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Lula desembarca em Hiroshima para participar da Cúpula do G7

Lula desembarca em Hiroshima para participar da Cúpula do G7

Evento que reúne as principais potências do mundo começa nesta sexta-feira (19) e vai até domingo (21) em Hiroshima (Japão). Esta é a sétima participação de Lula numa Cúpula do G7. As demais foram nos primeiro e segundo mandatos. (Foto: Ricardo Stuckert)

Em meio a crises e às guerras, a Cúpula do G7 começa nesta sexta-feira (19) e vai até o próximo domingo (21) no Japão. O encontro das principais economias mundiais acontece em Hiroshima, cidade que foi alvo de duas bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos em 6 de agosto de 1945. Três dias depois, outra bomba cairia sobre Nagasaki. Apesar dos fatos e das cerimônias previstas pelo primeiro-ministro japonês Fumio Kishida em sua cidade-Natal, o presidente Joe Biden (Estados Unidos) não pretende pedir desculpas. É o que destaca a cobertura da agência russa RT que traz as aspas de Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.

Do avião, a caminho do Japão, Sullivan avisou à imprensa que Biden “não pretende fazer uma declaração oficial ao visitar o Parque Memorial da Paz de Hiroshima” nesta sexta-feira. Ele “participará com os outros líderes do G7 em uma coroa de flores e alguns outros eventos, mas isso não é de sua perspectiva, um momento bilateral”; e comparecerá “como um dos líderes do G7 que vem prestar homenagem” à história e à cidade natal do primeiro-ministro japonês Fumio Kishida.

Segundo o Ministério de Relações Exteriores do Japão, em reunião com o primeiro-ministro, “Biden reiterou o compromisso dos EUA com a defesa do Japão sob o Tratado de Cooperação e Segurança Mútua, apoiado por toda a gama de capacidades, incluindo nuclear”. Washington recentemente começou a encorajar Tóquio a se remilitarizar, reitera RT, lembrando que “a constituição pós-Segunda Guerra Mundial do Japão, escrita pelas autoridades de ocupação americanas, limita as forças armadas do país a uma força de autodefesa”.

No The New York Times/El Clarin, David E. Sanger aponta que Biden “se preparou para discutir com seus aliados mais próximos duas questões cruciais: como melhor armar a Ucrânia em sua contraofensiva contra os invasores russos e como retardar, ou parar, a espiral descendente das relações com a China”. Também destaca que “além da Índia, os líderes da Austrália, Coreia do Sul, Brasil, Indonésia e Vietnã estarão presentes como convidados. Faz parte de uma estratégia mais ampla de Biden e seus aliados para envolver os países que, em maior ou menor grau, ficaram fora da guerra na Ucrânia, recusando-se a condenar a Rússia com muita severidade, a implementar sanções com entusiasmo ou a fornecer armas à Ucrânia”. Já o inglês The Economist, além de um histórico sobre o G7, destaca o novo sentido do encontro “que emerge como um fórum para coordenar a assistência à Ucrânia e as sanções contra a Rússia”.

Lula lá

Entre os convidados para participar da Cúpula das sete maiores potências econômicas do globo, a agenda de paz de Lula é destacada na Prensa Latina e na francesa RFI. Reportagem de Raquel Miúra destaca o convite de Kishida ao presidente brasileiro como o “retorno do país aos trilhos da democracia e oportunidade de negócios, dizem analistas”. É a segunda vez que ele é convidado para participar da Cúpula do G-7, a primeira foi em 2009. The Brazilian Report traz a agenda do presidente até domingo, também divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.

No francês L´Humanité, no artigo “Como os países emergentes estão abalando o G7”, Clotilde Mathieu e Lina Sankari analisam “contexto de crise multidimensional” e de “competição ligada à ascensão dos países emergentes. “É uma estatística da qual o mundo está cheio, mas que constituiu um pequeno terremoto entre os observadores dos grandes equilíbrios mundiais. No início de abril, a participação do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) no PIB mundial era equivalente a 31,5%, contra 30,7%”, destacam. Já o Le Monde, noticia proposta de Vladimir Putin de organizar em 2024, os Jogos do BRICS, reunindo a Rússia, o Brasil, a Índia, a China e a África do Sul.

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Nesta quinta, foi o dia da renúncia de Cristina Kirchner à corrida pela presidência da Argentina. Afirmando que não ser mascote do poder, a liderança política argentina passou o recado “àqueles que exigem o desaparecimento do peronismo ou do kirchnerismo – como uma caricatura da “solução final” para a Argentina”:

“Depois de 40 anos de Democracia, recomendo que prestem atenção à história e à longa lista de “exterminadores vernáculos” que nunca conseguiram convencer os argentinos de que comer bem e quatro vezes por dia é uma questão ideológica; que ter um lugar digno para viver e ver seus filhos crescerem, estudarem e progredirem é coisa de populistas; ou que trabalho e salários decentes é uma crença antiga. A eles digo: não puderam e não poderão acabar com a memória e os sonhos de milhões de argentinos de viver em uma nação livre, cujo povo progride em ordem e é feliz”. Leia a íntegra da carta no Brasil de Fato.

Decisão do Ibama

A política doméstica brasileira também foi notícia. The Independente trouxe reportagem sobre a recusa do Ibama, regulador ambiental do Brasil, de conceder uma licença para o projeto de perfuração de petróleo offshore perto da foz do rio Amazonas. “O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, destacou as preocupações ambientais ao anunciar na noite desta quarta-feira a decisão de recusar o pedido da estatal petrolífera Petrobras para perfurar o bloco FZA-M-59. Ele citou ´um grupo de inconsistências técnicas´ no pedido da empresa”, destacou David Biller no jornal inglês.

“A empresa destinou quase metade de seu orçamento de exploração de US$ 6 bilhões para cinco anos para a área”, destaca a reportagem citando que oitenta organizações da sociedade civil e ambientalistas, incluindo WWF Brasil e Greenpeace, pediram que a licença fosse rejeitada enquanto se aguardava um estudo”, complementa. A decisão do Ibama foi reportada também pela Reuters que com foco na desfiliação do senador Randolfe Rodrigues da Rede Sustentabilidade, frente o posicionamento contrário da ministra Marina Silva (Meio Ambiente) à proposta de exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. Ambos são do mesmo partido.

Por fim, ainda ecoando as manchetes de ontem, o espanhol El País traz o afastamento, por decisão unânime da justiça brasileira, de Deltan Dallagnol do Parlamento. Reportagem de Joan Royo Gual destaca que “o ex-procurador chegou a propor a criação e gestão de uma Fundação Lava Jato, financiada com os recursos resgatados do buraco na Petrobras. O STF rejeitou a ideia e a qualificou como um desvio da função do Ministério Público, lembrando que a gestão do dinheiro público é de responsabilidade exclusiva do Estado”. A reportagem também cita o twitter do ministro da Justiça Flávio Dino sobre o episódio: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão satisfeitos”.

Amém.

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