Psol aciona PGR contra deputados bolsonaristas por disseminação de fake news sobre o RS

Psol aciona PGR contra deputados bolsonaristas por disseminação de fake news sobre o RS

FAKE NEWS SOBRE O RS

O Psol (Partido Socialismo e Liberdade) protocolou nesta segunda-feira (13) uma representação na Procuradoria-Geral da República contra sete deputados da Câmara por disseminação de notícias falsas. Os parlamentares citados são Filipe Martin, Gilvan da Federal, Paulo Bilynskyj, Caroline de Toni, General Girão, Coronel Assis e Coronel Ulysses, todos dos partidos conservadores PL e União Brasil.

Desde o início das fortes chuvas, mais de 20 notícias contendo informações falsas envolvendo a trágica situação no Rio Grande do Sul surgiram, foram disseminadas e propagadas por figuras políticas e artistas associados à extrema-direita. Segundo o jornal O Globo, essas fake news tiveram audiência superior a 13 milhões de visualizações nas plataformas digitais.

O Governo Federal lançou uma campanha de conscientização no domingo (12), em resposta à disseminação de desinformação, depois de ter solicitado à Polícia Federal que iniciasse uma investigação contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o senador Cleitinho Azevedo e o influencer Pablo Marcal, por declarações falsas sobre a situação no Sul do país.

Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente inelegível, acusou o presidente Lula de ter demorado quatro dias para tomar medidas em respostas às chuvas. A informação foi desmentida. Azevedo e Marçal alegaram que as doações ao estado não estavam sendo entregues por falta de nota fiscal, afirmação que foi refutada pelo secretário chefe da Casa Civil, Artur Lemos.

Outros políticos também compartilharam informações falsas. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, declarou que caminhões estavam sendo multados, o que foi negado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O deputado Gilvan da Federal afirmou na Câmara dos Deputados que barcos e motos aquáticas estavam sendo detidos para verificação de documentos, uma afirmação desmentida pelo coronel Douglas Soares, subcomandante geral da Brigada Militar (Prensa Latina).

NO BRASIL…

O número de mortos pelas cheias que castigam o sul do Brasil nas últimas duas semanas chegou a 148, além de 127 pessoas desaparecidas e 806 feridas. De acordo com a Defesa Civil, a tragédia já se estendeu a 447 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, afetando 2,12 milhões de pessoas, o correspondente a 18,8% dos 11,3 milhões de habitantes do estado.

Mais de 80 mil pessoas tiveram que ser alojadas em abrigos improvisados em escolas, ginásios e igrejas, e outras 538 mil em casas de familiares e amigos. Os trabalhos de resgate, envolvendo 27.651 bombeiros, militares e policiais com o apoio de 4.405 veículos, 41 aeronaves e 340 embarcações, já salvaram mais de 76 mil pessoas e 10 mil animais.

As chuvas do final de semana elevaram o nível dos rios, que havia começado a diminuir na última sexta-feira (10). O Guaíba, que inundou grande parte do centro histórico da capital Porto Alegre, incluindo seu aeroporto e terminal rodoviário, subiu novamente e agora está em 4,78 metros. Os rios Taquari e Caí voltaram a transbordar, causando novas inundações em municípios do interior. Na madrugada desta segunda-feira (13), o grande volume de água derrubou a ponte que ligava as cidades de Caxias do Sul e Nova Petrópolis.

As novas cheias levaram as autoridades a declararem alerta máximo devido à possibilidade de inundações intensas na região dos Vales. A situação pode piorar nos próximos dias, com previsão de novos temporais com chuvas, frio e fortes rajadas de vento (El Tiempo).

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NA ARGENTINA…

As inundações no sul do Brasil alcançaram o litoral argentino, afetando as províncias de Corrientes e Entre Ríos, especialmente a cidade de Concordia. O nível do rio Uruguai começou a diminuir gradualmente em algumas localidades da província de Corrientes, enquanto em outras a situação continua crítica. Na província de Entre Ríos, a emergência devido às inundações em Concordia persiste, ao mesmo tempo em que Gualeguaychú também é afetada pelo avanço da água (Ámbito).

NO MUNDO.

As chuvas intensas estão desencadeando inundações devastadoras em várias partes do mundo, e não apenas no Brasil e na Argentina.

No Quênia, as recentes enchentes resultaram em quase 300 mortes, além de 75 pessoas desaparecidas e 190 feridas, com cerca de 285 mil indivíduos deslocados, de acordo com o Ministério do Interior. Os eventos ocorrem durante a temporada prolongada de chuvas no leste da África, de março a maio, agravada pelo El Niño, e, embora as previsões indiquem uma diminuição gradual das chuvas, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários alertou para o risco de novas inundações devido aos altos níveis de umidade.

No Afeganistão, já fragilizado depois de décadas de conflito armado, mais de 350 pessoas perderam a vida devido às fortes chuvas, conforme divulgado pelo Ministério dos Refugiados do regime talibã. O evento também deixou mais de mil pessoas feridas e 8,8 mil prédios destruídos ou danificados.

Autoridades da Indonésia relatam que mais de 50 pessoas morreram devido às recentes enchentes, com cerca de vinte ainda desaparecidas em Sumatra Ocidental, no oeste do arquipélago, região onde inundações e deslizamentos de terra já resultaram em 26 mortes e 79 mil deslocados no último mês de março.

Os atuais desastres naturais refletem uma tendência global, impulsionada pelo aquecimento do planeta, que afeta especialmente regiões tropicais e equatoriais. O aumento das temperaturas dos oceanos e outros fatores estão exacerbando esses fenômenos, tornando-os mais frequentes e destrutivos (El Mercurio).

GOLPISTAS FUGITIVOS

Pelo menos 10 apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, investigados ou condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, cortaram suas tornozeleiras eletrônicas e fugiram do Brasil.

De acordo com uma investigação do portal UOL, cerca de 51 pessoas suspeitas de participar de eventos antidemocráticos após as eleições de 2022 estão foragidas ou têm mandados de prisão pendentes. Destas, 10 fugiram para o exterior através das fronteiras dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, indo para Argentina e Uruguai.

Sete dos fugitivos já foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a penas superiores a 10 anos de prisão. A maioria dos fugitivos é do sul e sudeste do Brasil, com uma média de idade de 50 anos.

Para realizar a investigação, foram utilizados registros do STF e do Conselho Nacional de Justiça, além de depoimentos de familiares, investigadores, amigos e advogados dos foragidos.

Até o momento, 216 pessoas foram condenadas por participar dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 (Prensa Latina).

*Imagem em destaque: Defesa Civil/RS

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