Imprensa internacional destaca temas da visita de Lula à China; viagem está agendada para domingo

Imprensa internacional destaca temas da visita de Lula à China; viagem está agendada para domingo

Presidente adiou partida depois de diagnóstico de pneumonia leve; a nomeação de Dilma Rouseff para a presidência do Banco de Desenvolvimento dos BRICS e a reativação da UNASUL também estão entre os temas da edição de hoje do Focos 21

A visita do presidente Lula à China continua a repercutir na mídia mundial. O adiamento de sua viagem ao país, agora anunciada para o próximo domingo, 26, após um diagnóstico de pneumonia leve, é noticiado por diversos veículos e agências de notícias ao redor do mundo, como Deutsche Welle, da Alemanha, Independent, da Inglaterra, Nova News, da Itália, e MediaPart, da França.

Outros meios de comunicação, no entanto, direcionam sua atenção para as temáticas a serem discutidas nas reuniões que ocorrerão durante a permanência do presidente brasileiro no gigante asiático.

O The Guardian publica a reportagem “‘O Brasil está de volta’: Lula visitará Xi ao reatar relações diplomáticas com a China“. De acordo com o jornal britânico, este será um encontro entre dois líderes políticos em busca de “reavivamento”: um deles busca recuperar a grandeza de seu país após enfrentar bloqueios rigorosos decorrentes da pandemia e de uma longa e vergonhosa história de exploração estrangeira, enquanto o outro procura restaurar a posição de sua nação no cenário mundial após passar por anos caóticos sob um líder populista de extrema-direita.

o Financial Times noticia que Lula irá abordar durante sua viagem à China a criação de um grupo de nações engajadas nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. Diz o texto: “[Lula] proporá um ‘clube da paz’ com a China para mediar o fim do conflito na Ucrânia quando viajar a Pequim esta semana para se encontrar com o presidente Xi Jinping”. “Estamos muito interessados ​​em promover ou ajudar a gerar algum tipo de encontro que leve a um processo de paz”, disse Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, em entrevista ao jornal britânico.

Enquanto isso, o South China Morning Post afirma que os presidentes devem discutir o papel da China na proteção da Amazônia brasileira. “Com uma participação tão grande no futuro da Amazônia, há uma oportunidade significativa para a China apoiar os esforços do Brasil para combater o desmatamento”, diz o texto opinativo de Márcio Astrini, que aponta três áreas em que o Brasil precisa do apoio chinês, incluindo a eliminação do desmatamento das cadeias produtivas das empresas, a consideração de requisitos para acabar com a importação de produtos que contribuem para o desmatamento e a revisão das regras dos bancos comerciais para impedir o financiamento de negócios prejudiciais ao meio ambiente.

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O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do grupo Brics decidiu nesta sexta-feira, por unanimidade, nomear Dilma Rousseff como sua nova presidente, reporta o argentino Página/12. A nomeação, afirma a publicação, ocorre após extensas negociações iniciadas pelo presidente Lula com os outros países do bloco, com o objetivo de assegurar uma gestão eficiente para a entidade, além de enfraquecer o poder do bolsonarismo na aliança internacional.

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Argentina e Brasil decidiram reativar a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL). “Depois de anos de agonia, Argentina e Brasil decidiram ressuscitar o bloco que, desde 2008, foi o guarda-chuva dos países da região considerados progressistas”, diz a matéria do espanhol El País. O presidente argentino, Alberto Fernández, anunciou que já apresentou as cartas necessárias para a readmissão de seu país, e o Brasil seguirá os passos da Argentina durante a Cúpula Ibero-Americana. “Se Brasil e Argentina estiverem dentro, a Unasul terá outra potência e teremos que avançar para que todos os países irmãos voltem a se encaminhar para este bloco regional”, disse Fernández.

De acordo com o texto, a Unasul teve seus anos de glória na década passada, quando Argentina, Brasil, Equador, Chile, Venezuela, Paraguai e Bolívia estavam nas mãos de governos de esquerda e centro-esquerda. Mas a virada à direita iniciada em 2018 provocou uma sangria de adesões que afundaram o bloco na insignificância.

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O argentino Clarín informa que a criação de um novo imposto sobre a exportação de petróleo no Brasil gerou um conflito entre o governo e as empresas petrolíferas estrangeiras que atuam no país. As companhias Repsol, TotalEnergies, Shell, Equinor e Galp decidiram entrar com uma ação na justiça o anúncio, no final de fevereiro, da fixação de uma taxa de 9,2% sobre as exportações de petróleo. A tarifa, que terá validade entre março e junho, foi anunciada no mesmo dia em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou a retomada parcial da cobrança de impostos federais sobre a gasolina e o diesel, que havia sido suspensa pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro, durante o período eleitoral.

“Teremos a oportunidade de atrair interessados no refino interno” do petróleo bruto, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ao defender a tarifa às petrolíferas.

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“Um representante do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro entregou na sexta-feira um conjunto de joias com diamantes a um banco estatal, conforme ordenado por um órgão fiscalizador do governo e em meio a investigações sobre seu envolvimento em trazer as joias da Arábia Saudita”. As informações são da agência de notícias AP News, que relata que a Polícia Federal e o Ministério Público estão investigando se as mercadorias, oriundas da Arábia Saudita, foram presentes públicos que Bolsonaro tentou inapropriadamente impedir que fossem incorporados ao acervo público da presidência ou presentes particulares com os quais tentou ingressar no Brasil sem pagar impostos. Além disso, a comissão de transparência do Senado está investigando se a venda de uma refinaria pela gigante petrolífera estatal brasileira tem relação com as joias.

Segundo a agência Europa Press, Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), ao qual Jair Bolsonaro é filiado, anunciou nesta sexta-feira que o ex-presidente retornará ao Brasil no próximo dia 30. Em um comunicado publicado nas redes sociais de seu partido, Valdemar declarou: “Ficamos no seu aguardo Capitão, para juntos lutarmos por um Brasil mais justo e livre”.

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