Mídia internacional repercute prisão de bolsonaristas suspeitos de planejar golpe e execução de Lula

Mídia internacional repercute prisão de bolsonaristas suspeitos de planejar golpe e execução de Lula

Contragolpe

A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira (19) quatro militares e um agente federal acusados de planejar, em 2022, o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de impedir sua posse. As prisões ocorreram no Rio de Janeiro, onde três dos militares atuavam na segurança da cúpula do G20. Denominada Contragolpe, a operação também teve ações em Goiás, Amazonas e no Distrito Federal, cumprindo três mandados de busca e apreensão, além de 15 medidas cautelares.

Entre os detidos está o general da reserva Mário Fernandes, que integrou a Secretaria-Geral da Presidência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, e membros do grupo de elite do Exército conhecido como “Kids Pretos”, especializado em guerrilha e guerra irregular. Um ex-agente da Polícia Federal também foi preso.

Batizado de “Punhal Verde e Amarelo”, o plano incluía, entre outras táticas, o uso de venenos para assassinar Lula. Além disso, o plano tinha como alvos o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O ataque contra Lula estava planejado para o dia 15 de dezembro de 2022, 45 dias após sua vitória eleitoral, como parte de uma estratégia para desestabilizar as instituições democráticas. As investigações revelaram que os envolvidos utilizavam nomes fictícios em um grupo no aplicativo Signal para ocultar suas identidades.

A trama teria sido aprovada durante uma reunião na residência de Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro. Após o golpe, o plano previa a criação de um “gabinete de crise”, que seria liderado por um general aposentado e pelo próprio Braga Netto.

A operação se baseou em dados extraídos do celular de Mauro Cid, ex-secretário de Jair Bolsonaro, investigado por omitir informações em seu depoimento. Fernandes, apontado como o principal líder do esquema, teria informado a Cid que Bolsonaro mencionou, em conversa no dia 8 de dezembro, que a diplomação de Lula, realizada em 12 de dezembro, não impediria a execução do plano. A operação também revelou que o grupo planejava uma estrutura de comando para coordenar as ações, contando com recursos humanos e bélicos de alta capacitação técnica.

A PF também revelou que Fernandes planejava liderar grupos, incluindo agricultores e caminhoneiros que estavam acampados em frente a quartéis. Ele teria solicitado a Mauro Cid que informasse Jair Bolsonaro sobre as ações, com o objetivo de proteger os manifestantes de possíveis medidas judiciais.

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As prisões representam o desdobramento mais grave até o momento na investigação sobre as tentativas de golpe por parte de apoiadores de Jair Bolsonaro após as eleições de 2022. As investigações que resultaram nas prisões estão diretamente ligadas aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram a Praça dos Três Poderes.

Após as prisões, autoridades brasileiras repudiaram os ataques à democracia e destacaram o envolvimento de aliados do governo Bolsonaro nos atos golpistas. Os detidos poderão responder por tentativa de golpe, organização criminosa e outros crimes graves. A Polícia Federal segue investigando a possível participação de Bolsonaro no planejamento do golpe (Prensa Latina, Página 12, El Diario, La Nación Chile, La Nación Argentina, Financial Times, The Guardian).

Lula pede compromisso climático no G20: “Na luta pela sobrevivência, não há espaço para negacionismo e desinformação”

O presidente Lula abriu o segundo dia da Cúpula do G20 nesta terça-feira (19), no Rio de Janeiro, com um discurso enfático sobre a necessidade de ações urgentes contra o aquecimento global. Ele pediu que as metas de neutralidade de carbono sejam antecipadas para 2040 ou 2045 e sugeriu a criação de um Conselho de Mudança Climática na ONU para integrar ações globais.

Lula destacou que os países ricos precisam assumir suas responsabilidades históricas para ter credibilidade nas exigências feitas às nações em desenvolvimento e cobrou que estas últimas ampliem os programas de redução de emissões em todos os setores produtivos.

Citanto o Brasil como exemplo, o presidente lembrou o compromisso assumido na COP29 de reduzir as emissões em 67% até 2035 e erradicar o desmatamento até 2030, e apontou a queda de 45% no desmatamento da Amazônia nos últimos dois anos como prova de que avanços são possíveis.

Os líderes do G20 reafirmaram a meta de neutralidade de carbono até meados do século e anunciaram compromissos para aumentar o financiamento climático, incluindo o lançamento do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF – Tropical Forest Forever Facility, em inglês) em 2025. O evento será encerrado com a transferência da presidência rotativa do G20 do Brasil para a África do Sul (Clarín).

*Imagem em destaque: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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