Lula diz que Maduro é ‘problema’ da Venezuela, não do Brasil
O Focus 21 reúne as citações relevantes sobre o Brasil publicadas pela imprensa internacional
O presidente Lula disse que seu colega venezuelano, Nicolás Maduro, é um “problema” da Venezuela e não do Brasil, portanto não pode continuar a se preocupar com a política do país vizinho, com o qual surgiram tensões diplomáticas. “Temos que ter muito cuidado ao lidar com outros países e outros presidentes. Acho que Maduro é um problema venezuelano, não um problema brasileiro”, disse ele em uma entrevista à RedeTV, transmitida na noite de domingo. É a primeira vez que Lula fala sobre o tema. Lula disse que quer que a Venezuela “viva bem” e que suas autoridades cuidem de seus cidadãos “com dignidade”, mas procurou se distanciar da crise desencadeada após a vitória eleitoral contestada de Maduro. “Não posso continuar me preocupando. Um dia brigando com a Nicarágua, outro dia brigando com a Venezuela, outro dia brigando com não sei quem”, afirmou. Disse ainda que sua responsabilidade era lutar para que o Brasil seguisse na direção certa. As tensões entre Caracas e Brasília aumentaram devido ao veto do Brasil à adesão da Venezuela ao Brics e às dúvidas sobre a reeleição de Maduro para um terceiro mandato de seis anos no poder (2025-2031) em meio a alegações de fraude por parte da oposição. O tema foi destaque na mídia brasileira. (El Tiempo)
CHINA + PERU E BRASIL VS EUA
Na cúpula da APEC no Peru, os Estados Unidos verão a China ganhar proeminência na região em meio a um realinhamento de poder maior na esfera de influência tradicional de Washington, enquanto aguardam a posse de Donald Trump, conhecido por suas políticas comerciais anti-Pequim. O Peru receberá os líderes do fórum da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico nesta semana, e o presidente chinês Xi Jinping deverá comparecer e inaugurar um mega-porto construído pela China no país andino. O presidente dos EUA, Joe Biden, também está na lista de convidados para o fórum da APEC. O Peru, o segundo maior exportador de cobre do mundo, reflete um desafio mais amplo para a Casa Branca na América do Sul, onde a presença da China cresceu rapidamente devido ao seu enorme apetite pelos principais recursos da região: milho, cobre, soja, carne bovina e lítio, um metal para baterias. Isso fez com que Pequim se tornasse um parceiro comercial importante do Brasil, do Chile e da Argentina, corroendo a influência política regional de Washington, uma tendência que se expandiu com a virada interna “America First” de Trump durante seu primeiro governo e novamente com Biden. (La Nación / Reuters)
China financia porto no Peru que pode ter ligação com o Brasil. Os laços econômicos do Brasil com a China são muito maiores do que os do Peru, e as ramificações de uma conexão com o porto são consideradas “um grande negócio”. O presidente Xi Jinping deve inaugurar o porto de Chancay quando visitar o Peru na próxima semana. O megaporto financiado pela China pode remodelar o comércio no Pacífico e deixou os Estados Unidos inquietos. Erik Bethel, ex-representante dos EUA no Banco Mundial durante a presidência de Donald Trump disse em um evento: “Esperem até que o porto de Chancay, no Peru, seja conectado ao Brasil. Isso será um alerta para todos nós”. Embora os formuladores de políticas dos EUA tenham destacado anteriormente os possíveis riscos de segurança do mega porto de Chancay, a general Laura Richardson, comandante do Comando Sul dos EUA, vem expressando suas preocupações há anos. Foi um dos primeiros avisos a enfatizar as ramificações econômicas do novo porto, não apenas para o Peru ou o Brasil, mas para todo o continente sul-americano. Construído a um custo estimado de US$ 3,5 bilhões, o mega porto está pronto para se tornar um centro de logística fundamental na região e um ponto de conexão crucial entre a América do Sul e o Indo-Pacífico. (South China Morning Post)
INVESTIMENTOS
Brasil espera obter pelo menos 22 milhões de dólares em investimentos no Web Summit. Com uma delegação de 400 startups brasileiras, ApexBrasil acredita que, na edição deste ano, as empresas que estão no Web Summit de Lisboa devem dobrar a captação de investimentos em relação ao ano passado. Brasil espera obter pelo menos 22 milhões de dólares em investimentos no Web Summit. “No ano passado, com 200 empresas, atingimos 11 milhões de dólares (R$ 63 milhões ou 10,3 milhões de euros).Nesta não, com 400, o ideal é que os investimentos sejam pelo menos o dobro”, afirma o diretor da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), Floriano Pesaro . (Público)
MANIA POR JOGOS
Os jogos de azar pela Internet explodiram em popularidade no Brasil após a legalização das apostas esportivas em 2018, transformando a nação de mais de 200 milhões de habitantes, louca por futebol, no sétimo maior mercado do mundo em receita, de acordo com o provedor de dados H2 Gambling Capital. Mas a falta de regulamentação ajudou a alimentar uma epidemia de dependência, com consequências potencialmente prejudiciais para a maior economia da América Latina, alertaram banqueiros e médicos. A mania ameaça prejudicar os gastos dos consumidores, especialmente entre os brasileiros de baixa renda, afirmam varejistas e analistas. A associação bancária do país também levantou preocupações sobre o endividamento causado pelas apostas on-line. (Financial Times)
BELARUS NO BRICS
Belarus tornou-se oficialmente um país parceiro do bloco econômico Brics, anunciou o Ministério das Relações Exteriores em Minsk nesta segunda-feira. Um dos aliados mais próximos da Rússia, Belarus tornou-se alvo de sanções ocidentais por causa do conflito na Ucrânia. O status de parceiro foi concebido como uma alternativa à filiação, depois que mais de 30 países solicitaram a adesão ao bloco. Inicialmente, o Brics era composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e expandiu-se quando Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes Unidos tornaram-se oficialmente membros no início deste ano. (Russian TV)
Na imagem, Lula e Maduro no Brasil em maio de 2023 / Marcelo Camargo / Agência Brasil
Jornalista, ex-Folha, Reuters e Valor Econômico. Participei da cobertura de posses presidenciais, votações no Congresso, reuniões ministeriais, além da cobertura de greves de trabalhadores e de pacotes econômicos. A maior parte do trabalho foi no noticiário em tempo real. No Fórum 21, produzo o Focus 21, escrevo e edito os textos dos analistas.