Programas – de 12 a 19 de janeiro

Programas – de 12 a 19 de janeiro

*Para lembrar e não condescender com a naturalização do noticiário sobre o massacre em Gaza: países da Organização dos Países Islâmicos (OIC), com 57 membros, manifestaram sua defesa, no fim do ano passado, dos palestinos. Apoiando a denúncia da África do Sul na Corte Internacional de Justiça, a Malásia, Turquia, Jordânia, Bolívia, Venezuela, Maldivas, Namíbia, Paquistão, Brasil, Colômbia e a Liga Árabe com seus 22 membros, também divulgaram seu suporte. Os palestinos sofrem “opressão e violência sistemáticas” há 76 anos, destaca Ronald Lamola, ministro da Justiça sul-africano.

*A escritora americana Naomi Klein defende com ênfase o boicote a Israel como meio de pressionar o país a cumprir o direito internacional. “É importante a estratégia do grupo Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS)”, ela afirma. No texto, Naomi sublinha a resistência palestina que há duas décadas, clamou pelo boicote internacional a Israel “até que o país cumprisse o direito internacional”.

*Oppenheimer levou cinco prêmios no Globo de Ouro contra dois de Barbie, que liderava as indicações com nove menções. A 81ª edição do Globo de Ouro destacou, além de Oppenheimer e Maestro, o filme Anatomia de uma Queda e Os Rejeitados, do brilhante diretor Alexandre Payne. O filme com roteiro e direção de Sofia Coppola, Priscilla, indicado para diversas categorias, está em cartaz nos cinemas brasileiros.

*O novo filme de Alexander Payne ganhou os Globos de Ouro de Melhor Ator (Paul Giamatti) e Melhor Atriz Coadjuvante (Da’Vine Joy Randolph). Os Rejeitados (The Holdovers) “é uma comédia porque baseada num personagem como Paul Hunham (Giamatti), professor irascível de Civilizações Antigas que parece odiar os alunos, é estrábico e cuja pele cheira mal ao final do dia. Mas é uma comédia agridoce, que não esconde o fundo de solidão, abandono, fracasso e luto”, escreve o crítico Carlos Alberto Mattos. De olho para o Oscar, desse filme do já oscarizado Payne, em 2004.

*O lançamento do Clube do Livro da Editora Boitempo deste mês é Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Alemã, de Friedrich Engels, uma das obras de referência do pensamento marxista e traduzida do original por Nélio Schneider. A edição vem também com textos Sobre a história do cristianismo primitivo, inédito em português, e o fundamental Teses sobre Feuerbach.

*Secretarias Municipais de Relações Internacionais no Brasil – um mapeamento nacional, é o título do volume da professora da UNESP (campus de Franca) Regina Claudia Laisner. Com um grupo de pesquisadores coordenado por ela o livro vem em boa hora, ano de eleições municipais.

*”Agora, mais do que nunca, é preciso de um quadro amplo e detalhado do processo de internacionalização das cidades brasileiras. Para lembrarmo-nos de onde viemos e para onde e como, seguiremos em diante”, registra o texto onde é ressaltada “a necessária reinvenção do mundo da política, do trabalho, da alimentação, da educação, dos serviços públicos locais e dos territórios, começando pelas cidades”. E concluindo: “A ampliação da participação global das cidades brasileiras se confunde com o movimento de aprofundamento da democracia do país”. (Da Ed. Alameda)

*O documentário Retratos Fantasmas atingiu o número surpreendente de 85 mil espectadores, considerando o cenário atual de retração das bilheterias. Detalhe importante: o filme tem sido mais procurado em pequenas salas de cidades não apenas grandes, mas também em cidades pequenas. Não foi tão bem em salas frequentadas pela classe média e com ingressos caros.

*A Editora Ubu com dois lançamentos interessantes: Alfabeto das Colisões, em pré-venda, de Vladimir Safatle, amostra da “vasta produção do autor feita de fragmentos, suas ‘escritas em farrapos’ que misturam as muitas facetas de seu pensamento: política, ética, psicanálise, estética, filosofia e crítica cultural”.

*Também da Ubu: de Eliane Robert Moraes, Seleta erótica de Mário de Andrade desdobrando-se em diversas perguntas com o foco “na tópica da sexualidade”. São oito as partes que compõem a presente Seleta, entre elas, Artes de brincar e O corpo da cidade.

*Em fevereiro, pré-venda do volume Na corda bamba: Memórias Ficcionais, do historiador e professor Daniel Aarão Reis a ser lançado em março. Baseado em fatos reais, é uma autobiografia ficcional que perpassa a época da guerrilha, exílio na ditadura e retorno ao Brasil quando da redemocratização. O livro será lançado por ocasião dos sessenta anos, este ano, do golpe de 64. Na orelha e contracapa, textos de Renato Janine Ribeiro, Heloisa Starling e Cristina Serra. Também de autoria de Daniel, A Paixão de uma utopia, com parceria de Pedro de Moraes e, de 1997, Uma revolução perdida sobre a história do socialismo soviético. Em 2000, primeira edição do livro Ditadura Militar, Esquerdas E Sociedade.

*Jovens das novas gerações de cubanos lado a lado com veteranos combatentes do Exército Rebelde festejaram, esta semana, a entrada em Havana das tropas em 1959 sob o comando de Fidel Castro e a data nacional, dia 8 de janeiro. Palavras de Fidel Castro na época, antes do início da marcha: “A tirania foi derrubada. A alegria é imensa. E, no entanto, ainda há muito a fazer. Não nos iludamos acreditando que de agora em diante tudo será fácil. Talvez tudo seja mais difícil daqui para frente”.

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*Aproveitando a data da festa em Cuba, lembramos que o detetive Mario Conde está de volta, e 2016 em Havana é o pano de fundo para o mais recente romance do premiado escritor Leonardo Padura, Personas Decentes, (Boitempo) lançado ano passado, até agora em destaque em estantes de livrarias do Leblon. A visita histórica de Barack Obama, um show da banda Rolling Stones e um desfile da marca francesa Chanel foram alguns dos acontecimentos daquele ano transportados para a literatura pelas mãos do excelente autor de O homem que amava os cachorros.

*O próximo livro de Padura, anunciado por ele em Madri, em recente reunião da Semana do Autor na Casa de América da capital espanhola, será Indo para Havana. O escritor revelou que por enquanto quer dar descanso ao fio condutor de quase toda a sua obra, ou seja, o detetive Mario Conde. “Estou tentando deixar isso de lado, para descansar, mas às vezes ele entra de qualquer maneira”, disse, brincando, em sua palestra.

*A obra de Graciliano Ramos, entre elas o clássico Vidas Secas, alcançou a denominação de domínio público o que significa que livros inéditos como o poema Os Filhos da Coruja, lançado pela editora Todavia, como está sendo anunciado, podem agora ser publicados sem a necessidade de pagamento de direitos autorais aos herdeiros do escritor. A iniciativa faz parte de projeto coordenado pelo pesquisador Thiago Mio Salla.

*As editoras Todavia, Antofágica, Clube de Literatura Clássica e Companhia das Letras estão se preparando para lançar edições das obras de Graciliano. A Companhia das Letras, por meio do selo Penguin-Companhia, planeja disponibilizar Angústia, São Bernardo e Vidas Secas.

*A Record, que publica Graciliano Ramos desde os anos 60, anuncia continuar editando seus textos. A editora deve lançar uma caixa com os principais romances do autor mais uma versão de bolso de Vidas Secas e o volume Prefeito Escritor, com relatórios da sua vida política antes do sucesso literário.

*Vem novamente aí a festa do Emmy, dia 15, um dos mais conceituados da TV. O doc O Território, de Alex Pritz e produção executiva da ativista indígena Txai Suruí foi premiado ano passado. Trata da resistência do povo Uru-Eu-Wau-Wau, de Rondônia, defendendo suas terras de invasões de todas as espécies. O Território foi premiado também pelo júri do Festival Sundance e pode ser assistido na plataforma Disney+.

*Esta semana, o grupo do cinema Estação NET Rio celebrou o trabalho no cinema brasileiro da família Sganzerla com a pré-estreia do documentário Praia da Saudade, de Sinai Sganzerla, filha do diretor Rogério Sganzerla, que morreu há 20 anos. Também foi exibido A Alegria é a Prova dos Nove, dirigido por Helena Ignez, parceira de Rogério em várias de suas obras. Aguarda-se a reprise desses filmes.

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