: A volta da linguagem e Notas sobre São João da Cruz e o misticismo.

” No Canal Brasil, sinal aberto para Marte Um, de Gabriel Martins. O excelente filme foi escolhido para representar o Brasil no Oscar 2023 e vai disputar o premio de Melhor Filme Internacional. É a história do cotidiano de uma família periférica, nos últimos meses de 2018, pouco depois das eleições presidenciais, na qual o garoto Deivid sonha ser astrofísico e participar de uma missão colonizadora de Marte. Apesar das condições adversas e do sonho do pai do menino dele vir a ser jogador de futebol, Deivid passa grande parte dos seus dias estudando astronomia na internet. Resenha publicada no Fórum 21: Crônica de uma família afastada do centro.

* Outro título com a batalha feminina pela sobrevivência. Chama-se Mulheres assentadas: mães de todas as lutas. Da jornalista Tamiris Volcean, (Ed. Feminas) é um quadro  comovente da vida das mulheres assentadas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST. Trajetórias individuais de sofrimento e resistência dessas mulheres se alternam com momentos históricos das lutas agrárias no Brasil, como a repressão no campo durante a ditadura civil-militar de 1964.

* Um dos depoimentos desse livro, de Cleusa Galdino Miranda, 57 anos, Assentamento Boa Esperança: “Eu nunca sairia do único lugar que me acolheu. A terra foi onde eu encontrei a gentileza que nenhum ser humano quis me dar. Por isso, é aqui que eu vou morrer. Ficar encantada”.

* Outra mostra de cinema negro. No Rio de Janeiro com o título Filmes Negros Importam, durante esta semana,  no Estação Net Rio. Dezenove filmes nacionais e estrangeiros estão sendo apresentados. Da África O Mandato, de Ousmane Sembène, considerado o pai do cinema africano,  Chateau-Paris, de Modi Barry e Cédric Ido,  Timbuktu, de Abderramane Sissako, o documentário Zinder, de Aicha Macky, e Sweet Seetback’s Baadassssss Song, de Melvin Van Peebles. De Spike Lee  serão exibidos os clássicos Faça a Coisa Certa e Febre na Selva.

* O Sesc 24 de Maio, no centro da capital paulista, celebra o centenário do antropólogo, etimólogo, educador, escritor e político Darcy Ribeiro com uma exposição iniciada esta semana.  Darcy se destacou na defesa dos povos indígenas, na militância a favor da educação pública de período integral de qualidade, criou universidades inovadoras, como a Universidade de Brasília e foi escritor de romances e ensaios de antropologia e sociologia. Entre eles, O Povo Brasileiro e o romance Maíra. Até 25 de junho de 2023. Entrada  gratuita.

* No vão central do Sesc 24 de Maio os visitantes podem participar de experiência audiovisual imersiva que apresenta uma leitura poética do kuarup, cerimônia fúnebre póstuma em homenagem a Darcy Ribeiro realizada na reserva indígena do Xingu em 2012.

* A Universidade da Cidadania da UFRJ e a Editora da UFRJ lançando o livro Relatos de Combate: movimentos sociais na pandemia organizado por Dulce Pandolfi e Paulo Fontes com 30 entrevistas com líderes de movimentos sociais em 2020. Os entrevistados: Stédile, Boulos, Nilza Valéria, Carmen Foro, Leandro Bergamini, Itamar Silva, Lúcia Souto, Cleide Pinto, Alessandro Conceição, Iago Montalvão, Paulo Galo, Deyvid Bacelar, Walmyr Júnior, Natã Nascimento, Jaciara Carvalho, Dudu do Morro Agudo, Noca da Portela, Felipe Santa Cruz, Felipe Luther, Jaqueline Gomes de Jesus, Cecília Coimbra, Marialice dos Dantos, Dalva do Borel, Wagner Santana, Jurema Werneck, Douglas Belchior e Maria Emília Pacheco entre outros(as).

(L.M.A.R.)
As informações acima são fornecidas por editoras, produtoras e exibidoras.

Léa Maria Aarão Reis

Jornalista.