‘Guerra’ contra incêndios criminosos em São Paulo
O Focus 21 reúne as citações relevantes sobre o Brasil publicadas pela imprensa internacional
O fogo se alastrou no interior do Estado de São Paulo nos últimos dias e mais de 40 cidades ainda estão em estado de alerta. O tema atraiu a imprensa internacional entre sábado e esta segunda-feira.
A ministra do meio ambiente, Marina Silva, declarou que o país está “em guerra” com o fogo depois que um aumento histórico de incêndios – das profundezas da Amazônia ao sudeste rural – cobriu Brasília e São Paulo com fumaça, suspendeu voos e forçou o fechamento de escolas. Em discurso após uma reunião de emergência com o presidente Lula, no domingo, Marina Silva chamou o aumento repentino de incêndios florestais no interior do estado de São Paulo de “incomum” e disse que a polícia federal estava investigando as causas. Três pessoas foram presas. “Esta é uma verdadeira guerra contra o fogo e contra o crime”, acrescentou a ministra após visitar a sede do Ibama com Lula. Alguns temem que o Brasil possa estar testemunhando uma repetição do “Dia do Fogo” de 2019: uma onda de conflagrações deliberadas e politicamente carregadas que rasgaram a floresta amazônica no primeiro ano da presidência ambientalmente calamitosa de Jair Bolsonaro. Referindo-se à situação em São Paulo, Marina Silva, “uma ambientalista veterana”, disse: “Em praticamente dois dias, vários municípios estão queimando ao mesmo tempo. Isso não faz parte da nossa curva de experiência em todos esses anos em que estamos trabalhando com fogo.
(The Guardian, por Tom Phillips, no Rio de Janeiro)
Lula: Incêndios florestais no Brasil foram causados por fogo criminoso. A Polícia Federal do Brasil investigará as ações criminosas que levaram à queima de pastos e incêndios florestais em algumas regiões do Brasil, especialmente no estado de São Paulo, onde duas pessoas morreram e duas foram presas, disse Lula. Ele acrescentou que especialistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente lhe informaram que não há sinais de incêndios detectados por causas naturais. Isso significa que há pessoas ateando fogo ilegalmente, especialmente porque os estados foram avisados da proibição, disse ele. Cerca de 3.000 brigadistas estão combatendo incêndios em todo o país. (La Jornada com Xinhua)
“Incêndios florestais no Brasil deixam pelo menos 2 mortos no estado de São Paulo. Dezenas de cidades estão em alerta máximo” (Independent)
“Brasil trava ‘guerra’ contra incêndios florestais em São Paulo” (South China Morning Post)
“Incêndios florestais assolam o árido sudeste do Brasil” (Agência France Press)
“Cidades em alerta máximo, incêndios florestais no Brasil matam duas pessoas” (BBC)
“Brasil ‘em guerra’ com os incêndios no Sudeste, onde foi declarado estado de emergência em 45 cidades. Uma das áreas mais afetadas é Ribeirão Preto, uma cidade de mais de 700.000 habitantes localizada a cerca de 300 quilômetros ao norte de São Paulo. (Le Monde)
“Bolívia e Brasil coordenarão ações para combater incêndios florestais” (El Mercurio)
“Aeronave militar para combater incêndios no estado de São Paulo, dois detidos” (Clarín)
O Estado de São Paulo informou que não havia mais incêndios ativos em canaviais no estado nesta segunda-feira, após um aumento nos casos desde o final da semana passada, mas dezenas de municípios ainda estão em alerta máximo para incêndios. São Paulo é, de longe, o maior estado produtor de açúcar do Brasil e exportador mundial do adoçante. Em São Paulo, 48 municípios ainda estão sob alerta máximo de incêndios. (Reuters)
ENDURECIMENTO NA FRONTEIRA
O Brasil está endurecendo os requisitos para entrar em seu território a partir de segunda-feira, depois de se tornar uma rota ilegal para migrantes para os Estados Unidos e Canadá através de seu principal aeroporto internacional em São Paulo. O país “se tornou uma rota para organizações criminosas dedicadas ao contrabando de imigrantes e ao tráfico de pessoas”, disse o Ministério da Justiça em um relatório enviado à AFP. A Polícia Federal detectou um aumento “exponencial” de viajantes que fazem escala no aeroporto de Guarulhos e, em vez de continuar a viagem até o destino final de suas passagens, ficam para trás para tentar entrar no Brasil. (Clarín / La Nación)
ELEIÇÃO NA VENEZUELA
O Brasil e a Colômbia exigiram novamente que a Venezuela divulgasse provas verificáveis e desagregadas da autoproclamada vitória eleitoral de Nicolás Maduro, argumentando que “a credibilidade do processo eleitoral” depende disso. Os dois governos não interromperam o diálogo, mas claramente omitiram o reconhecimento do triunfo de Nicolás Maduro. (Ámbito / Página 12)
A posição do presidente chileno Gabriel Boric sobre a situação na Venezuela abre fissuras internas e o distancia da esquerda regional, da Colômbia e do Brasil. “O Chile não reconhece esse falso triunfo autoproclamado de Maduro e companhia. Hoje o TSJ da Venezuela termina de consolidar a fraude. O regime de Maduro obviamente recebe com entusiasmo sua sentença que será marcada pela infâmia”, disse Boric em sua conta no X. (El Tiempo)
MPOX NO AEROPORTO
Um caso suspeito de varíola foi registrado no principal aeroporto internacional do Brasil, próximo a São Paulo, informou a agência sanitária Anvisa na segunda-feira. A Anvisa informou que seu escritório no aeroporto de Guarulhos foi alertado no domingo após “a identificação de um passageiro com sinais e sintomas compatíveis com varíola”, acrescentando que a pessoa foi encaminhada posteriormente a um hospital especializado. De acordo com a Anvisa, o passageiro havia chegado ao aeroporto em 14 de agosto e, desde então, estava em uma área para pessoas que aguardavam para solicitar status de refugiado. A agência não informou de onde o passageiro havia viajado ou seu país de origem. No início deste mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o Mpox uma emergência de saúde pública global pela segunda vez em dois anos, pois uma nova variante do vírus se espalhou rapidamente na África. O Ministério da Saúde do Brasil disse que mais de 700 casos confirmados ou prováveis de Mpox foram registrados no país este ano, embora nenhum deles seja da nova variante. (Reuters)
Na imagem, incêndio no interior do Estado de SP / Marcelo Camargo / Agência Brasil
Jornalista, ex-Folha, Reuters e Valor Econômico. Participei da cobertura de posses presidenciais, votações no Congresso, reuniões ministeriais, além da cobertura de greves de trabalhadores e de pacotes econômicos. A maior parte do trabalho foi no noticiário em tempo real. No Fórum 21, produzo o Focus 21, escrevo e edito os textos dos analistas.