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No G7, Lula propõe taxação dos super-ricos e governança global para IA

No G7, Lula propõe taxação dos super-ricos e governança global para IA

TAXAÇÃO DE SUPER-RICOS

O presidente Lula propôs, nesta sexta-feira (14), durante a cúpula do G7, a criação de um imposto global sobre os super-ricos como medida para combater as desigualdades. Participando da cúpula como convidado, ele enfatizou que a concentração excessiva de riqueza representa um risco para a democracia, e declarou: “Já passou da hora dos super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos”.

A abordagem de um imposto global para bilionários foi apresentada no âmbito do G20, cuja presidência rotativa é defendida este ano pelo Brasil, e foi discutida em reuniões ministeriais do bloco, contando com o apoio inicial de países europeus como a França.

Lula explicou que o objetivo da iniciativa é mobilizar recursos para expandir políticas eficazes contra a fome e a pobreza nos países em desenvolvimento. Além disso, solicitou o apoio dos participantes do G7 para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que o Brasil formalizará na cúpula do G20 em novembro, no Rio de Janeiro.

PERIGOS DA IA

Lula também defendeu a necessidade de criar mecanismos internacionais para regular a inteligência artificial, enfatizando sua importância para promover uma governança global inclusiva e intergovernamental.

O presidente instou para uma “inteligência artificial que também tenha a cara do Sul Global, que fortaleça a diversidade cultural e linguística e que desenvolva a economia digital de nossos países. E, sobretudo, uma inteligência artificial como ferramenta para a paz, não para a guerra”, e sublinhou que a IA deve respeitar os direitos humanos, proteger os dados pessoais e fortalecer a capacidade dos Estados de implementar políticas públicas ambientais e de transição energética. Em sua visão, a IA precisa ser “segura, transparente e emancipadora”, impulsionando a economia digital dos países em desenvolvimento.

PERIGOS DA IA (II)

Presente em uma reunião em Puglia, no sul da Itália, o Papa Francisco se tornou o primeiro pontífice a discursar em uma cúpula do G7. Em seu pronunciamento, ele pediu a proibição das “armas autônomas letais” e falou sobre os perigos da inteligência artificial.

“À luz da tragédia que é o conflito armado, é urgente reconsiderar o desenvolvimento e uso de dispositivos como as chamadas ‘armas autônomas letais’ e, em última análise, proibir seu uso. (…) Isso começa com um compromisso efetivo e concreto de introduzir um controle humano cada vez maior e adequado. Nenhuma máquina deve jamais escolher tirar a vida de um ser humano”, disse o pontífice de 87 anos, denunciando repetidamente a indústria bélica – que na atualidade também conta com o uso da inteligência artificial – e aqueles que, segundo ele, lucram com guerras e mortes.

“A inteligência artificial [é] ao mesmo tempo uma ferramenta empolgante e assustadora. (…) Condenaríamos a humanidade a um futuro sem esperança se tirássemos das pessoas a capacidade de tomar decisões sobre si mesmas e suas vidas, condenando-as a depender das escolhas das máquinas”, alertou Francisco.

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¡TRANQUILO!

Contrariando as expectativas da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, anfitriã da cúpula do G7, Lula e Milei mantiveram uma discreta distância em sua primeira agenda internacional conjunta. Os presidentes do Brasil e da Argentina foram fotografados com outros líderes mundiais, mas não posaram juntos, permanecendo separados durante o evento pelos presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pelo rei da Jordânia, Abdallah II, e pelo presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune.

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro informou à AFP que “não houve um pedido” da Argentina para um encontro bilateral (La Nación, AP News, South China Morning Post, El Diario).

NA AL, A ESQUERDA AVANÇA

O artigo ‘ A esquerda avança e se consolida na América Latina’, do jornalista e sociólogo argentino Pedro Brieger, discute o triunfo eleitoral de Claudia Sheinbaum no México, interpretando-o como um sinal do avanço e consolidação das esquerdas na América Latina, em contraste com a Europa, onde o pensamento progressita enfrenta mais desafios. Brieger critica a visão eurocêntrica dos meios de comunicação, que disseminam a falsa ideia de que a direita está crescendo globalmente, e destaca os países latino-americanos – Bolívia, Brasil, Colômbia, Cuba, Chile, Guatemala, Honduras e Venezuela – governados por administrações de esquerda, que se opõem ao neoliberalismo e buscam a integração regional e que, apesar de desafios e tentativas de desestabilização, continuam a ganhar força na região (CLAE).

É DO BRASIL

O F-39 Gripen, primeiro avião de combate brasileiro, está em fase final de montagem em Gavião Peixoto, interior de São Paulo. Desenvolvido pela sueca Saab em colaboração com a Embraer, o projeto inclui transferência de tecnologia, com 15 das 36 aeronaves sendo fabricadas no Brasil, e tem seu voo inaugural previsto para 2025. O processo de montagem envolve a instalação de sistemas complexos e adaptações para o clima tropical, com a produção buscando atender tanto a Força Aérea Brasileira quanto possíveis clientes na América Latina, como a Colômbia. O projeto marca um avanço significativo na indústria de defesa brasileira (La Nación).

A TRAGÉDIA TEM COR

Os bairros mais pobres de Porto Alegre, próximos aos rios e com infraestrutura precária, foram os mais atingidos pelas enchentes recentes. A população negra, concentrada nessas áreas, enfrentou os maiores impactos, com muitas casas inundadas e milhares de pessoas deslocadas ou vivendo em abrigos temporários (Guardian).

*Imagem em destaque: Ricardo Stuckert/PR

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