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Redução de juro no topo das apostas, primeira em 3 anos

Redução de juro no topo das apostas, primeira em 3 anos

Agenda Política

Carmen Munari

Nesta semana, todas as atenções estarão voltadas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que tem início na terça-feira (01/08) e anúncio da decisão sobre a taxa de juros básica da economia na quarta-feira (02/08). Argumentos não faltam para a redução dos juros básicos da economia, hoje em 13,75%, que está neste patamar desde setembro de 2022. A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou de “BB-” para “BB” a nota de crédito do Brasil, com perspectiva em estável. Ainda não é o nível de investimento (ou bom pagador), mas ficou mais próximo. Segundo a Fitch, a melhora é reflexo do “desempenho macroeconômico e fiscal acima do esperado em meio a choques sucessivos nos últimos anos, políticas proativas e reformas que apoiaram isso”. A inflação medida pelo IPCA, indicador considerado a inflação oficial do país, caiu 0,08% em junho, com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 3,16% em 12 meses e, no ano, acumula alta de 2,87%. A meta a ser seguida pelo BC é de 3,25% neste ano.

O presidente Lula, o ministro Fernando Haddad, outros integrantes da equipe econômica, partidos, sindicalistas, principalmente da CUT, que realizou manifestações de rua nas últimas semanas pressionam pelo corte dos juros. Será a primeira redução em três anos.

Pesquisa da agência Reuters, que tradicionalmente realiza este tipo de enquete, indica redução de 0,25%, de acordo com 36 dos 46 economistas entrevistados na última semana. Os outros 10 entrevistados preveem corte de 0,50%. Mas esses patamares provavelmente não terão grande impacto na economia de imediato.

A chegada dos diretores do BC indicados pelo presidente Lula, Gabriel Galípolo e Ailton Aquino, pode ajudar na tendência.

No Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, economistas ouvidos pelo Banco Central mantiveram em 12% a estimativa para a taxa básica de juros ao fim de 2023, mas reduziram, pela segunda semana seguida, as projeções para a inflação, desta vez de 4,90% para 4,84%.

Partidos x BC

A possibilidade de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, entregar ativos brasileiros ao capital estrangeiro gerou reação. Um grupo de nove partidos atualizou a petição que foi entregue no início do mês ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para que senadores apurem a conduta de Campos Neto à frente do BC. O documento foi assinado por representantes das legendas PT, PCdoB, PSOL, PV, PDT, Rede, PSD, MDB e PSB. Na esteira de um pedido feito pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado para que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue a iniciativa do presidente do BC de terceirizar a administração das reservas internacionais do país à gestora de fundos BlackRock, os partidos anexaram, na terça-feira (25/07), o objeto de investigação do tribunal ao documento que será analisado pelo Senado. As reservas internacionais estão estimadas em US$ 380 bilhões. De acordo com o documento enviado ao presidente do Senado, “no que toca ao assunto de gestão da política monetária brasileira, surge o movimento do Banco Central do Brasil, na pessoa de seu presidente, de planejar a terceirização, para a iniciativa privada, da atividade de gestão de ativos internacionais estratégicos do Banco Central do Brasil”. Informações do site do PT.

Ministério

Ao contrário das expectativas, nada foi anunciado nos últimos dias sobre o acordo do presidente Lula com os partidos do Centrão, PP e Republicanos. O encontro com o presidente da Câmara, Arthur Lira, que encabeça o grupo de legendas de direita, também não ocorreu, ao menos em público.

Segundo especulações, os dois conversaram pelo telefone na quinta-feira (27/07) e há possibilidade de Lula abrir diálogo nesta semana com líderes partidários do PP e Republicanos sobre as trocas ministeriais que devem trazer votos dos deputados para os próximos projetos do governo.  

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*Nesta segunda-feira, o presidente Lula participa à 11h de cerimônia que institui o programa Escola em Tempo Integral.

Congresso

*Os parlamentares retornam do recesso nesta terça-feira. Na retomada, a Câmara dos Deputados deve analisar as mudanças feitas pelo Senado no texto do novo regime fiscal, conhecido como arcabouço fiscal. A principal alteração pelo Senado foi a retirada dos limites do Fundo Constitucional do Distrito Federal, da complementação da União ao Fundeb, e das despesas com ciência, tecnologia e inovação. Também acatou emenda que permite que o governo use uma estimativa de inflação anual para ampliar o limite de gastos ainda na fase de elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA).

*O Congresso também inicia o segundo semestre com 23 vetos para deliberação. Desses, 22 estão impedindo as votações de outras medidas –após 30 dias do recebimento pelo Congresso e a não apreciadas dentro desse prazo. A maior parte – 14 vetos – é referente a normas aprovadas em 2023. Sete vetos são de 2022 e apenas dois de 2021, segundo a Agência Câmara.

*O Senado deve receber em agosto o projeto da reforma tributária aprovado pela Câmara em 7 de julho. Senadores já identificaram pontos no texto que podem ser alterados e a  previsão é de aprovação em outubro, com retorno à Câmara.

*Deputados e senadores de oposição contrários ao decreto do governo que altera a regulamentação para o registro, o porte e a posse de armamentos (Decreto 11.615/23), restringindo o acesso a armas de fogo, apresentaram projetos para sustar os efeitos da medida.

CPMI 8 de janeiro

Na terça-feira (01/08), a CPMI que investiga a tentativa de golpe em 8 de janeiro recebe às 9h o depoimento de Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Cunha ocupava o cargo de diretor da agência no dia 8 de janeiro, quando ocorreu a depredação de prédios públicos na Praça dos Três Poderes. Ele deixou o cargo no início de março. A Abin afirma que emitiu alertas sobre o risco de ações ilícitas contra autoridades e o patrimônio público. A comissão já ouviu inúmeros envolvidos na tentativa de golpe, mas até agora as sessões não surtiram efeito.

STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma na terça-feira (01/08) as sessões de julgamento após o recesso de julho. O segundo semestre na Corte será marcado por julgamentos decisivos, entre eles, a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal, a legalidade do juiz de garantias e do marco temporal para demarcação de terras indígenas.  Também estão previstas a posse de Cristiano Zanin, no início de agosto, e a aposentadoria da ministra Rosa Weber, em outubro, informa a Agência Brasil.

PT-Eleição SP

O PT pretende aprovar o apoio a Guilherme Boulos (PSOL) como candidato à Prefeitura de São Paulo no congresso do diretório municipal, programado para os dias 4 e 5 de agosto. Apesar da adesão, que faz parte de acordo do PT com Boulos, o deputado Jilmar Tatto, secretário nacional de comunicação do PT, defende que o partido não tome nenhuma decisão agora.

Ilustração: Manifestação da CUT pelo corte de impostos / Divulgação

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