Jovens brasileiros são vítimas de bombardeios israelenses no Líbano
Os intensos bombardeios das forças militares de Israel no território do Líbano resultaram na morte de dois jovens brasileiros. Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, natural de Foz do Iguaçu (PR), foi atingido por um foguete na última segunda-feira (23) em Kelya, onde vivia com seu pai, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos.
A segunda vítima é uma adolescente de 16 anos, nascida em Balneário Camboriú (SC), que se mudou para o Líbano com a família aos 14 meses de idade. Segundo um tio, ela e seu pai retornaram a sua antiga casa em busca de roupas e materiais escolares, após terem deixado a residência por conta dos bombardeios e, ao chegarem ao local, foram surpreendidos por um novo ataque (247, Revista Fórum, G1).
Na tarde desta quinta-feira (26), o presidente Lula republicou em seu perfil no BlueSky a declaração do Itamaraty sobre a morte de Abdallah. “O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, da morte […] do adolescente brasileiro Ali Kamal Abdallah, de 15 anos de idade, natural de Foz do Iguaçu […]. Ao solidarizar-se com a família, o Governo brasileiro reitera sua condenação, nos mais fortes termos, aos contínuos ataques aéreos israelenses contra zonas civis densamente povoadas no Líbano e renova seu apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades”, diz a nota.
Nesta quarta-feira (25), o presidente brasileiro já havia classificado os ataques israelenses no Líbano e na Faixa de Gaza como um “genocídio”. “Acho que os países que dão sustentação ao discurso do primeiro-ministro [israelense] Netanyahu precisam começar a fazer um esforço maior para que este genocídio pare”, declarou, durante uma coletiva de imprensa em Nova Iorque, onde participa da 79ª Assembleia Geral da ONU. Lula condenou com firmeza o ataque de Israel no Líbano, que já resultou na morte de pelo menos 600 pessoas, e lamentou a ineficácia da comunidade internacional e da própria ONU em conter as ações israelenses, citando a aprovação de várias propostas de cessar-fogo que, segundo ele, Netanyahu não cumpre (La Nación Chile).
Nesta quinta-feira (26), o exército israelense anunciou novos ataques aéreos contra alvos do Hezbollah no sul do Líbano, mantendo sua postura de rejeitar os apelos internacionais por uma redução na ofensiva e acordos de cessar-fogo com o Hezbollah e o Hamas em Gaza (Guardian).
Ao chegar aos EUA para discursar na Assembleia Geral da ONU, Netanyahu disse a repórteres que as forças armadas continuarão a atacar o Hezbollah com “toda a força e não vamos parar até que alcancemos todos os nossos objetivos, em primeiro lugar, devolver os residentes do norte em segurança para suas casas”. A postura frustrou as esperanças de uma solução rápida, especialmente após o primeiro-ministro libanês Najib Mikati, cujo governo inclui membros do Hezbollah, ter expressado esperança por um cessar-fogo.
EUA, França e vários outros aliados solicitaram uma trégua imediata de 21 dias na fronteira entre Israel e Líbano, além de expressarem apoio a um cessar-fogo em Gaza (Reuters).
A Human Rights Watch fez um apelo para que os aliados de Israel interrompam a assistência militar e as vendas de armas, alertando para o uso desses suprimentos em graves violações de direitos humanos. Além disso, a organização solicitou às Nações Unidas que iniciem uma investigação internacional rápida sobre as hostilidades recentes, ressaltando a importância do apoio dos Estados membros para coletar evidências e garantir responsabilização por violações do direito internacional (WAFA).
UCRÂNIA (OU EUA?) X RÚSSIA
Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta (26) um novo pacote de ajuda militar para a Ucrânia, avaliado em 375 milhões de dólares, com o objetivo de fornecer “armas e equipamentos necessários com urgência” para defender o país contra os ataques aéreos e terrestres da Rússia.
Segundo comunicado do Departamento de Estado estadunidense, a assistência incluirá munições para os sistemas de lançamento de mísseis HIMARS, projéteis de artilharia de 155 e 105 milímetros, munições de fragmentação, veículos blindados, veículos táticos leves, lanchas patrulheiras, armas leves, munições antitanque, como os sistemas Javelin e TOW, além de peças de reposição e equipamentos de transporte (Europa Press).
MUSK BAIXOU A BOLA
O conflito entre Elon Musk e a Justiça brasileira, intensificado pela tentativa de driblar o bloqueio da plataforma X, imposto por Alexandre de Moraes e ratificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), resultou em uma nova multa e agravou os problemas enfrentados pelo empresário sul-africano. A pressão dos investidores sobre o X aumentou, com especialistas apontando que a crise prejudicou a imagem da empresa, levando à fuga de anunciantes.
Um estudo da Kantar revela que 26% dos anunciantes pretendem reduzir seus investimentos na plataforma, e 14% planejam retirar completamente suas verbas ainda este ano, devido à falta de controle sobre o conteúdo.
Além disso, Musk enfrenta desafios não só por causa da migração de usuários para plataformas como Threads e Bluesky, mas também pela chegada da concorrente E-Space ao mercado brasileiro de internet via satélite (El Diario AR).
Musk também está envolvido em um embate na Austrália, onde o governo apresentou um projeto de lei que prevê multas de até 5% da receita anual das plataformas digitais que não conseguirem conter a disseminação de desinformação. A proposta daria à Autoridade Australiana de Comunicações e Mídia o poder de implementar um código setorial obrigatório ou criar normas, caso as medidas voluntárias das plataformas se mostrem insuficientes.
A reação do bilionário foi rápida, acusando o governo australiano de “fascismo”. “Elon Musk teve mais posições sobre a liberdade de expressão do que o Kama Sutra. Quando se trata de seus interesses comerciais, ele é o campeão da liberdade de expressão. E quando não gosta, fecha tudo”, afirmou o ministro de Serviços Governamentais australiano Bill Shorten.
A regulamentação do conteúdo nas redes sociais e a abordagem dos governos sobre a inteligência artificial são desafios globais da nova era. Além dos casos do Brasil e da Austrália, há iniciativas no Reino Unido para avançar em regulamentações e sanções após uma onda xenófoba provocada por uma notícia falsa, e a legislação está sendo discutida na União Europeia (La Política Online).
Nesta quinta-feira (26), o X solicitou a restauração de seus serviços no Brasil, afirmando por meio de seus advogados ter cumprido as ordens do ministro Alexandre de Moraes ao bloquear contas específicas, nomear um representante legal oficial no país e pagar as multas impostas por descumprimento de ordens judiciais (Independent).
*Imagem em destaque: Reprodução/WAFA