Bolsonaro é destaque na mídia externa com facada e corrupção

Bolsonaro é destaque na mídia externa com facada e corrupção

O Focus21 reúne as citações relevantes sobre o Brasil publicadas pela imprensa internacional

O site norte-americano Politico traz reportagem sobre o atentado contra o ex-presidente Donald Trump com esta declaração: “Uma tentativa de assassinato de um candidato presidencial era quase uma questão de tempo”, disse Rachel Kleinfeld, especialista em violência política e membro sênior do Carnegie Endowment for International Peace. Em uma entrevista ao portal, Kleinfeld observou que o tiroteio ocorre em meio a um grande aumento de ameaças e episódios reais de violência contra legisladores, juízes e muitos outros envolvidos no processo político. O entrevistado cita atentados em outros países, incluindo o Brasil. “O que realmente precisamos que aconteça nos Estados Unidos, como acabou de acontecer na França, na Polônia e até mesmo no Brasil – onde Bolsonaro sofreu uma tentativa de assassinato – é que essa ampla faixa da centro-esquerda à centro-direita se levante e diga: “Queremos um tipo diferente de político e queremos um tipo diferente de sociedade política””.

Em poucas horas, a montagem de fotos estava circulando em quase todos os perfis de mídia social da família de Jair Bolsonaro: acima, o ex-presidente do Brasil (2019-2022) agarra a barriga depois de ser esfaqueado no abdômen durante um comício de campanha em 2018; abaixo, Donald Trump, ensanguentado na orelha direita, é evacuado por agentes do serviço secreto depois de ser arranhado por uma bala. O ataque a Trump em um comício de campanha na Pensilvânia mergulha os Estados Unidos em uma turbulência política e permite que sejam traçados paralelos com o ataque a Bolsonaro em setembro de 2018, alterando o curso daquela eleição em que o ultradireitista se tornou presidente do Brasil. Quase seis anos após o ataque em que um homem emergiu da multidão durante uma manifestação de rua no sudeste do Brasil e atacou Bolsonaro, esfaqueando-o com uma faca, o episódio continua a alimentar teorias da conspiração até hoje. Embora o ex-presidente do Brasil frequentemente apele para o ataque, pelo qual foi hospitalizado e ficou gravemente ferido, a fim de se vitimizar e culpar – sem provas – a esquerda, alguns oponentes políticos questionam a veracidade do ataque. (La Nación, domingo)

Le Monde inicia reportagem com a frase: “O céu escureceu repentinamente sobre Jair Bolsonaro. O ex-presidente do Brasil, que esteve no poder de 2019 a 2022, sofreu uma série de reveses legais nos últimos dias. Processado ou indiciado em uma série de casos, ele está ameaçado de ser julgado e condenado a pesadas penas de prisão.” Em 4 de julho, a Polícia Federal recomendou formalmente que Bolsonaro fosse indiciado no chamado caso das “joias sauditas” em que o líder da extrema direita pode pegar até 32 anos de prisão. E informa sobre outras práticas de corrupção de Bolsonaro.

E no L´Humanité: No Brasil, o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro está no centro de um escândalo envolvendo suposta espionagem de políticos, juízes e jornalistas. O relatório de uma investigação da polícia federal revelou o uso indevido de recursos de vigilância pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante seu mandato. O jornal detalha o escândalo inclusive com os nomes dos envolvidos. Diz ainda que o filho de Jair Bolsonaro, Carlos, é suspeito de coordenar um “gabinete do ódio” ativo nas redes sociais. Essa “milícia digital” é supostamente responsável por denegrir adversários políticos nas redes sociais, além de disseminar informações falsas. Carlos Bolsonaro se defendeu no X, dizendo que “nunca foi apresentada nenhuma prova contra (ele)”.

BRASIL-ITÁLIA

O presidente Lula e o presidente da Itália Sergio Mattarella, reforçaram o interesse dos dois países em concluir o acordo comercial entre a União Europeia e Mercosul. Mas Lula, contudo, criticou as taxas de carbono “impostas unilateralmente”. “Nós consideramos que é indispensável chegar rapidamente a uma decisão histórica”, frisou Matarella, ao lado de Lula, no Palácio do Planalto em Brasília, numa declaração hoje à imprensa sem direito a perguntas. O presidente está no Brasil desde domingo para uma viagem de cinco dias, que inclui as cidades de Brasília, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Ele enalteceu o fato de, quando assinado, este acordo será fundamental para a manutenção da paz e trará uma forte componente de “integrações continentais”. Lula reiterou “o interesse do Brasil em concluir o quanto antes o acordo com a União Europeia”, mas repetiu que este acordo tem de ser equilibrado. As taxas de carbono impostas unilateralmente pela União Europeia para a assinatura do acordo entre o bloco europeu e o bloco composto pela Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia (que entrou na semana passada) foram criticadas pelo chefe de Estado brasileiro. (Correio da Manhã, português)

BRASIL X ARGENTINA

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil convocou seu embaixador em Buenos Aires, Julio Bitelli, para tratar da relação bilateral com a Argentina em meio às constantes tensões causadas pelas declarações de Javier Milei contra Lula. A recente presença do libertário na Conservative Political Action Conference, em Camboriú, onde dividiu o palco com Jair Bolsonaro, acrescentou dificuldades ao relacionamento com o Brasil. De qualquer forma, o governo brasileiro ressalta que Milei “teve o cuidado” de não ofender Lula diretamente. Fontes diplomáticas explicaram à LPO que o objetivo é “conversar para melhorar a relação bilateral” e afirmaram que “não há drama”. No entanto, no mundo da diplomacia, chamar um embaixador para consultas significa que algo está errado no diálogo com o outro país.  (La Politica Online)

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BRICS EM ALTA

O retorno do presidente Lula deu força renovada a uma das alianças econômicas mais improváveis do mundo – os Brics, um grupo que une o Brasil à Rússia, Índia, China e África do Sul. Em seu período anterior como presidente, de 2003 a 2010, Lula foi fundamental nos esforços para transformar os Brics em uma entidade geopolítica e um contrapeso emergente para o Ocidente. Agora, o bloco tem o impulso a seu favor mais uma vez. Ele passou a ser conhecido como Brics Plus, depois que os membros originais concordaram, em uma cúpula decisiva em Joanesburgo, em agosto do ano passado, em admitir um punhado de novos membros, incluindo a Arábia Saudita e o Irã. Nada mal para um grupo que foi originalmente criado por puro capricho financeiro de alto conceito, fruto da imaginação do economista Jim O’Neill, que o via mais como uma oportunidade de investimento do que como um novo grupo de nações. (BBC internacional)

A presidente do Conselho da Federação da Rússia, Valentina Matvienko, expressou sua disposição de fornecer apoio total, se necessário, ao Brasil, que presidirá a associação no próximo ano, disse ela no encerramento do X Fórum Parlamentar do BRICS. “No próximo ano, a presidência do BRICS passará para o Brasil. Passando o bastão, desejamos sinceramente sucesso aos nossos colegas brasileiros e expressamos nossa prontidão em fornecer-lhes total apoio, inclusive na preparação do XI Fórum Parlamentar do BRICS, se necessário”, disse. Matvienko observou que o diálogo dentro do Fórum termina com um sentimento de satisfação com o trabalho realizado. “O número crescente de pessoas que pensam da mesma forma, sua atividade e interesse são provavelmente a principal prova da relevância do Fórum e a chave para fortalecer ainda mais a interação parlamentar. Essa é uma confirmação de que estamos no caminho certo. Estamos do lado certo da história”, disse ela. (Agência Tass)

Muitos países africanos estão ansiosos para se juntar ao BRICS, disse Agegnehu Teshager, o presidente da Câmara Alta do Parlamento da Etiópia, à RT em uma entrevista exclusiva. Falando nos bastidores do Fórum Parlamentar do BRICS em São Petersburgo, Teshager afirmou que “a maioria dos países africanos tem o desejo de ser membro do BRICS”.  Ele destacou a posição central da Etiópia como a porta de entrada para a África para o BRICS, enfatizando o potencial do continente. (Russia Today- RT)

AMAZÔNIA

Embora as taxas de desmatamento na Amazônia brasileira tenham caído pela metade, a área ainda está perdendo mais de 5.000 km² por ano. Ao combinar imagens de satélite de toda a região amazônica com dados do censo nacional brasileiro, nosso novo estudo constatou que o desmatamento em áreas protegidas por comunidades indígenas foi até 83% menor em comparação com áreas não protegidas. Esses resultados mostram que as comunidades indígenas podem desempenhar um importante papel de gestão ambiental, ajudando a evitar o desmatamento por pessoas que invadem suas terras. No entanto, nossos resultados também mostram que as comunidades indígenas tinham os níveis mais baixos de desenvolvimento socioeconômico. A renda nos territórios indígenas foi até 36% menor em comparação com outros usos da terra. Os povos indígenas estão entre os grupos de pessoas mais desfavorecidas do mundo. Embora as comunidades indígenas no Brasil tenham fortalecido sua representação política nos últimos anos, 33% das pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza são indígenas. (The Conversation, uma plataforma de colaboração entre acadêmicos e jornalistas.)

FINANÇAS

O Tesouro Nacional e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estão se preparando para lançar um novo tipo de investimento operando como um consórcio de fundos de investimento para impulsionar empreendimentos sustentáveis em estágio inicial, disse uma autoridade sênior do Tesouro. Em uma entrevista à Reuters, Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, disse que o novo produto tem como objetivo financiar a estruturação de projetos alinhados com a transformação ecológica, seguindo um formato semelhante ao dos fundos de investimento em participações (FIPs) e fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs). (Reuters)

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