Na ONU, Lula rebate crítica de Zelensky: ‘Se ele fosse esperto, diria que a solução é diplomática, não militar’

Na ONU, Lula rebate crítica de Zelensky: ‘Se ele fosse esperto, diria que a solução é diplomática, não militar’

O Focus 21 reúne as citações relevantes sobre o Brasil publicadas pela imprensa internacional

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky rejeitou nesta quarta-feira os esforços da China e do Brasil para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia, questionando por que os dois estavam propondo uma alternativa à sua própria fórmula de paz e alertando: “Vocês não aumentarão seu poder às custas da Ucrânia”.  A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022. Nove meses depois, Zelensky anunciou um plano de paz de 10 pontos para pôr um fim justo à guerra com base na Carta da ONU e no direito internacional. Moscou rejeitou o plano.

“A fórmula de paz já existe há dois anos, e talvez alguém queira um Prêmio Nobel por sua biografia política, por (uma) trégua congelada, em vez de paz real, mas os únicos prêmios que Putin lhe dará em troca são mais sofrimento e desastres”, disse Zelensky na Assembleia Geral das Nações Unidas, referindo-se ao presidente russo Vladimir Putin. Zelensky disse que propor “alternativas, planos de acordo sem convicção, os chamados conjuntos de princípios” dariam a Putin o espaço político para continuar a guerra. O presidente Lula defendeu o plano quando discursou na Assembleia Geral na terça-feira. (Reuters / Público / RT, rede de TV russa / El Tiempo / El Diario ES / La Nación)

O noticiário da mídia brasileira traz a resposta de Lula a Zelensky dada em entrevista coletiva do presidente em Nova York. “Tem uma tese que é importante começar a conversar. Eu vou dizer mais, ele, se fosse esperto, diria que a solução é diplomática, não militar. Isso depende da capacidade de sentar e conversar, ouvir o contrário e tentar chegar a um acordo para que o povo ucraniano tenha sossego na vida, é isso”. “Ele tem que ser contra ocupação territorial, é a obrigação dele. O que ele não tá conseguindo fazer é a paz. E o que nós estamos propondo fazer não é a paz por ele. Nós estamos é chamando a atenção para que eles levem em consideração que somente a paz vai garantir que a Ucrânia sobreviva enquanto país soberano e a Rússia sobreviva. É isso que nós estamos falando”, respondeu. (G1)

A Ucrânia encontrou seu intermediário preferido para ajudar a encerrar a guerra com a Rússia: o primeiro-ministro indiano Narendra Modi. Como parte de uma relação diplomática florescente, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy encontrou-se com Modi na noite de segunda-feira em Nova York, durante a qual os dois líderes e suas comitivas discutiram o caminho para um acordo de paz. Uma autoridade ucraniana de alto escalão, que concedeu anonimato para discutir o assunto delicado, confirmou que a Índia é a grande esperança de Kiev para chegar a um pacto de paz com o qual pudesse conviver, segundo o site Politico. Modi foi claro nas discussões com Kiev que – embora a Ucrânia precisasse inevitavelmente fazer concessões em alguns aspectos para acabar com o ataque de Moscou – qualquer proposta para acabar com a guerra não deveria incluir a cessão de território à Rússia.

Os esforços de pacificação de países como a Arábia Saudita não surtiram efeito, enquanto a China foi acusada de ajudar ativamente o esforço de guerra de Moscou e Zelenskyy criticou o governo do Brasil por “ficar do lado da Rússia”. “Somos um país que pode falar abertamente com os russos sobre esse problema [ucraniano]”, disse o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, durante uma visita à Malásia em março.

Putin confirmou isso no início deste mês, dizendo que tinha “confiança e segurança” na Índia, na China e no Brasil – todos membros do grupo Brics para servir como intermediários com a Ucrânia.

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Zelenskyy há muito tempo rejeita qualquer proposta que inclua a cessão de terras por parte da Ucrânia e atacou furiosamente um plano de paz de seis pontos da China e do Brasil que não mencionava a preservação da integridade territorial da Ucrânia. A Índia não está envolvida neste plano. (Politico)

Russian TV repercutiu reportagem exclusiva do Politico.

CONTRA A EXTREMA-DIREITA

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, defendeu nesta terça-feira a necessidade de uma resposta “coordenada” contra os avanços do extremismo e da desinformação que ameaçam as democracias em nível global. Devemos responder aos inimigos da democracia com a mesma tenacidade e coordenação que eles usam para miná-la”, disse o presidente durante o evento “Em Defesa da Democracia. Combatendo o extremismo”, realizado no âmbito da 79ª Assembleia Geral da ONU, que começou esta semana em Nova York. O presidente espanhol, juntamente com o brasileiro Lula, lidera uma reunião sobre a defesa da democracia na abertura da 79ª Assembleia Geral em Nova York. (El Diario ES)

VENEZUELA

Dois dos mais antigos aliados de Nicolás Maduro chamaram a atenção durante a reunião anual das Nações Unidas ao organizar um evento pró-democracia. Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, inicialmente conceberam o evento para destacar as ameaças representadas pela extrema direita. Mas a brutal repressão do líder venezuelano aos oponentes após sua autodeclarada vitória em uma eleição em julho, em vez disso, desviou a atenção para suas políticas em relação à nação sul-americana sitiada – e gerou críticas de que eles permitiram o regime. (Japan Times com Bloomberg)

MENOS $ PARA EDUCAÇÃO

Em mais uma reportagem sobre o Brasil, o Le Monde Diplomatique traz o título: “Os gastos com educação estão vinculados a problemas estruturais e econômicos do país”. Conforme relatório publicado no dia 10 de setembro pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre 2015 e 2021, o Brasil diminuiu o investimento em ensino em 2,5%. Nos países que integram a OCDE, essas despesas aumentaram cerca de 2,1% ao ano. A média de investimento público por aluno universitário no Brasil é de 13.569 dólares (R$76,3 mil). Outras nações reservam aproximadamente 17.138 dólares (R$96,3 mil). Argentina, Costa Rica e Chile estão na frente do Brasil no ranking.

EVENTO VERDE

A Agência EFE realizará mais uma vez em São Paulo a segunda edição do Fórum Latino-Americano de Economia Verde, nos dias 1º e 2 de outubro. Durante o  encontro, representantes de organizações como o BID, PNUD, ONU Mulheres, ABREMA, ABEEólica, G10 Favelas e WATERisLIFE discutirão a situação atual da América Latina, os efeitos da crise climática na região e os principais desafios e soluções para que a região aproveite seu grande potencial e caminhe em direção a um futuro mais sustentável e inclusivo.  O evento também visa enriquecer as discussões antes da COP30, a ser realizada em Belém, no norte do Brasil, em 2025, quando todos os olhos dos líderes mundiais estarão voltados para a Amazônia brasileira.

Na imagem, Lula concede entrevista coletiva na sede da ONU nesta quarta-feira / Ricardo Stuckert / PR

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