Programas 2 a 13 de fevereiro

* Leitura oportuna: de autoria do líder dos Yanomami Davi Kopenawa, o volume A Queda do Céu (Ed. Cia das letras), de 2015, em parceria com o antropólogo Bruce Albert. O Espírito da Floresta é outro fruto do trabalho da dupla que se encontra em pré-venda. Será lançado em março também pela Cia das Letras. 

* Todo o lucro obtido com a venda de O espírito da floresta será direcionado para o fundo emergencial de apoio aos Yanomami. Diante da alarmante situação atual, a Cia. das Letras e a Hutukara, associação presidida por Kopenawa e atuando há mais de 18 anos na garantia de direitos do povo Yanomami, pedem o seu apoio.

* O que diz Kopenawa em entrevistas recentes, de janeiro: ”No ano passado começou a sair a notícia (da situação dos Yanomami) na televisão, no jornal. E nós lutando, denunciando. Mas o povo da cidade não se mexeu, não acreditou. Jair Bolsonaro não queria que o povo da cidade se mexesse. Deixaram acontecer. Esconderam que estavam maltratando os Yanomami, que fomos ficando doentes, Yanomami morrendo, criança maltratada.”

* Kopenawa também fala sobre a boas consciências: “É possível que vocês tenham ouvido falar de nós. No entanto, não sabem quem somos realmente. Não é uma boa coisa. Vocês não conhecem nossa floresta e nossas casas. Não compreendem nossas palavras. Assim, era possível que acabássemos morrendo sem que vocês soubessem.”

* Autora de História dos Índios no Brasil, a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, professora na USP, Unicamp e Universidade de Chicago,  integra a Comissão Arns. Seu livro é programa obrigatório para informações corretas sobre o que se passa na Amazônia. Em entrevista ao site Tutameia ela registra: ”Há um elo entre toda essa história do garimpo em áreas yanomamis e o que aconteceu com o Bruno Pereira. Há notícias de que o norte inteiro está sob ocupação de organizações criminosas. É gravíssimo –e parece que não é só boato. No fundo, a soberania do Brasil sobre o norte está em questão, por causa das organizações criminosas. Isso é uma coisa absurda”.

* Outro livro da professora Carneiro da Cunha é Índios no Brasil: História, direitos e cidadania. Também a ler. Na sua entrevista ela coloca ênfase nos seguintes temas: visão e organização yanomami, o grande capital envolvido no garimpo, o poder do narcotráfico, o papel das Forças Armadas e o aumento da mobilização dos povos indígenas e da sociedade brasileira.

* Para os fervorosos fãs do ritmo do chorinho: lançamento do livro Memórias do Galo Preto (Ed. Outras Palavras), do bandolinista, arranjador e compositor Afonso Machado. História e preciosas lembranças  do querido grupo de chorinho carioca formado no começo do século 20 são contadas pelo autor, fundador do Galo Preto. O livro é composto por quatro grandes tópicos com os títulos de: Memórias, Fotos, Discografia e Partituras.

* E a época pode ser de carnaval, mas o choro é do ano inteiro e agora os adeptos do gênero anunciam, com um viva Radamés, a chegada do acervo de Radamés Gnattali à Casa do Choro, no Rio de Janeiro. Acervo com seus manuscritos de mais de 300 composições de música de concerto e cerca de 200 peças de música popular. E mais: edições impressas, rascunhos, partes cavadas, álbuns de recortes, fotos, programas entre outros documentos. Na Casa do Choro, a coordenação do acervo está a cargo de Roberto Gnattali @gnattali.roberto, profundo conhecedor da obra de Radamés que se fosse vivo estaria completando 117 anos este mês.

* Idealizada pelo cineasta Felipe Cataldo e produzida por ele em parceria com Cavi Borges, a mostra Chico Buarque No Cinema recebe o diretor Walter Carvalho, respeitado fotógrafo de filmes latino-americanos. Ele vai falar sobre a sua obra após uma sessão do longa Budapeste, nesta sexta-feira, dia 3, às 21hs, no Estação NET Botafogo. Carvalho analisa a versão do best-seller de Chico e a construção da luz na telona.

* O livro do escritor baiano Antonio Torres, Querida Cidade, acaba de ser editado em Portugal. A Ed. Teodolito já lançou por lá a Trilogia Brasil do autor composta pelos romances Essa Terra, O cachorro e o lobo e Pelo fundo da agulha. O lançamento de Querida Cidade no além-mar será no Festival Correntes D’Escritas com início no próximo dia 14, em Póvoa de Varzim, cidade natal de Eça de Queiroz.

* Sábado, relançamento do livro Cangaço, o Nordestern no Cinema Brasileiro durante a Mostra Nordestern – bangue bangue à brasileira, na Cinemateca Brasileira, na Vila Mariana. Com filmes e debate gratuitos.

* Parte da coleção Atualidade da Teoria Crítica na Era Global, o volume Estado de Exceção na Argentina e no Brasil promete leitura interessante. Da Nankin Editorial. Tema: formas de estado de exceção de ambos os países.

* De olhos nesse programa: o doc Tudo o que Respira, dirigido pelo cineasta indiano Shaunak Sen, videoartista e conhecido estudioso de cinema, concorre ao Oscar de melhor documentário e estréia dia 7 de fevereiro, na HBO Max e dia 08 de fevereiro, às 23h, na HBO.

* O filme foi premiado em Sundance e em Cannes e narra a história de dois irmãos que dirigem um hospital de aves dedicado ao resgate de papagaios negros feridos em Nova Deli.

* Atenção: a mostra digital My French Film Festival (nas plataformas Belas Artes à la Carte e Filmicca, sem qualquer taxa) se estende até o dia 13 de fevereiro e é exibida em vários países ao mesmo tempo. Comédias, dramas, animações e documentários.

(L.M.A.R.) 
* As informações acima são fornecidas por editoras, produtoras e exibidoras.

Fórum 21