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Milei responde ao pedido de desculpas de Lula: “O presidente não fez nada de que se arrepender”

Milei responde ao pedido de desculpas de Lula: “O presidente não fez nada de que se arrepender”

O pedido de desculpas de Lula a Milei foi o destaque da mídia desta quarta-feira. Percebe-se que parte das reportagens concorda com o presidente brasileiro. A decisão do STF sobre o porte de maconha também atrai os jornais, como o New York Times.

O presidente Lula disse nesta quarta-feira que acredita que seu colega argentino Javier Milei deve a ele e aos brasileiros um pedido de desculpas por ter dito “um monte de coisas estúpidas” sobre o Brasil. O “líder esquerdista brasileiro” disse em uma entrevista ao portal de notícias UOL que ainda não se encontrou com Milei, um libertário de direita que assumiu o cargo em dezembro, porque ele quer um pedido de desculpas primeiro. Milei, um aliado do ex-presidente brasileiro de extrema direita Jair Bolsonaro, atacou Lula várias vezes durante a campanha presidencial do argentino no ano passado, chamando-o de “comunista raivoso” e “corrupto”. “Eu só quero que ele peça desculpas”, disse Lula. “A Argentina é um país que eu gosto muito. É um país muito importante para o Brasil e o Brasil é muito importante para a Argentina.” Este mês, o Brasil pediu à Argentina informações sobre dezenas de apoiadores de Bolsonaro que buscaram refúgio no país vizinho para evitar consequências legais por terem invadido a capital, Brasília, no ano passado, como parte de uma suposta tentativa de golpe. (Reuters)

Também o La Nación publicou a declaração de Lula sobre o pedido de desculpas a Milei e defendeu o fato de que os fugitivos pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília devem ser presos na Argentina se não for possível extraditá-los. As declarações mostraram o constrangimento que continua a nortear a relação entre Milei e Lula, mas não surpreenderam os diplomatas envolvidos na relação bilateral. “Um encontro [entre Lula e Milei] ainda é improvável. Está claro para todos”, disse uma fonte brasileira algumas horas após os comentários, que não tinha conhecimento de qualquer tentativa do governo brasileiro, sob reserva, de obter um pedido de desculpas que abriria caminho para uma reunião bilateral.

A UiPress, agência uruguaia de notícias: As declarações foram recebidas com uma resposta rápida do governo argentino: “O presidente não fez nada de que se arrepender”, disse o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, em uma coletiva de imprensa na Casa Rosada, em Buenos Aires.

O uruguaio La Diaria foi na mesma linha dos demais, com a cobrança do pedido de desculpas de Lula.

“Milei dinamita as relações internacionais enquanto Lula pede que ele se desculpe por seus insultos”, publica o espanhol El Diario.ES. Em extensa reportagem, afirma que a Argentina adotou uma postura ultraconservadora em sua política externa.

No El Tiempo e no Ambito, também a resposta de Milei: O governo argentino, por sua vez, respondeu a Lula que Milei não precisa “se arrepender de nada”.

No site La Política Online o título diz tudo: “Lula duríssimo com Milei”

GOLPE NA BOLÍVIA

A Bolívia sofreu nesta quarta-feira uma tentativa de golpe de Estado, segundo afirmou o presidente do país, Luis Arce. Tanques do Exército e militares armados invadiram o palácio presidencial, e ainda estavam no local até a última atualização desta reportagem, segundo testemunhas da agência de notícias Reuters. Outros soldados, de tropas ainda leais ao governo, cercavam o palácio até a última atualização desta reportagem. A imprensa brasileira reproduz o texto da Reuters.

O presidente Lula se manifestou em redes sociais: “A posição do Brasil é clara. Sou um amante da democracia e quero que ela prevaleça em toda a América Latina. Condenamos qualquer forma de golpe de Estado na Bolívia e reafirmamos nosso compromisso com o povo e a democracia no país irmão, presidido por @LuchoXBolivia”. (Luis Arce)

MACONHA: NYT

“Brasil se torna o maior país a descriminalizar a maconha”, diz o título do New York Times, e completa: a Suprema Corte do país votou nesta quarta-feira para remover as penalidades criminais para a posse de até 40 gramas de maconha para uso pessoal, tornando o país de 203 milhões de habitantes o maior a tomar tal medida e o mais recente sinal de uma crescente aceitação global da droga. Acompanha foto “Legalize Já” da recente manifestação em São Paulo.

O britânico Independent diz que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a favor da descriminalização da posse de maconha para uso pessoal torna o Brasil a um dos últimos países da América Latina a fazê-lo e pode reduzir sua enorme população carcerária.

O Le Monde citou o ministro Alexandre de Moraes, que  denunciou o fato de que “os jovens, especialmente os negros, são considerados traficantes de drogas se forem presos em posse de quantidades muito menores de drogas do que os brancos com mais de 30 anos”. O assunto continua altamente polêmico no Brasil, onde os movimentos conservadores se opõem firmemente a qualquer descriminalização.

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ESCRAVIDÃO

O Brasil está pronto para ajudar o governo de Portugal a implementar medidas de reparação dos legados da escravidão transatlântica e do colonialismo, compartilhando suas próprias experiências e boas práticas, disse Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial nesta quarta-feira. O presidente português Marcelo Rebelo de Sousa disse em abril que seu país era responsável por crimes cometidos durante a escravidão na era colonial, e sugeriu que havia necessidade de reparações. Anielle Franco afirmou que os comentários do presidente de Portugal foram importantes porque, por muitos anos, os erros do passado não foram reconhecidos pelos detentores do poder. “Foi um primeiro passo”, disse ela à Reuters à margem de um fórum jurídico em Lisboa, acrescentando que estava aberta a compartilhar boas práticas de medidas já em vigor no Brasil, como o sistema de cotas raciais. “A reparação não se trata apenas de pagamentos (financeiros)… a reparação consiste em leis, políticas públicas, educação, dar visibilidade às pessoas… trata-se de construir um futuro mais digno”, disse ela.

CONVESCOTE DO GILMAR A LISBOA

“Não vejo prejuízo nem conflito de interesses”: decano do Supremo brasileiro e organizador do ‘Gilmarpalooza’ rejeita críticas, publica o Expresso, com ironia. Seis dos 11 juízes do STF participam no Fórum de Lisboa, um evento organizado pelo ministro Gilmar Mendes. Durante três dias, representantes dos três poderes brasileiros encontram-se na capital portuguesa, com juízes, ministros e deputados, além de empresários, juntos em mesas de debate, mas também em jantares e ‘cocktails’ informais. A imprensa brasileira fala em cerca de €22 mil para custear a vinda de ministros do Governo Lula. O promotor do evento paga as viagens e estadia de juízes e professores, mas, em entrevista ao Expresso, diz não ter “ainda” ideia do custo total. A deslocação da comitiva do STF já fez antecipar uma votação. Gilmar Mendes contemporiza: “Se tiver de despachar algum processo, também o faço à distância”, o mesmo acontecendo com os restantes juízes, garante.

INFLAÇÃO

O governo brasileiro assinou um decreto nesta quarta-feira estabelecendo meta de inflação contínua a partir de 2025, com prestação de contas trimestral pelo banco central. A partir de janeiro, a meta será considerada não atingida se a inflação anual se desviar por seis meses consecutivos da faixa do respectivo intervalo de tolerância. Nesses casos, o banco central emitirá uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões, as medidas necessárias para trazer a inflação de volta à meta e o cronograma esperado para sua eficácia. A meta oficial foi estabelecida em 3% de 2024 a 2026, com uma faixa de tolerância de mais ou menos 1,5 ponto percentual. Lula informou em entrevista ao UOL que o governo decidiu manter a atual meta de inflação. A novidade foi o estabelecimento do prazo contínuo.

CLIMA

A NPR – National Public Radio, rede de rádio pública dos Estados Unidos, traz reportagem sobre as consequências da mudança climática no Brasil, com destaque para a tragédia no Rio Grande do Sul.

PRÊMIO CAMÕES

O governo brasileiro exaltou esta quarta-feira “a força e a criatividade das mulheres” com a distinção do Prémio Camões dado à poetisa brasileira Adélia Prado. Em comunicado, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou a “vitória da cultura brasileira” que representa “a importância de reconhecer a obra de uma mulher brasileira”. “Prado não só eleva a literatura nacional, mas também representa a força e a criatividade das mulheres no cenário cultural, sendo que “este prémio é um tributo à rica tradição literária do Brasil e à capacidade das escritoras brasileiras de capturar a essência da nossa identidade cultural”, lê-se na mesma nota. Adélia Prado foi anunciada na tarde desta quarta-feira como a vencedora deste ano do prêmio Camões, o mais importante reconhecimento da literatura em língua portuguesa. (Correio da Manhã)

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