Países amazônicos criarão painel científico para proteção florestal

Países amazônicos criarão painel científico para proteção florestal

Cúpula da Amazônia acontecerá em Belém nos dias 8 e 9 de agosto, com a participação de líderes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica. Ministra Marina Silva destaca a importância do evento, considerando o acelerado dano à região e a relevância global das questões climáticas

Os países da Amazônia realizarão uma cúpula para cooperação na proteção da floresta e têm a intenção de criar um painel científico similar ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU para compartilhar pesquisas. A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, expressou essa ideia durante uma entrevista à Reuters. O objetivo do painel seria formular políticas de desenvolvimento sustentável para a região, monitorar o impacto das mudanças climáticas na floresta e estabelecer os limites críticos de danos irreversíveis.

A reunião ocorrerá em Belém nos dias 8 e 9 de agosto, com a participação de líderes dos oito países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que eles buscarão criar uma política conjunta para proteger a floresta.

Marina Silva ressaltou que a cúpula era há muito esperada, considerando a aceleração dos danos à Amazônia e a relevância das questões climáticas globais, e destacou as mudanças nas políticas ambientais do Brasil sob a presidência de Lula, após a gestão de Jair Bolsonaro, que relaxou as medidas de proteção ambiental.

Dados preliminares do governo indicaram que o desmatamento na Amazônia atingiu o nível mais baixo desde 2017, o que fortaleceu a posição de Lula em relação à política ambiental.

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De acordo com a agência Europa Press, a Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira, na cidade de Novo Progresso, estado de Pará, um dos maiores grileiros da Amazônia, que se apropriou ilegalmente de mais de 21 mil hectares de terras indígenas. O suspeito foi detido portando arma irregular e carregava pepitas de ouro bruto provenientes de mineração ilegal.

Além de se apossar das terras indígenas e protegidas, o homem é responsável, segundo a PF, pelo desmatamento de mais de 6 mil hectares em áreas florestais.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática brasileiro anunciou no início de julho que, após cinco anos consecutivos de crescimento, a área sob alerta de desmatamento na Amazônia caiu 33,6% no primeiro semestre de 2023.

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O português Público relata que a Polícia Federal do Brasil prendeu um fazendeiro em Santarém, estado do Pará, nesta quinta-feira (3), por ameaçar atirar no presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua visita à região. O homem também confessou ter participado de um ataque às sedes dos três poderes em Brasília, quando apoiadores de Jair Bolsonaro tentaram realizar um golpe de Estado.

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A prisão foi realizada após duas testemunhas denunciarem as ameaças feitas pelo suspeito, identificado como André Luiz Teixeira da Silva. Ele também afirmou que contribuiu financeiramente e esteve por 60 dias em um acampamento em frente a um quartel militar em Santarém, em um ato que pedia a intervenção do exército para evitar que Lula assumisse a presidência.

Em Belém, capital do Pará, onde Lula participará da Cúpula da Amazônia na próxima semana, a polícia realizou nesta sexta-feira (4) operação de busca e apreensão contra um segurança suspeito de publicar imagens ameaçadoras contra o presidente nas redes sociais, detalha o colombiano El Tiempo. Segundo a PF, as buscas têm o objetivo de “evitar a possibilidade de atentado contra o presidente, uma vez que o suspeito atua profissionalmente como vigilante e possui arma de fogo”.

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A ONU solicitou uma investigação independente, completa e imparcial às autoridades brasileiras sobre as 45 mortes ocorridas durante operações policiais no país, em um período de apenas uma semana, destaca a agência cubana Prensa Latina. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos expressou profundo choque com o alto número de assassinatos em ações policiais supostamente destinadas a combater o narcotráfico e o crime organizado. O órgão também destacou o aumento de mortes de afrodescendentes causadas por policiais nos últimos anos no Brasil.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou que 16 pessoas morreram na Operação Escudo da Polícia Militar em Guarujá, após o assassinato de um policial no município. As mortes teriam ocorrido em supostos confrontos com a polícia.

Segundo o francês Le Monde, o Estado da Bahia realizou uma ação simultânea contra o tráfico de drogas em três cidades, matando 19 pessoas em um único dia. Cinco dias depois, uma incursão policial contra facções criminosas no Complexo da Penha, um conjunto de favelas no Rio de Janeiro, resultou em dez corpos. As escolas da região tiveram que fechar, privando três mil alunos de aulas.

O governador de São Paulo considerou os confrontos entre criminosos e policiais como “efeito colateral” da estratégia para combater o crime organizado. Ele afirmou que eventuais excessos das forças de segurança serão investigados e punidos, caso confirmados.

As novas estatísticas de crimes geraram uma das semanas mais sangrentas em muitos anos, segundo a ONU. A entidade ressaltou que os homicídios ocorreram após casos de violência policial e denúncias de execuções extrajudiciais em circunstâncias que ainda não foram esclarecidas e cujos responsáveis não foram responsabilizados.

*Imagem em destaque: Moradores de comunidades ribeirinhas do arquipélago de Marajó se aproximam do Navio Auxiliar Pará. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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