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Haddad: Brasil vai crescer acima de 3% este ano

Haddad: Brasil vai crescer acima de 3% este ano

O Focus 21 reúne as citações relevantes sobre o Brasil publicadas pela imprensa internacional

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que o governo deve elevar sua previsão de crescimento econômico anual para acima de 3%, índice superior à projeção atual de 2,5%. “Acredito que um piso de 3% já está praticamente garantido”, relatou a repórteres. O ministro expressou certa preocupação com a inflação, particularmente devido às condições climáticas, após as secas severas e os incêndios florestais que afetaram várias regiões da maior economia da América Latina. “O impacto do clima sobre os preços dos alimentos e, potencialmente, sobre os preços da energia nos deixa um pouco preocupados com isso”, disse.

No entanto, Haddad observou que o aumento das taxas de juros não pode resolver as pressões sobre os preços ao consumidor decorrentes desse fenômeno, referindo-se à reunião do Copom na semana que vem. “O Banco Central tem uma equipe técnica muito sólida para tomar a melhor decisão”, disse Haddad. (Reuters)

RODOVIA NO AMAZONAS X CLIMA EXTREMO

O presidente Lula, após meses de hesitação sobre o assunto, comprometeu seu governo a concluir uma estrada que atravessa uma parte intocada da floresta amazônica, uma medida que, segundo os cientistas, trará um desmatamento desastroso.

Lula está sob pressão para concluir a pavimentação da BR-319 como alternativa de transporte, agora que a Amazônia está enfrentando uma seca recorde que reduziu os níveis de água dos rios e prejudicou a navegação nas principais hidrovias que ligam o norte do Brasil, como o rio Madeira. “Enquanto o rio Madeira era navegável, a rodovia não tinha a importância que tem agora. Nós vamos terminá-la com a maior responsabilidade”, disse Lula na terça-feira em visita ao Amazonas. Cientistas e ativistas ambientais afirmam que a conclusão da estrada abrirá o acesso a madeireiros e mineradores ilegais, além de fazendeiros que desmatam a floresta ateando fogo para abrir a terra para a criação de gado.

A pavimentação da BR-319 é uma rara postura política que Lula tem em comum com seu nêmesis, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que presidiu o desmatamento vertiginoso e também defendeu a rodovia. A rodovia federal BR-319, um trecho de cerca de 900 km (560 milhas) de Porto Velho, perto da Bolívia, até a maior cidade da Amazônia, Manaus, foi inicialmente escavada na floresta na década de 1970 pela ditadura militar do Brasil, mas depois foi abandonada e a selva cobriu a maior parte da estrada. (Reuters, em texto crítico à rodovia)

O clima extremo está atingindo vários lugares do mundo, incluindo incêndios florestais na Califórnia, um furacão que ameaça a Louisiana, seca e incêndios florestais na Amazônia, inundações na Nigéria e um tufão letal no Vietnã. A maior parte do Brasil tem estado sob uma espessa camada de fumaça de incêndios florestais na Amazônia, com milhões de pessoas afetadas em cidades distantes, como São Paulo e Brasília. Os incêndios florestais no Brasil ocorreram enquanto o país sofre com a pior seca já registrada.

Em meio às dificuldades, o presidente LuLa se comprometeu a concluir a pavimentação de uma estrada que, segundo especialistas, ameaça aumentar enormemente a destruição da floresta tropical. “Sem a floresta, não há água, ela está interligada”, disse Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, criticando os planos do presidente do Brasil de concluir a pavimentação de uma estrada que, segundo especialistas, pode acelerar o desmatamento na Amazônia. (Independent via Associated Press; Independent 2)

A umidade do solo nas principais bacias hidrográficas do Brasil, utilizadas para a geração de energia hidrelétrica, caiu para níveis mínimos de quase duas décadas, segundo dados coletados pelo London Stock Exchange Group, com risco de uma grave seca, mesmo após o retorno das chuvas. As chuvas tropicais que alimentam a vasta rede de rios do Brasil normalmente permitem que as usinas hidrelétricas gerem cerca de dois terços da eletricidade do país, mas anos de chuvas fracas prejudicaram o setor, elevando os custos de energia e alimentando a inflação, o que levou os economistas a preverem uma nova rodada de aumentos das taxas de juros. Claudio Vallejos, analista da LSEG, disse que o solo ressecado é o resultado preocupante de uma década com apenas um ano de chuvas acima da média de longo prazo. “O solo acaba agindo como uma espécie de memória das chuvas, com os níveis de umidade refletindo todo o histórico ruim”, disse.

Veja Também:  Incêndios florestais e cadeirada dividem atenção da mídia internacional sobre o Brasil

Le Monde Diplomatique reverbera entrevista do financista Fernão Bracher ao Estadão, para quem falta gestão ao governo Lula para controlar a seca e os incêndios. Ao final do texto a publicação ironiza: Façamos, assim, um singelo exercício mental: pensemos nesse mesmo CEO (Bracher) durante um governo Bolsonaro.

ELEIÇÃO MUNICIPAL

Reportagem do Le Monde leva o título: “No sul do Brasil, os bolsonaristas estão entre a nostalgia e o desejo de virar a página”. Diz o texto que, na cidade de Brusque (SC), que, como o resto do país, renovará sua Prefeitura em 6 de outubro, a maioria dos eleitores permanece leal aos valores conservadores do ex-presidente, mas seus herdeiros estão indo às urnas divididos. Nesta cidade de 150.000 habitantes no estado de Santa Catarina, seria um eufemismo dizer que a esquerda não é a favorita nas eleições de 6 de outubro, quando o Brasil renova seus mais de 5.500 conselhos municipais. Na eleição presidencial de 2022, o atual chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva, obteve apenas 21,4% dos votos em Brusque, em comparação com 78,6% para a extrema direita de Jair Bolsonaro (50,9% e 49,1%, respectivamente, em nível nacional). Cedenir Simon, candidato pelo PT: “As pessoas estão ouvindo novamente. As coisas estão mudando”, ele se entusiasma.

Sobre o fenômeno Marçal e a possível vitória de Boulos em SP (La Diária)

APELO A LULA NA VENEZUELA

Centenas de pessoas marcharam na quarta-feira até a embaixada brasileira em Caracas para pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que interceda pela libertação de 2.500 “presos políticos” na Venezuela. O número inclui mais de 2.400 pessoas presas em protestos contra a reeleição de Nicolás Maduro em 28 de julho, que foi proclamada em meio a alegações de fraude pela oposição, que reivindica a vitória de Edmundo González Urrutia, atualmente exilado na Espanha.

A manifestação foi convocada para entregar uma carta a Lula, que está liderando, junto com seu colega colombiano Gustavo Petro, os esforços para uma solução pacífica para a crise pós-eleitoral. “Fizemos com que ele soubesse das condições em que esses nossos parentes se encontram hoje na Venezuela, cujos direitos humanos estão sendo violados”, disse Diego Casanova, parente de um dos presos nos protestos de julho: ”Todos eles são prisioneiros de consciência, nenhum deles cometeu qualquer crime. (Àmbito, El Tiempo)

CHINA-BRASIL

A China vai participar pela primeira vez nos exercícios militares anuais do Brasil. Soldados da República Popular da China vão participar na edição deste ano dos principais exercícios militares das Forças Armadas do Brasil, que iniciam nesta quarta-feira, e que também contam com a participação de soldados dos Estados Unidos. É a primeira vez que a China integra a chamada “Operação Formosa”, que se realiza desde 1988, no estado de Goiás. (Público)

Na imagem, o presidente Lula ao lado do ministro Fernando Hadadd / Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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