O MOMENTO HISTÓRICO É AGORA
As forças democráticas progressistas têm que correr contra o tempo.
A “lua de mel” com o governo Lula durou menos do que as visões mais otimistas poderiam esperar, considerando a tradição de “trégua política” dos 100 primeiros dias de começo de gestão.
A crise profunda do capitalismo em nível internacional aguça a luta de classes em vários países mundo afora.
A guerra na Ucrânia (“a política por outros meios”), a revolta social na França e as tensões políticas na América Latina que o digam, pra ficar em alguns exemplos.
Lula, eleito numa vitória extraordinária, mas apertada, contra a extrema-direita, lidera uma frente política amplíssima que se choca inevitavelmente com os limites históricos do neoliberalismo, apesar de manter a perspectiva de evitar a volta do neofascismo.
Grande parte das classes dominantes e médias – e junto com elas e sempre a serviço delas, a mídia hegemônica – aceitaram Lula como a única opção pra evitar a continuidade e a maior radicalização do neofascismo.
Mas sonham com a “terceira via” porque desejam voltar a assumir o poder diretamente, após duas décadas praticamente afastadas do governo federal, nos quase 15 anos de governos populares liderados por Lula e Dilma e nos últimos quase sete anos por golpistas e beneficiados do golpismo de extrema-direita.
Para elas, Lula, o PT e os outros partidos de esquerda e centro-esquerda, forças progressistas e organizações e movimentos sociais cumpriram o seu papel, derrotaram eleitoralmente o neofascismo, fizeram o serviço que elas não conseguiriam fazer e já podem ser descartados.
O quanto antes, melhor, para que forças progressistas não possam aproveitar a oportunidade de criar novas raízes na sociedade, liderar a grande maioria da população nesta quadra histórica, fortalecendo a democracia – principalmente a participativa -, mudando a vida dos setores populares e médios, resgatando a soberania nacional e promovendo a nova reindustrialização do Brasil.
Ainda há tempo para enfrentar e vencer esta nova ofensiva das classes dominantes, que indiretamente reforça o neofascismo (uma grande parte das classes dominantes não hesita entre arriscar perder os anéis e apoiar saídas bonapartistas de extrema-direita, como se sabe) e põe no horizonte novo golpe.
O único caminho viável passa com a máxima urgência por: Participação Social ampla e intensa; Comunicação governamental, publica e contra-hegemônica que atinja toda a população; políticas públicas, como vem sendo feito, mas com conscientização e organização política de todas e todos beneficiados, cada vez mais mobilizados por seus direitos e pela defesa do projeto de país que os viabiliza.
O momento histórico é agora.
Conselho Editorial do Fórum 21