Moraes determina extradição de investigados no golpe de 8/1 foragidos na Argentina

Moraes determina extradição de investigados no golpe de 8/1 foragidos na Argentina

O Focus 21 reúne as citações relevantes sobre o Brasil publicadas pela imprensa internacional

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ordenou a extradição de cidadãos brasileiros atualmente na Argentina ligados à tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 com o objetivo de restaurar à força o ex-presidente Jair Bolsonaro ao cargo, poucos dias após a posse do presidente eleito Lula.

O pedido de extradição, inicialmente apresentado pela Polícia Federal, está agora com o Ministério da Justiça, que o repassará ao governo argentino. Há informações de que entre 50 e 100 apoiadores de Bolsonaro acusados de insurreição e vandalismo fugiram para a Argentina depois que o direitista Javier Milei se tornou presidente em dezembro. Mas agora fala-se em 63 fugitivos.

A maioria dos fugitivos já foi julgada e condenada pela Suprema Corte e enfrenta sentenças severas de até 17 anos de prisão por planejar um golpe, disse na época um policial sênior envolvido na investigação.

O Ministério da Justiça não comentou sobre pedidos específicos de extradição em andamento, mas disse em um comunicado que o processo de extradição envolve a análise ministerial de pedidos que seriam enviados ao Ministério das Relações Exteriores, que então remeteria a documentação à embaixada do Brasil em Buenos Aires para comunicação ao governo argentino.

(Reuters / Independent, com AP / La Politica Online)

 La Nación: Moraes, o maior inimigo de Bolsonaro. Em junho, o governo brasileiro recebeu do governo do presidente Javier Milei uma lista com os nomes de cerca de 60 pessoas procuradas pela Justiça brasileira que estavam em território brasileiro. O governo argentino, por meio do porta-voz da presidência Manuel Adorni, negou que haja um “pacto de impunidade” para garantir asilo aos condenados ou investigados pelos ataques do golpe. Adorni disse em junho que o assunto é apenas uma “questão judicial”. O governo brasileiro espera que o Ministério das Relações Exteriores de Milei cumpra as solicitações assim que elas chegarem a Buenos Aires. “Assim que os pedidos de extradição chegarem, eles serão enviados ao Ministério das Relações Exteriores da Argentina e, em seguida, serão encaminhados ao sistema judiciário argentino”, disse Julio Bitelli, embaixador do Brasil em Buenos Aires.

STF / NYT

Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal, defende a ampliação dos poderes do STF em entrevista exclusiva ao The New York Times. O Supremo Tribunal Federal do Brasil se tornou talvez a instituição mais poderosa do país — e um dos tribunais superiores mais poderosos do mundo — em parte porque concedeu a si mesmo esse poder. Em entrevista, ele defendeu as ações do tribunal e argumentou que elas poderiam servir como um modelo para combater o movimento global da extrema-direita. (NYT em português)

PENA MAIOR AO PREDADOR DO MEIO AMBIENTE

O governo brasileiro apresentou hoje um projeto de lei que propõe pesadas mais pesadas para crimes associados à destruição do ambiente, em resposta aos incêndios, muitos deles criminosos, que ocorreram no país este ano. A proposta foi enviada ao Congresso. (Guardião)

SEM HORÁRIO DE VERÃO

O governo brasileiro decidiu não optar pelo horário de verão neste ano. A informação é do ministro de Energia e Mineração, Alexandre Silveira. Ele observou que o país não enfrenta nenhum risco esperado para seu setor de energia. As autoridades avaliarão um possível retorno ao horário de verão no próximo ano. (Reuters)

DEFESA DA AMAZÔNIA

O Guardian faz a pergunta no título: Lula e Petro têm a chance de uma vida inteira para salvar a Amazônia. Será que eles conseguirão unir idealismo e realpolitik para conseguir isso? Os líderes sul-americanos estão no centro das atenções enquanto se preparam para sediar a cúpula de biodiversidade Cop16 nesta semana, a reunião do G20 em novembro e a cúpula climática Cop30 no ano que vem, responde o jornal britânico.

As nações de florestas tropicais do Brasil e da Colômbia têm a melhor oportunidade em uma geração para tirar a Amazônia do abismo, pois sediam três das negociações ambientais mais importantes do mundo no espaço de pouco mais de um ano.

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No processo, seus líderes – o presidente colombiano, Gustavo Petro, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, mais cauteloso e contraditório – oferecerão visões sobrepostas para o futuro da Amazônia e o caminho do mundo para o zero líquido.

BRICS NA RÚSSIA

Os ministros das Relações Exteriores da Rússia e do Brasil, Sergey Lavrov e Mauro Vieira, conversaram por telefone para discutir a crise ucraniana e os preparativos para uma cúpula do BRICS na Rússia. “Uma discussão substancial foi dada aos preparativos para a 16ª cúpula do BRICS a ser realizada em Kazan de 22 a 24 de outubro, bem como certos aspectos das atividades do grupo”, disse o ministério. “Algumas questões relacionadas à crise ucraniana também foram abordadas.” (Tass, em curtíssima nota)

A Rússia está tentando convencer os países do BRICS a construir uma plataforma alternativa para pagamentos internacionais que seria imune às sanções ocidentais quando receber os líderes do grupo em uma cúpula na próxima semana.

O presidente Vladimir Putin está empenhado em construir o BRICS – que se expandiu para incluir Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos, além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – como um poderoso contrapeso ao Ocidente na política e no comércio globais.

A cúpula de 22 a 24 de outubro na cidade de Kazan está sendo apresentada por Moscou como prova de que os esforços ocidentais para isolar a Rússia fracassaram. Ela quer que outros países trabalhem com ela para reformular o sistema financeiro global e acabar com o domínio do dólar americano.

O ponto central para isso é a proposta de um novo sistema de pagamentos baseado em uma rede de bancos comerciais ligados entre si por meio dos bancos centrais do BRICS, de acordo com um documento preparado pelo ministério das finanças e pelo banco central da Rússia, distribuído aos jornalistas antes da cúpula. (Reuters)

No caso da adesão da Venezuela ao grupo, o BRICS terá a oportunidade de aumentar a cooperação com os países da América Latina e do Caribe, declarou o vice-ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Coromoto Godoy Calderon. “O acesso [da Venezuela] ao Oceano Atlântico garante uma conexão estratégica com outras regiões do mundo, o que contribuirá para o fortalecimento e aprofundamento da cooperação econômica e comercial entre o BRICS e [os países da] América Latina e Caribe”, disse ela em um discurso, cujo texto foi citado pela estação de rádio local Radio Fe y Alegria. De acordo com o jornal venezuelano Ciudad de Caracas, a diplomata também enfatizou que, se o país entrar para o grupo, suas autoridades defenderão, junto com todos os membros do BRICS, a criação de uma ordem mundial multipolar e resistirão à hegemonia ocidental. “[A Venezuela pretende] promover o desenvolvimento de novas relações na política internacional, graças às quais será formado um mundo multipolar com muitos centros, que se tornará <…> uma garantia de paz no planeta”, disse ela. Entre os países latino-americanos, apenas um estado fundador é membro da organização – o Brasil. (Tass)

MERCOSUL / UNIÃO EUROPEIA

Os embaixadores da União Europeia concordaram, nesta quarta-feira, em adiar a implementação da lei de desmatamento do bloco em um ano, até o final de dezembro do próximo ano, disseram em um comunicado. A Comissão propôs o adiamento neste mês, depois de sofrer intensa pressão de alguns Estados membros e dos principais exportadores de produtos agrícolas, como o Brasil e a Malásia. A lei foi acordada em junho de 2023, com a aplicação a ser iniciada em 30 de dezembro deste ano. (Reuters)

Na imagem, destruição durante ato golpista do 8 de janeiro de 2023 em Brasília / Reprodução

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