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“Ninguém vai impedir que o Brasil aprimore sua relação com a China”, diz Lula em encontro com Xi Jinping

“Ninguém vai impedir que o Brasil aprimore sua relação com a China”, diz Lula em encontro com Xi Jinping

A visita do presidente brasileiro à China é o grande destaque da mídia internacional nesta sexta-feira, 14 de abril

“O líder chinês Xi Jinping se reuniu com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na sexta-feira, como parte de um esforço para fortalecer os laços entre duas das maiores nações em desenvolvimento do mundo”, informa a agência de notícias Associated Press. “A reunião ocorreu no segundo dia da visita de Lula à China, o mais importante parceiro comercial de seu país e aliado-chave em sua tentativa de desafiar as instituições econômicas dominadas pelo Ocidente”. Lula foi recebido com todas as honras militares, incluindo uma salva de 21 tiros, no Grande Salão do Povo adjacente à Praça da Paz Celestial, no coração da capital chinesa. Os dois líderes caminharam ao som da música brasileira “Novo Tempo”, de Ivan Lins.

A agência russa Sputnik News dá destaque para o discurso do presidente brasileiro, que afirmou que ninguém vai proibir o Brasil de melhorar sua relação com a China: “Ontem fizemos visita à Huawei, em uma demonstração que queremos dizer ao mundo que não temos preconceito em nossas relações com os chineses. Ninguém vai proibir que o Brasil aprimore sua relação com a China”, afirmou Lula.

“O Brasil restabeleceu suas relações diplomáticas com a China, seu maior parceiro comercial, com uma visita de Estado na sexta-feira, na qual concordaram em aumentar os investimentos e a cooperação em tecnologia e desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo em que pedem negociações de paz na Ucrânia”, diz conteúdo distribuído pela Reuters. Lula e vários de seus ministros assinaram acordos com o presidente Xi Jinping e outras autoridades chinesas em Pequim. Xi disse que a China fez das relações com o Brasil uma prioridade diplomática e que os dois países devem aprofundar a cooperação prática em setores como agricultura, energia e construção de infraestrutura. “Temos uma relação extraordinária com a China, uma relação que a cada dia se torna mais aguda e forte”, disse Lula antes de seu encontro com Xi. Brasil e China precisam trabalhar juntos para que a relação não seja apenas de interesse comercial, acrescentou.

“A China coloca as relações com o Brasil em um lugar prioritário em nossas relações exteriores. Você é nosso velho amigo e um bom amigo. Foi com sua atenção e apoio que as relações China-Brasil deram um grande salto”, elogiou Xi, de acordo com o argentino La Nación, em publicação que ressalta que a visita de Lula à China também incluiu a posse na quinta-feira da ex-presidente brasileira Dilma Rousseff como chefe do Novo Banco de Desenvolvimento apoiado pela China, que financia projetos de infraestrutura no Brasil e em outros países em desenvolvimento. A instituição financeira se apresenta como uma alternativa ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial , que muitas vezes impõem condições de empréstimo que os países em desenvolvimento criticam como punitivas. O texto ainda diz que uma peça-chave da estratégia de Lula no exterior é sua proposta de que o Brasil e outros países em desenvolvimento, incluindo a China, sejam mediadores da paz na Ucrânia.

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O jornal Público, de Portugal, também destaca a fala de Lula: “Recebido por Xi, Presidente brasileiro quer “elevar o patamar da parceria estratégica” com a China e diz que “ninguém vai proibir” o Brasil de o fazer. Os dois países assinam 15 acordos de cooperação”. E o Brazilian Report dá mais informações sobre os acordos firmados entre os dois países: “Os presidentes do Brasil e da China assinaram 15 acordos bilaterais, a maioria deles de cooperação tecnológica. Outros incluem comércio, agricultura e um acordo para compartilhamento de notícias entre as agências de notícias oficiais dos dois países. Brasil e China concordaram em formar um grupo de trabalho para facilitar o comércio bilateral. O grupo estudará formas de “evitar barreiras desnecessárias ao comércio” e acelerar a “movimentação, liberação e desembaraço aduaneiro de mercadorias”. Do lado brasileiro, o grupo será composto por integrantes tanto do Ministério das Relações Exteriores quanto do Ministério do Desenvolvimento — este último chefiado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin”.

De acordo com o estadunidense Washington Post, a reunião ocorre em um momento em que Xi projeta uma imagem da China como líder de uma ordem mundial que não é restringida pelos Estados Unidos.  Diz a publicação: “A reunião de Lula com Xi segue uma série de visitas recentes de outros líderes mundiais à China, incluindo os líderes da França, Espanha, Cingapura e Malásia, bem como o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, um aliado próximo do presidente russo Vladimir Putin, com quem Xi se encontrou no mês passado em Moscou. A onda de diplomacia de alto nível da China está ocorrendo enquanto Xi posiciona a China como um intermediário de poder diplomático, oferecendo uma proposta para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia e mediando uma reaproximação entre a Arábia Saudita e o Irã.

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Enquanto os holofotes da mídia mundial estão sob Lula, o argentino El Diario publica matéria que trata da liderança “latente” de Bolsonaro e diz: O ex-presidente de extrema direita se limita a divulgar mensagens nas redes sociais para reivindicar sua gestão, embora seu círculo de aliados tenha sido reduzido e ele tenha 33 processos pendentes na Justiça.

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