Governo prepara operação para resgatar cidadãos brasileiros no Líbano

Governo prepara operação para resgatar cidadãos brasileiros no Líbano

A decisão foi tomada na segunda-feira (30) pelo presidente Lula, após a invasão terrestre de tropas israelenses no sul do Líbano. Primeiro voo da FAB com destino a Beirute parte na próxima sexta-feira (4)

A FAB A POSTOS

O Brasil prepara uma operação aérea para resgatar cidadãos que estão no Líbano, em meio ao conflito entre Israel e o Hezbollah. Recentemente, dois jovens brasileiros, Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, e Myrna Raef Nasser, de 16 anos, foram mortos em ataques israelenses, junto com seus pais.

A decisão foi tomada na segunda-feira (30) pelo presidente Lula, após a invasão terrestre de tropas israelenses no sul do Líbano. A maioria dos 21 mil brasileiros que residem no Líbano está nessa região, especialmente no Vale do Bekaa.

Até o momento, mais de mil brasileiros procuraram a Embaixada do Brasil em Beirute em busca de ajuda para retornar, já que não conseguem deixar o país por conta própria. O Aeroporto Internacional de Beirute ainda opera, mas muitos voos foram cancelados e os disponíveis estão superlotados.

O primeiro voo, com capacidade para 240 passageiros, está programado para partir do Brasil na sexta-feira (4) e decolar de Beirute no domingo (6). A prioridade de embarque será para idosos, mulheres, crianças e pessoas em necessidade de cuidados médicos. Na última grande crise entre Israel e o Hezbollah, em 2006, o Brasil repatriou cerca de três mil cidadãos, e a expectativa é que o número atual de repatriados seja maior (Correio da Manhã).

MACHISMO POLÍTICO

O primeiro turno das eleições municipais, marcado para o próximo domingo (6), oferece uma chance importante de avaliar a posição da direita no Brasil, especialmente após a saída de Jair Bolsonaro do poder. Traz também uma triste realidade, não só política como cultural: a participação extremamente baixa das mulheres no cenário político brasileiro.

Mesmo representando 51% da população do país, apenas uma capital tem uma prefeita, e apenas 12% das cidades são governadas por mulheres. A situação é ainda mais crítica quando se fala das candidatas negras, que ocupam apenas 4% dos cargos municipais.

Para combater a resistência dos partidos em lançar candidatas, uma lei foi criada destinando 30% dos recursos de campanha para elas. Contudo, muitos partidos burlam essa regra, ignorando as candidatas e negando apoio financeiro. Como resultado, as mulheres precisam recorrer ao Supremo Tribunal para denunciar a falta de recursos, mas as decisões costumam sair depois das eleições, perpetuando a baixa representatividade feminina nas câmaras.

Além da falta de verba, as candidatas enfrentam ataques agressivos, como a manipulação de imagens para difamá-las, retratando-as como imorais e inadequadas, explorando o analfabetismo de parte da população. Apesar da legislação que garante 30% do orçamento para campanhas femininas, partidos, em sua maioria liderados por homens, encontram formas de evitar essa obrigação. Com isso, muitas campanhas femininas são mal financiadas e limitadas ao apoio de familiares. Em 2020, por exemplo, 1.076 das 1.178 candidatas não receberam nenhum recurso dos fundos que lhes eram garantidos.

Ao longo da história, a política sempre esteve ligada a valores éticos, com pensadores como Aristóteles argumentando que as mulheres, por estarem mais próximas das necessidades da população, eram menos suscetíveis à corrupção do que os homens. Essa visão ajuda a explicar por que muitos políticos se sentem ameaçados pelo aumento da participação feminina, especialmente em um cenário de ascensão de líderes populistas que tratam a política como um negócio, afastando-se dos princípios éticos defendidos desde a Antiguidade (Juan Arias, no El País).

CERCO AOS BETS

O ministro da Economia Fernando Haddad anunciou nesta segunda-feira (30) uma ação rigorosa do governo brasileiro contra os sites de apostas esportivas online, conhecidos como ‘bets’, que operam no país sem cumprir a legislação local. Nos próximos dias, mais de 500 plataformas serão bloqueadas, em um esforço para remover as que sequer buscaram regulamentação adequada. A expectativa é que, em cerca de uma semana, essas páginas já estejam inacessíveis.

Haddad recomendou que os usuários que têm dinheiro depositado nesses sites solicitem o saque de seus fundos o quanto antes. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já foi notificada para proceder com os bloqueios das plataformas que estão descumprindo as normas vigentes.

O ministro também fez duras críticas à publicidade desenfreada dessas empresas, afirmando que ela precisa ser regulamentada com o mesmo rigor aplicado à propaganda de produtos como cigarro e bebidas alcoólicas, dado o impacto negativo que o jogo online está gerando na sociedade brasileira. A rápida expansão do mercado tem causado problemas como o aumento do vício em apostas e do endividamento das famílias.

Veja Também:  PF indicia Bolsonaro e mais 36 por tentativa de golpe de Estado

Um estudo recente do Banco Central revelou que, nos primeiros oito meses de 2024, cerca de 24 milhões de brasileiros gastaram mensalmente mais de R$ 20 bilhões em apostas online, ilustrando a escala e a gravidade do problema (Sputnik).

LIVRE DA ELEFANTÍASE

A Organização Mundial da Saúde (OMS) parabenizou o Brasil pela erradicação da filariose linfática, também conhecida como elefantíase, como um problema de saúde pública. Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, destacou em comunicado que a conquista é um exemplo do progresso no combate às doenças tropicais negligenciadas (DTNs) e serve como inspiração para outros países que ainda enfrentam a filariose linfática.

Com isso, o Brasil se junta a outros 19 países que também foram reconhecidos pela OMS por eliminarem a filariose linfática como uma ameaça à saúde pública. Entre esses países estão Malawi, Togo, Egito, Iémen, Bangladesh, Sri Lanka, Tailândia, além de outras nações do Pacífico Ocidental e do Sudeste Asiático. Na América, ainda há três países — República Dominicana, Guiana e Haiti — que continuam necessitando de intervenções para eliminar a transmissão da doença (Prensa Latina).

CAI O NÍVEL DOS RIOS

A seca histórica que atinge o Brasil está causando uma grave redução no volume de água em vários afluentes do rio Amazonas. A situação é crítica, com rios como o Iriri e o Xingú, essenciais para a operação da hidrelétrica de Belo Monte, registrando níveis abaixo do esperado para esta época. A Agência Nacional de Águas (ANA) declarou estado crítico na região, alertando que as vazões naturais estão próximas do mínimo histórico, muito inferiores aos índices de 2023.

Com a previsão de que as condições hídricas piorem em outubro e novembro, a ANA informou que poderá alterar as normas de uso da água. Em Manacapuru, no Amazonas, o rio Solimões atingiu o nível alarmante de três metros, superando o recorde anterior de 3,11 metros registrado no ano passado. A situação afeta gravemente a população, que enfrenta dificuldades para transportar produtos e acessar água.

A escassez de chuvas também contribuiu para o aumento de incêndios florestais em todo o país, que atingiram números recordes nos meses de agosto e setembro, com aproximadamente 931 ocorrências, a maioria delas na Amazônia (DW, ANSA Latina).

LEILÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

O segundo leilão de transmissão de 2024, realizada na última sexta-feira (27 de setembro) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), resultou na negociação da construção de 783 km de novas linhas de transmissão e subestações, com capacidade de transformação de 1 GW, demandando investimentos de 3,35 bilhões de reais (aproximadamente 614,66 milhões de dólares), além de incluir novos contratos para projetos já existentes.

A expectativa é de que cerca de 7 mil empregos diretos e indiretos sejam gerados durante a construção. Também foram firmados novos acordos para a continuidade de serviços energéticos em linhas de transmissão que estavam no final de seus contratos.

Os projetos estão localizados nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Santa Catarina, com prazos de operação variando de 42 a 60 meses e concessões de 30 anos a partir da assinatura dos contratos.

O lote 2, que contemplava linhas de transmissão para o Rio Grande do Sul, foi retirado do leilão para que o governo pudesse reavaliar a situação após as recentes inundações no estado (PV Magazine).

E MAIS…

O Ministério de Minas e Energia (MME) abriu uma consulta pública, que vai até 28 de outubro, para definir as diretrizes da primeira licitação de energia elétrica gerada por sistemas de armazenamento em baterias no país. A iniciativa confirma as intenções do ministro Alexandre Silveira, que já havia anunciado os preparativos para o leilão.

Pela primeira vez, serão permitidos sistemas de armazenamento com baterias e usinas hidrelétricas reversíveis, um avanço significativo para o Brasil, que até então não considerava as baterias uma tecnologia viável para esses leilões, apesar de 15% das contribuições na última consulta pública já mencionarem a importância do armazenamento de energia (Energía Estratégica).

*Imagem em destaque: Al Jazeera via Bluesky

Tagged: , , , , , , , , , ,