Lula: Irresponsabilidade de Bolsonaro na pandemia não ficará impune
O presidente Lula garantiu nesta quarta-feira que a irresponsabilidade durante a pandemia de Covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem descreveu como um genocida, não ficará impune pelas mortes ocorridas, informou a agência cubana Prensa Latina. Durante seu discurso na 17ª Conferência Nacional de Saúde, Lula também chamou Bolsonaro de negacionista e citou que as pessoas morreram “por falta de atenção, por negacionismo, por falta de vacina, por falta de respirador”. Morreram, disse ele, “porque este país, em algum momento, teve um governo que não era um governo. Foi um genocida que colocou em prática a atitude mais perversa em relação aos seres humanos”, enfatizou. Lula disse ainda que “haverá um dia neste país em que a Covid-19 será estudada com mais profundidade e haverá um dia em que alguém será julgado pela irresponsabilidade e descaso no tratamento do SUS”. Ele insistiu, sem mencionar um nome, que esse assunto enfrentará os tribunais “alguém que resolveu desafiar a ciência, os cientistas, os pesquisadores, a OMS (Organização Mundial da Saúde)”. Citou ainda que “o fascismo ainda está solto nas ruas do país”.
A publicação The Brazilian Report explora, em várias reportagens, a inelegibilidade de Bolsonaro noticiando que esta decisão da Justiça Eleitoral é só o começo das questões contra o ex-presidente, que tem mais de 600 ações sendo investigadas contra ele, de questões simples a criminais.
Mercosul
A reunião de cúpula do Mercosul aconteceu na terça-feira (04/07), mas o jornal argentino La Nación publicou reportagem sobre o evento nesta quarta (05/07) com foco no papel do Uruguai. Segundo o texto, o Mercosul é deficiente para o Uruguai basicamente porque não se abre para o mundo – as negociações para isso são muito lentas – nem tem a flexibilidade regulatória para permitir que parceiros que queiram seguir caminhos bilaterais com outros países o façam sem problemas, como este governo está de fato tentando fazer com a China, com quem quer assinar um Acordo de Livre Comércio. Lacalle Pou, presidente do Uruguai, não foi tão longe quanto o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Francisco Bustillo, que no dia anterior havia dito que o Uruguai deveria analisar “a possibilidade de deixar o Mercosul como Estado fundador e se tornar um Estado associado”.
La Nación publicou ainda as diferenças entre os países do Mercosul sobre o acordo com a União Europeia. Informa que, em princípio, a Argentina e o Brasil se opõem à assinatura do pré-acordo, ao qual a UE acrescentou novas condições em fevereiro (após três anos de pouco progresso). Com uma posição muito diferente, o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, é a favor da aprovação do acordo “como está”.
Ainda sobre a reunião dos países do Mercosul, o chileno El Mercúrio noticia que o bloco está se preparando para colocar suas cartas na mesa na demorada e desafiadora negociação de um acordo de livre comércio com a União Europeia (UE), um pacto que os sul-americanos acreditam ser necessário, mas não nos termos que os europeus estão propondo atualmente. O Mercosul considera “inaceitáveis” as reivindicações ambientais da Europa. Lula, que agora ocupa a presidência semestral do Mercosul, pediu uma “resposta rápida e vigorosa” por meio de uma contraproposta consensual que pode exigir uma nova reunião dos líderes do bloco.
Economia
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Na foto, Lula participou hoje da 17a Conferência Nacional de Saúde / Por Cláudio Kbene
Jornalista, ex-Folha, Reuters e Valor Econômico. Participei da cobertura de posses presidenciais, votações no Congresso, reuniões ministeriais, além da cobertura de greves de trabalhadores e de pacotes econômicos. A maior parte do trabalho foi no noticiário em tempo real. No Fórum 21, produzo o Focus 21, escrevo e edito os textos dos analistas.