Lula anuncia R$ 5,5 bi para ensino superior e pede fim de paralisação em instituições federais

Lula anuncia R$ 5,5 bi para ensino superior e pede fim de paralisação em instituições federais

R$ 5,5 BI PARA O ENSINO SUPERIOR

O presidente Lula anunciou um investimento de 5,5 bilhões de reais para a construção de centros de Educação Superior e hospitais universitários, como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O investimento visa expandir e consolidar instituições educacionais, incluindo a construção de 10 novos campi universitários, obras em 31 hospitais e ampliação da oferta de institutos de formação profissional, visando criar 28 mil novos postos de trabalho para estudantes de graduação.

Lula enfatizou a importância de garantir o acesso à universidade para todos os brasileiros, especialmente indígenas e afrodescendentes, como um passo fundamental para tornar o Brasil um país desenvolvido e competitivo.

O anúncio ocorreu durante uma reunião no Palácio Presidencial em Brasília com reitores de universidades e institutos federais nesta segunda-feira (10), onde também se discutiu a atual greve de professores e funcionários, que já dura cerca de 60 dias. Lula criticou a duração da greve, argumentando que pequenas variações salariais não justificam uma paralisação prolongada, sugerindo a busca por outros benefícios.

Os grevistas reivindicam um reajuste salarial de 3,69% para este ano, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em 2026, índices que o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) não aceita. Atualmente, 62 instituições federais de Ensino Superior estão paralisadas, e mais três aderiram ao movimento nesta segunda-feira, 10. Lula ressaltou a importância dos recursos disponibilizados pela ministra do MGI, Esther Dweck, para resolver o impasse e permitir o retorno dos estudantes às aulas (Prensa Latina).

BEM-VINDOS, POIS

O Governo português assegurou às autoridades brasileiras que a política de acolhimento aos migrantes brasileiros continuará firme. O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Nuno Sampaio, reafirmou o compromisso de Portugal com a comunidade brasileira em conversa com a Secretária-Geral do Itamaraty e Ministra das Relações Exteriores interina Maria Laura da Rocha. Sampaio destacou a importância econômica da comunidade brasileira em Portugal, que atualmente conta com cerca de 400 mil brasileiros.

O Governo português encerrou o regime excepcional que permitia a entrada de estrangeiros sem autorização de residência prévia e anunciou a criação de uma estrutura especial para regularizar processos pendentes, também estimados em 400 mil. Entre as 41 medidas do Plano de Ação para as Migrações, destacam-se a transformação do visto de mobilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em um visto comunitário Schengen – que permite circular pela União Europeia, a criação de uma Unidade de Estrangeiros e Fronteiras (UEF) na PSP (a Polícia de Segurança Pública portuguesa), e centros de atendimento de emergência para imigrantes.

Sampaio enfatizou a importância de uma boa integração e do reforço das relações com os países da CPLP, defendendo uma abordagem humanista (Correio da Manhã).

EXTREMA-DIREITA NA UE

Jair Bolsonaro celebrou o avanço da extrema-direita nas eleições para o Parlamento Europeu, considerando o resultado como a “vitória do povo”. O presidente argentino Javier Milei também comemorou o progresso das novas direitas, destacando a rejeição da Agenda 2030 das Nações Unidas. Em contrapartida, o presidente colombiano Gustavo Petro alertou sobre o crescimento do fascismo na Europa e lamentou o que vê como um retrocesso da democracia.

Os primeiros resultados das eleições europeias deram vitória ao Partido Popular Europeu (PPE) com 184 assentos, seguido pelos Socialistas e Democratas (S&D) com 139 e os Liberais (Renew) com 80. Apesar do crescimento da extrema-direita, as forças pró-europeias conseguiram maioria suficiente para uma ‘grande coalizão’, somando 403 dos 720 assentos. Os Verdes caíram de 71 para 52 assentos. A extrema-direita obteve 131 assentos, distribuídos entre os Conservadores e Reformistas (73) e Identidade e Democracia (58), com liderança de partidos como Irmãos da Itália e Agrupação Nacional. Outros partidos não inscritos – porque foram expulsos dos seus grupos na última legislatura, como Fidesz e Alternativa para a Alemanha, também ganharam assentos significativos (La Nación).

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BRICS & G20

Os ministros das Relações Exteriores do BRICS ressaltaram a importância do G20 como principal fórum para a cooperação econômica internacional, conforme declaração conjunta publicada pelo Ministério das Relações Exteriores da Índia após uma reunião em Nizhny Novgorod, na Rússia.

Segundo o comunicado, o G20, reunindo países desenvolvidos e em desenvolvimento de forma equitativa, é essencial para soluções conjuntas aos desafios globais, promovendo um crescimento econômico inclusivo, ao mesmo tempo que deve focar em resultados concretos e decisões por consenso, integrando efetivamente a voz do Sul Global.

Os ministros destacaram que as presidências consecutivas do G20 por Índia, Brasil e África do Sul, de 2023 a 2025, estabelecem uma base sólida para enfrentar desigualdades e desequilíbrios na economia global. Atualmente, o Brasil preside o G20, passando a presidência para a África do Sul em 2025 (Tass).

Também durante a reunião em Nizhny Novgorod, o ministro de Relações Exteriores da China Wang Yi instou o BRICS a assumir mais responsabilidades e se tornar mais inclusivo diante das recentes sanções ocidentais, criticando o aumento da politização das questões econômicas, e enfatizou a necessidade de transformar o bloco em um novo mecanismo de cooperação multilateral.

Empresas chinesas têm sido alvo de sanções devido ao apoio à Rússia na Ucrânia, enquanto a Comissão Europeia planeja tarifas sobre veículos elétricos chineses para proteger sua indústria. De acordo com a Reuters, o G7 deve alertar bancos chineses menores sobre a facilitação da evasão de sanções pela Rússia.

Em um encontro com o ministro de Relações Exteriores brasileiro Mauro Vieira, Wang expressou a disposição da China em fortalecer o papel do BRICS na governança global e proteger os interesses dos países em desenvolvimento (La Nación via Reuters).

GREENWASHING

Um relatório da Coordenadoria das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (COICA), intitulado “Greenwashing the Amazon: como os bancos estão destruindo a floresta tropical enquanto fingem ser verdes”, denuncia que as políticas ambientais e sociais dos principais bancos que financiam a extração de petróleo e gás na Amazônia são insuficientes para proteger a região e suas comunidades. Nos últimos 20 anos, seis bancos – Citibank, JPMorgan Chase, Itaú Unibanco, Santander, Bank of America e HSBC – foram responsáveis por quase metade desse financiamento. Embora aleguem defender os direitos humanos, essas instituições continuam apoiando operações prejudiciais na Amazônia.

As políticas de gestão de risco desses bancos excluem 71% da Amazônia de questões cruciais como mudanças climáticas, biodiversidade e direitos indígenas, e suas transações financeiras evitam um processo detalhado de devida diligência. Em mais de 560 transações analisadas, 72% não permitiam uma avaliação aprofundada dos riscos. Em notável exceção, o HSBC interrompeu financiamentos para novas atividades de petróleo e gás na Amazônia desde dezembro de 2022, implementando políticas de exclusão geográficas amplas.

A COICA pede que os bancos parem de financiar novos projetos de petróleo e gás, encerrem os financiamentos atuais e ajustem suas carteiras para proteger 80% da Amazônia até 2025. Angeline Robertson, coordenadora do estudo, acredita que a postura do HSBC mostra que mudanças são possíveis. Fany Kuiru, coordenadora-geral da COICA, insiste que os bancos devem ser responsabilizados pelos danos causados aos povos indígenas e à biodiversidade da Amazônia (Esquerda).

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