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UE pressiona Lula com ameaça a acordo do Mercosul

UE pressiona Lula com ameaça a acordo do Mercosul

Carmen Munari

*“Lula e a UE: Uma história de amor/ódio”, no título da publicação americana Politico. O texto, no estilo revista, traz um documento vazado que mostra as pressões da União Europeia sobre o presidente Lula após suas declarações quanto à guerra Rússia x Ucrânia.  Basicamente, o documento, segundo a publicação, diz que as posições do presidente não colaboram para o acordo EU-Mercosul.

A comunidade global de diplomatas, eco ativistas e liberais deu um suspiro coletivo de alívio quando Luiz Inácio Lula da Silva venceu Jair Bolsonaro – também conhecido como o “Tropical Trump” – no ano passado nas eleições presidenciais brasileiras. Em novembro, Lula foi recebido como uma estrela de rock na COP27 no Egito, onde ele disse às multidões “O Brasil está de volta” e prometeu parar o desmatamento. Mas na Europa, os funcionários das relações exteriores estão preocupados com a postura cada vez mais hostil de Lula em relação à Ucrânia… exortando a Europa e os EUA a pararem de ajudar os ucranianos. A UE está agora “preocupada com a posição do Brasil sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia e a falta de entrega do Brasil em relação ao clima [e] ao meio ambiente”, de acordo com uma informação confidencial vazada que os ministros das relações exteriores da UE discutirão em uma cúpula na próxima semana.

A esperança era grande em Bruxelas e em outras capitais da UE de que este ano haveria um acordo comercial com o Mercosul o que permitiria aos países da UE diversificar para longe da China. Segundo o documento, os funcionários da UE ainda querem avançar com o acordo UE-Mercosul, apesar dos sinais negativos do Brasil. Mais fácil dizer do que fazer.

*A reportagem do Politico repercutiu no argentino La Nación, que diz a apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter dito ontem que o Brasil está interessado em concluir o acordo Mercosul-União Europeia (UE) sob um tratado “equilibrado”, a negociação histórica pode não ir adiante agora por causa das declarações polêmicas do presidente brasileiro sobre a guerra na Ucrânia, que preocupou as autoridades europeias.  Quando assumiu a Presidência da maior economia da América Latina, Lula prometeu voltar a colocar o Brasil no cenário mundial, fortalecendo as relações com os países vizinhos e alcançando os Estados Unidos e as potências europeias, após quatro anos de relações tensas sob o comando de Jair Bolsonaro. Os funcionários do bloco europeu esperavam que este ano apresentasse uma oportunidade de selar o pacto. Mas agora, a UE “está preocupada com a posição do Brasil sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia e com a falta de envolvimento do Brasil nas questões climáticas [e] ambientais”, de acordo com um relatório confidencial preparado antes de uma cúpula de ministros das relações exteriores europeus e acessado pelo noticiário “Politico”, informa o La Nación.

O Correio da Manhã português noticia que o presidente Lula salientou nesta quarta-feira que condena a invasão russa na Ucrânia, ao mesmo tempo que defende a paz, depois de ter sido criticado pelos Estados Unidos e pela União Europeia pelas suas declarações. “Ao mesmo tempo em que o meu governo condena a violação da integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada. Falei da nossa preocupação com os efeitos da guerra, que extrapolam o continente europeu”, disse Lula da Silva.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva conduziu hoje cerimônia para comemorar o Dia do Exército no quartel-geral do Exército, onde manifestantes pedindo um golpe de Estado foram instalados há meses, informa Prensa Latina.

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*O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta-feira uma importante lei de desmatamento para proibir a importação de café, carne bovina, soja e outras commodities para a UE, se elas estiverem ligadas à destruição das florestas do mundo, informa a Reuters. A lei exigirá que as empresas que vendem mercadorias para a União Europeia produzam uma declaração de due diligence e informações “verificáveis”, provando que suas mercadorias não foram cultivadas em terras desmatadas após 2020, ou que correm o risco de multas pesadas.  O texto cita a Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), para quem o país – um dos maiores fornecedores de alimentos do mundo, um grande produtor de soja, café e carne bovina – já regula o desmatamento sob seu código florestal, permitindo que algumas áreas sejam desmatadas.

Economia

*A nova regra fiscal brasileira foi projetada para durar muito tempo, enfrentando diferentes ciclos econômicos e políticos, segundo a Reuters, a partir de declaração do secretário da Fazenda Rogério Ceron. “É um caminho sustentável, ao contrário das soluções do passado que tinham uma data de vencimento”, disse.

*A Toyota Motor (7203.T) disse na quarta-feira que investirá 1,7 bilhão de reais (US$ 337,68 milhões) na fabricação de um novo carro híbrido, flex-fuel compacto no Brasil, que funcionará tanto com gasolina quanto com etanol, além do motor elétrico, informa a Reuters.

Outros temas

The Independent: “Os brasileiros são hispânicos? Muitos dizem “sim”, diz um relatório”. Um erro de codificação em uma pesquisa anual do Escritório do Censo dos Estados Unidos traz uma visão sem precedentes de como um grande número de brasileiros nos Estados Unidos se identifica como hispânicos. Uma análise do Pew Research Center mostra que o erro revelou pelo menos 416.000 brasileiros, ou mais de dois terços dos brasileiros nos Estados Unidos, identificando-se como hispânicos na Pesquisa da Comunidade Americana de 2020. Em comparação, apenas 14.000 brasileiros se identificaram dessa forma em 2019, e apenas 16.000 brasileiros o fizeram em 2021 – anos em que o erro de codificação não foi cometido. Desde 2000, o Departamento do Censo não classificou os brasileiros e outras pessoas de países de língua não espanhola da América Latina e do Caribe como hispânicos por causa das definições do governo federal que foram revistas pela última vez em 1997, mas estão sendo reconsideradas para uma atualização no próximo ano.

*A população da Índia em meados deste ano é estimada em 1,4286 bilhão, contra 1,4257 bilhão da China – apenas 2,9 milhões a menos – segundo o “Relatório do Estado da População Mundial” do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), que traz a população dos dez países mais populosos do mundo. O Brasil está em 7º com 216,4 milhões, noticia a Reuters.

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