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The Guardian: Indignação com o avanço no Congresso da lei que ameaça indígenas

The Guardian: Indignação com o avanço no Congresso da lei que ameaça indígenas

Por Carmen Munari

O britânico The Guardian traz extensa reportagem sobre a aprovação do golpe dado na terça-feira pela Câmara dos Deputados contra os indígenas brasileiros, com o título “Indignação com o avanço no Congresso da lei brasileira que ameaça terras indígenas”. No texto, líderes indígenas e ambientalistas no Brasil expressaram horror e indignação depois que os parlamentares aprovaram uma legislação polêmica que os críticos temem que seja um golpe devastador para as comunidades indígenas e tribos isoladas. Os membros da Câmara dos Deputados do Brasil, dominada pelos conservadores, aprovaram o projeto de lei número 490 na noite de terça-feira, por 283 votos a favor e 155 contra. “Vocês terão sangue indígena em suas mãos”, disse a deputada Célia Xakriabá aos apoiadores de direita, enquanto os esquerdistas subiam ao pódio para protestar, tendo nas mãos o corante vermelho das sementes de urucum. O dia mais vergonhoso desde o impeachment de Dilma Rousseff em 2016.

Cúpula

Na agência Associated Press (AP),o forte apoio do presidente brasileiro ao líder autoritário da Venezuela prejudicou a unidade na terça-feira na cúpula sul-americana que o Brasil convocou na esperança de reavivar um bloco dos 12 países politicamente polarizados da região. Lula propôs a criação de uma moeda regional para rivalizar com o dólar, em sua tentativa de que os doze países trabalhem mais estreitamente juntos.  Mas o abraço caloroso de Lula ao presidente autoritário e esquerdista da Venezuela, Nicolás Maduro, pouco antes da reunião, ameaçou o senso de unidade que o presidente brasileiro estava buscando. O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou foi um dos críticos.

O argentino Clarín dedicou extensa reportagem à cúpula de países sul-americanos convocada pelo presidente Lula na terça-feira. Segundo o texto, no final da cúpula de terça-feira em Brasília, onde o presidente venezuelano Nicolás Maduro roubou a cena e mais uma vez e gerou divergências, os presidentes sul-americanos conseguiram chegar a um acordo sobre uma declaração na qual se comprometeram a elaborar um roteiro para supervisionar uma maior integração regional. Na expressão de boas intenções, os líderes reconheceram a importância de manter um diálogo regular para impulsionar a colaboração e projetar a voz da região no mundo.  Os presidentes uruguaio e chileno foram críticos às violações de direitos humanos na Venezuela.

O jornal uruguaio Ámbito também noticiou a posição de Lula sobre a Venezuela ao publica que “o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse hoje que ninguém é obrigado a concordar com suas opiniões sobre a Venezuela, comentando as críticas feitas pelos presidentes do Chile, Gabriel Boric, e do Uruguai, Luis Lacalle Pou, por terem dito que o governo de Nicolás Maduro era alvo de narrativas contra ele.

“Apesar das críticas, Lula, o diplomata, está funcionando a todo vapor”, noticia a publicação francesa Mediapart. Mesmo que isso signifique causar polêmica e levantar questões sobre a Ucrânia e a Venezuela. Após a desastrosa presidência de Jair Bolsonaro, o Brasil está de volta ao cenário internacional sob a liderança de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de assumir o cargo em janeiro, Lula já havia alertado em novembro, durante sua visita à COP27 no Egito: “O Brasil está de volta para renovar seus laços com o mundo […]. Estamos de volta para ajudar a construir uma ordem mundial pacífica, baseada no diálogo e no multilateralismo”.

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Papa

Na Reuters, Lula teve na quarta-feira uma conversa telefônica com o Papa Francisco para discutir temas como a guerra na Ucrânia e a proteção ambiental. Lula agradeceu ao papa por seus esforços de paz, mas lamentou que o conflito entre a Ucrânia e a Rússia tenha se agravado. Também agradeceu por seu apoio às medidas destinadas a proteger a floresta amazônica e convidou Francisco a visitar o Brasil. Os dois devem se encontrar pessoalmente no Vaticano em junho ou julho.

O Ámbito também noticiou a conversa entre Lula e o Papa. Falaram sobre a busca pela paz na Ucrânia e a luta contra a pobreza, em um encontro no qual também discutiram uma possível viagem do Papa ao Brasil. O Papa confirmou que planeja visitar a Argentina em 2024.

Exemplo

A Espanha pode seguir o exemplo dos Estados Unidos e do Brasil e inclinar-se para a extrema-direita nas eleições parlamentares de 23 de julho, disse o primeiro-ministro Pedro Sanchez na quarta-feira, pedindo aos espanhóis que lhe deem “apoio forte e retumbante para os próximos quatro anos”, noticiou a Reuters.  Sanchez, um socialista, convocou uma votação inesperada depois que sua coalizão governista minoritária de esquerda sofreu grandes perdas nas eleições regionais de domingo.  As pesquisas de opinião mais recentes colocam o conservador Partido Popular (PP) à frente dos socialistas, mas sem uma maioria parlamentar completa, o que significa que eles provavelmente terão que negociar uma coalizão com o partido anti-imigração e anti-aborto Vox.

Economia

Pesquisa da Reuters mostra que a economia do Brasil deve apresentar crescimento no primeiro trimestre do ano, impulsionada por safras recordes e pela sólida produção de petróleo bruto, que mais do que compensaram o arrasto da atividade industrial fraca.  

Os bancos brasileiros estão sendo solicitados a cumprir requisitos mínimos de informação para ajudar a combater o desmatamento ilegal ao oferecer linhas de crédito a processadores de carne, informou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) na terça-feira, segundo a Reuters.  O grupo disse que a medida está vinculada às regras aprovadas por seu conselho de autorregulação para promover “finanças sustentáveis” no Brasil, o maior exportador de carne bovina do mundo (Reuters).

A foto acompanha reportagem do The Guardian / Getty Images

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