Acordo com Mercosul segue em negociação, afirma Comissão Europeia

Acordo com Mercosul segue em negociação, afirma Comissão Europeia

RUÍDOS DO ACORDO

A comissão Europeia garantiu nesta terça-feira (30) que as negociações sobre o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) seguem em andamento. “A UE continua em seu objetivo de chegar a um acordo que respeite (…) sensibilidades, especialmente do setor agrícola”, disse o porta-voz principal da Comissão da UE aos repórteres.

A declaração surge após alegações feitas por um assessor do governo francês de que o presidente Emmanuel Macron, que já expressou publicamente sua oposição ao acordo, teria convencido a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, a instruir os negociadores a suspenderem as conversas.

Macron tem se deparado com uma série de protestos liderados por agricultores que se queixam dos acordos de livre comércio da UE com países que, segundo eles, inundam os mercados europeus com produtos baratos e de baixa qualidade, reduzindo os seus lucros.

“A Comissão Europeia entendeu que é impossível chegar a um acordo nesse contexto. Acho que ela viu a situação na França, na Alemanha, na Polônia, na Holanda, em toda a Europa”, disse o assessor francês nesta segunda-feira (29), em alusão aos protestos dos agricultores, que já se estendem além das fronteiras francesas. E acrescentou: “Entendemos que (a Comissão) instruiu seus negociadores a encerrar as sessões de negociação no Brasil”.

A Comissão Europeia, por sua vez, assegurou que as negociações sobre o acordo estão “em andamento”, com discussões ocorridas inclusive na última semana. “Ressalto que é a Comissão que negocia acordos de livre comércio com base em um mandato recebido pelos Estados membros”, disse o porta-voz da Comissão da UE para agricultura e comércio (EuroNews).

MAIS PIB

O Fundo Monetário Internacional (FMI) aumentou as projeções de crescimento para o PIB brasileiro, considerando o país mais resiliente devido à maior demanda interna e ao crescimento acelerado dos seus principais parceiros comerciais, como a China.

O órgão prevê um crescimento global de 3,1% a 3,2% em 2024 e 2024, uma ligeira melhora em reação às projeções de outubro de 2023, de 3% e 2,9%, respectivamente. Assim como em outubro, o FMI elogiou a decisão do Banco Central do Brasil de iniciar um ciclo de corte de juros apoiado por um processo deflacionário bem-sucedido (Brazilian Report).

POSTO REGIONAL NA AMAZÔNIA

O presidente da Colômbia Gustavo Petro propôs ao presidente Lula a criação de um posto regional para prevenção e extinção de incêndios florestais. Durante uma conversa por telefone, os líderes latino-americanos discutiram os incêndios que têm afetado a Colômbia e que podem se espalhar para outros países da América do Sul, e trataram da necessidade de estabelecer medidas para lidar com a crise ambiental que ameaça o continente devido às mudanças climáticas.

Lula recordou que a questão foi levantada na reunião de ministros das Relações Exteriores e da Defesa da América do Sul, que aconteceu em novembro de 2023, e propôs um novo encontro para a criação de um Grupo de Trabalho. A proposta do presidente brasileiro prevê o órgão dentro do escopo da Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia (OTCA), constituindo uma ferramenta comum para todos os países da região para monitorar, prevenir e enfrentar situações de catástrofe ambiental relacionadas a incêndios em áreas naturais como a Amazônia (El Observador).

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DENGUE: RECORDE DE CASOS

O Brasil contabilizou mais de 120 mil casos de dengue nas três primeiras semanas de 2024, quase três vezes mais do que o registrado no mesmo período do ano passado. Doze pessoas morreram e outros 85 óbitos ainda estão em investigação. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde, que também comunicou que a vacinação contra a doença terá início em fevereiro, e não será uniforme, já que dependerá da disponibilidade de doses.

Cerca de 500 municípios de 16 estados receberão a vacina. O primeiro lote com 750 mil doses do imunizante Qdenga, doado pelo laboratório japonês Takeda Pharma, foi recebido no último dia 20 de janeiro, e será destinado a adolescente entre 10 e 14 anos. A definição do público que receberá as doses leva em consideração as taxas de transmissão (Prensa Latina).

ABIN PARALELA

Os desdobramentos da Operação Última Milha, da Polícia Federal (PF) continuam repercutindo na mídia internacional. A PF identificou uma conversa na qual Luciana Almeida, assessora do vereador Carlos Bolsonaro – que foi alvo de busca e apreensão nesta segunda-feira (29) –, teria entrado em contato com uma assessora do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, para solicitar informações sobre dois inquéritos que envolviam o ex-presidente e seus filhos.

Na mensagem, enviada por WhatsApp, Luciana solicita “ajuda” e compartilha o nome da delegada Isabela Muniz Ferreira, do setor de Inquéritos Especiais da PF, citando dois inquéritos, que envolveriam o “PR e 3 filhos”, possivelmente se referindo a Bolsonaro e seus filhos. Após análise, a PF passou a suspeitar que os contatos entre Carlos Bolsonaro e Ramagem seriam feitos por meio de seus assessores.

O procurador-geral da República Paulo Gonet requisitou uma série de buscas em residências ligadas a Carlos Bolsonaro por considerá-lo membro do “núcleo político” de uma organização criminosa que operava na Abin. “Querem me esculachar, me fazer passar por constrangimento, [mas isso] não vai acontecer”, disse o vereador à Folha de S. Paulo (MercoPress).

MEA CULPA

“Eu não posso ser surpreendido com notícias. Eu tenho a PF que não me dá informações. Eu tenho as inteligências das Forças Armadas que não tenho [delas] informações. A Abin, tem seus problemas, mas tenho algumas informações. Só não tenho mais porque tá faltando, realmente, temos problemas, aparelhamento, etc.”, disse o então presidente Jair Bolsonaro durante uma reunião ministerial em 2020, que foi gravada e depois se tornou pública. Pouco depois, na mesma reunião, Bolsonaro afirmou: “o meu [sistema de informação] particular funciona”, dando a entender que usava serviços de inteligência em benefício próprio (Brazilian Report).

*Imagem em destaque: Presidente Lula e a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen (X/Comissão Europeia)

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