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Brasil assume representação diplomática argentina na Venezuela

Brasil assume representação diplomática argentina na Venezuela

BR ASSUME DIPLOMACIA DA ARGENTINA EM CARACAS…

O Brasil assumiu oficialmente a responsabilidade pela representação diplomática da Argentina na Venezuela nesta quinta-feira (1º), em um movimento iniciado após a saída forçada dos diplomatas argentinos por decreto do presidente vene​zuelano Nicolás Maduro. Com isso, o governo brasileiro se encarrega de garantir os direitos de cidadãos e empresas argentinas em solo venezuelano, em meio à ausência de um representante do país. A responsabilidade inclui a guarda de seis opositores venezuelanos que estão asilados no prédio da embaixada desde março, além da mediação e articulação de diálogo entre Maduro e o presidente de extrema-direita argentino, Javier Milei.

A ruptura ocorre após um período de crescente tensão entre Argentina e Venezuela, agravado pelas críticas de Milei à reeleição de Maduro. Desde que assumiu em dezembro, Milei tem enfrentado desentendimentos com governos progressistas da região, incluindo o venezuelano, ao contrário das relações próximas durante os mandatos de Néstor e Cristina Kirchner e Alberto Fernández.

Ainda assim, apesar das tensões existentes entre Milei e o presidente Lula, o Brasil se mostrou disposto a assumir a função diplomática em um contexto de intensas disputas políticas, marcado por acusações de fraude eleitoral e pela rejeição da reeleição de Maduro por parte de Milei.

Com a ordem de despejo emitida pelo governo venezuelano, as negociações para garantir a segurança dos asilados na embaixada argentina tiveram início. Durante o desenrolar dos acontecimentos, Milei incentivou os opositores venezuelanos a uma insurreição contra o socialismo, enquanto a chanceler argentina Diana Mondino pediu ao seu colega brasileiro, Mauro Vieira, que intercedesse junto aos opositores na embaixada. A situação foi mediada pelo enviado de Lula a Caracas, Celso Amorim, em uma reunião com Maduro, conforme relatado por fontes da CNN. Maduro ainda exigiu a retirada dos representantes de outros seis países latino-americanos – Costa Rica, Uruguai, Chile, Peru, República Dominicana e Panamá – acusando-os de ações e declarações intervencionistas sobre as eleições presidenciais.

Embora seja praxe negociar um salvo-conduto para garantir a segurança dos asilados na saída da embaixada e sua recepção em outro país, o governo venezuelano optou por rejeitar essa medida. Ao final das negociações, o governo brasileiro concordou em representar os interesses argentinos na Venezuela. Milei expressou sua gratidão em um post na rede social X, destacando a importância do gesto do Brasil (El Diario.Es, Ámbito, El Tiempo).

Após a tranferência da guarda e já sob a responsabilidade do Brasil, os opositores asilados na embaixada argentina em Caracas fizeram nesta quinta-feira (1º) o seu primeiro pronunciamento. Magalli Meda, ex-chefe de campanha da líder opositora María Corina Machado, aproveitou a ocasião para criticar duramente o governo de Maduro, acusando o regime de reprimir testemunhas e esconder a verdade sobre as eleições, que ainda não são plenamente reconhecidas pela comunidade internacional devido à falta de transparência. Meda também denunciou a falta de publicação das atas eleitorais pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e afirmou que a vitória de Maduro é questionada não apenas pela oposição, mas também por observadores internacionais e pela população venezuelana (La Nación).

…E POSSÍVELMENTE DO PERU

Além da Argentina, o Brasil poderá passar a representar outros países na Venezuela nos próximos dias. O governo do Peru, um dos sete países cujos embaixadores foram expulsos da Venezuela na segunda-feira (31) por não reconhecerem a reeleição de Nicolás Maduro, também solicitou ao Brasil que assuma sua representação diplomática em Caracas.

Até esta quinta-feira (1º), o governo brasileiro ainda não reconheceu oficialmente a vitória de Maduro, mas também não o acusou de fraude, optando por solicitar mais informações sobre as eleições presidenciais venezuelanas (Correio da Manhã).

SECRETÁRIO DA OEA PEDE PRISÃO DE MADURO

O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, anunciou que pedirá à Corte Penal Internacional (CPI) a prisão de Nicolás Maduro por supostos crimes contra a humanidade, incluindo a repressão violenta contra manifestantes. Durante uma sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA nesta quinta-feira (1º), o secretário afirmou que é momento de buscar justiça, citando a investigação da CPI sobre crimes na Venezuela desde 2014.

Almagro destacou que Maduro teria liderado a repressão que resultou na morte de 17 manifestantes durante protestos contra o governo. Segundo ele, o presidente cumpriu suas ameaças de um possível “banho de sangue” caso não vencesse as eleições.

Paralelamente, o Conselho Permanente da OEA realizou uma reunião de emergência para debater as acusações de fraude nas eleições venezuelanas. No entanto, os 34 países-membros não conseguiram chegar a um consenso para exigir transparência do governo Maduro e a imediata publicação dos dados das atas eleitorais. A proposta recebeu 17 votos a favor, 11 abstenções e 5 ausências, incluindo a da Venezuela. Entre os que se abstiveram estavam Brasil e Colômbia, cujos presidentes já haviam solicitado a divulgação das atas eleitorais.

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O argentino Javier Milei criticou os países que se abstiveram, acusando-os de serem cúmplices das irregularidades eleitorais na Venezuela (El Mercurio, Ámbito, El Diario.Ar).

A VOLTA DO GRUPO DE LIMA?

De acordo com o site argentino La Política Online, o ex-presidente Mauricio Macri sugeriu a Javier Milei que liderasse uma nova ofensiva contra a Venezuela e reativasse o Grupo de Lima, criado em 2017 para pressionar Nicolás Maduro. A sugestão surgiu em uma reunião de quatro horas entre os dois políticos e visa enfrentar a postura do presidente Lula e de outros líderes regionais.

O Grupo de Lima, formado para apoiar a oposição venezuelana e promover eleições livres, perdeu força após a retirada da Argentina em março de 2021. A proposta de Macri enfrenta desafios, como a falta de apoio de países como Colômbia, México e Bolívia, governados por líderes progressistas. Além disso, seria difícil para Paraguai e Uruguai adotarem uma posição contrária ao Brasil, devido às suas relações políticas (La Política Online).

AMLO, PETRO E LULA

O presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador anunciou nesta quinta-feira (1º) que conversaria por telefone com os presidentes Gustavo Petro, da Colômbia, e Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, para discutir as eleições na Venezuela.

Durante sua coletiva matinal, López Obrador destacou que o objetivo é coordenar posturas sobre o processo eleitoral venezuelano e evitar a intervenção externa, e defendeu uma abordagem prudente, enfatizando que o México quer assegurar a ausência de violência, o respeito à vontade do povo venezuelano e a apresentação das provas das eleições. Ele criticou o secretário da OEA Luis Almagro por declarar fraude sem evidências concretas, alegando que isso agrava a situação e viola a soberania nacional.

O presidente colombiano Gustavo Petro reiterou que a decisão sobre a presidência da Venezuela deve ser deixada para os venezuelanos e não para governos estrangeiros, destacando que a prioridade deve ser alcançar um acordo político interno e garantir um escrutínio transparente (Sin Embargo).

MINHA CASA, MINHA VIDA:  MIL CASAS NO MT

O presidente Lula entregou, nesta quinta-feira (31), mil moradias em Várzea Grande, Mato Grosso, como parte do programa Minha Casa, Minha Vida. Em seu discurso, ele destacou a criação do maior programa habitacional do Brasil, durante seu segundo mandato, para enfrentar o problema habitacional e expressou o seu orgulho em entregar mais mil casas, agora em seu terceiro mandato. Lula também ressaltou a importância de incluir comodidades como varandas, bibliotecas e até piscinas nos conjuntos habitacionais.

Sob a gestão do Ministério das Cidades, o programa oferece subsídios e taxas de juros reduzidas para facilitar a aquisição de moradias populares, tanto em áreas urbanas quanto rurais (Prensa Latina).

INCÊNDIOS NO PANTANAL

Entre janeiro e julho de 2024, o Pantanal registrou 4.756 incêndios florestais, o maior número desde o início do monitoramento em 1998, segundo o INPE. O índice é 16 vezes maior que o registrado no mesmo período de 2023, com 293 focos, e supera em 12,7% o recorde de 4.218 incêndios entre janeiro e julho de 2020. Em comparação aos totais anuais, 2024 já se aproxima dos 6.590 incêndios de 2023 e supera os 1.637 de 2022. Houve uma redução de 2.639 incêndios em junho para 1.218 em julho, indicando possível melhora.

Em visita ao Pantanal, o presidente Lula reafirmou seu compromisso com o combate à crise climática e a preservação do bioma. A ministra do Meio Ambiente Marina Silva informou que 56 incêndios estavam ativos, com 20 controlados e 36 em combate, envolvendo 890 bombeiros, 15 aeronaves e 33 embarcações.

O aumento dos incêndios é atribuído à seca intensa, altas temperaturas e baixa umidade, exacerbadas pelo fenômeno El Niño e pela crise climática. O governo aponta a falta de controle sobre incêndios provocados por fazendeiros e colonos, uma prática combatida por uma nova lei sancionada por Lula (El Mercurio).

DESASTRE CLIMÁTICO NO SUL

Três meses após as fortes chuvas no sul do Brasil, dezenas de famílias continuam em situação crítica. Afastadas dos abrigos e alojadas em improvisadas estruturas, aguardam a diminuição das águas para retornar às suas casas ou a chegada de ajuda para reconstruir suas moradias (Agência EFE).

*Imagem em destaque: DianaMondino/X

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