Imagem 1

Encontro Bolsonaro-Milei em agenda da extrema-direita é destaque na mídia latina

Encontro Bolsonaro-Milei em agenda da extrema-direita é destaque na mídia latina

O ex-presidente Bolsonaro vai receber o presidente argentino Javier Milei em evento da extrema-direita no Brasil no próximo fim de semana em meio à possibilidade iminente de seu indiciamento pela Polícia Federal e dias pós Lula cobrar desculpas pelas ofensas que recebeu de Milei.

O presidente de extrema-direita da Argentina, Javier Milei, virá ao Brasil neste fim de semana e poderá se encontrar com o ex-presidente Jair Bolsonaro, disse o porta-voz de Milei, Manuel Adorni, nesta segunda-feira. Ele não se encontrará com o presidente Lula. Milei, não participará da cúpula do Mercosul, marcada o mesmo fim de semana no Paraguai. A nota da Reuters lembra que Milei atacou Lula várias vezes durante sua campanha presidencial bem-sucedida no ano passado, chamando-o de “comunista raivoso” e “corrupto” e que o presidente brasileiro pediu, mais de uma vez, que ele se desculpasse – o que ele se recusa.

No La Nación, Milei não se reunirá com o presidente Lula, mas com Jair Bolsonaro. Em uma escolha clara e contundente de suas prioridades políticas e ideológicas, o presidente Javier Milei planejou uma viagem ao Brasil neste fim de semana, em um movimento surpreendente e estratégico. Ele não irá à cúpula de presidentes do Mercosul, onde ele iria cruzar com o presidente brasileiro. Uma viagem ao Brasil sem ver o presidente daquele país teria algumas semelhanças com as duas visitas de Milei à Espanha, onde ele recebeu prêmios e se reuniu com líderes da extrema direita (Vox) e do Partido Popular (a presidente da comunidade de Madri, Isabel Díaz Ayuso), mas não se encontrou com o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez. “Seria uma provocação a Lula, e complicaria a relação durante todo o seu mandato”, comentou um especialista em relações diplomáticas ligado a Macri quando soube da notícia.

O argentino La Política Online foi direto no título “Milei viaja ao Brasil para se encontrar com Bolsonaro em meio à crise com Lula”. Milei parcipará da Conservative Action Political Conference (CPAC), que será realizada de 6 a 7 de julho em Balneário de Camboriú.  “Conversei com o presidente da Argentina Javier Milei que confirmou sua vinda ao CPAC Brasil, que ocorrerá no Expo Centro em Balneário Camboriu-SC, nos dias 6 e 7 de julho. Este é o maior encontro de conservadores da história da América Latina. Além de palestrar, ele também terá uma reunião bilateral com o Presidente Jair Bolsonaro”, escreveu Eduardo Bolsonaro no X.

“Depois de classificar Lula como ‘corrupto’, Milei planeja ir ao Brasil e se encontrar com Bolsonaro”, no título do El Diário Ar, argentino.  Acrescenta que o Mercosul “não desperta interesse” para o libertário, não apenas pela falta de aliados na região, mas também por causa das questões que o bloco tende a abordar. O Mercosul foi criticado por Milei em várias ocasiões por sua abordagem protecionista e estrutura burocrática, que, segundo ele, impede o comércio livre e eficiente entre os países membros.

Jaime Rosemberg, repórter de política sediado na Casa Rosada do jornal La Nación, faz um arrazoado da relação Lula-Milei em texto opinativo tendo por base os bolsonaristas refugiados na Argentina.  “Tensão com o Brasil: bolsonaristas em asilo no país, um novo motivo para a distância entre Lula e Milei”.

Veja Também:  Lula reafirma compromisso com responsabilidade fiscal e dólar cai

No Página 12, Milei decidiu não participar da reunião do bloco regional em Assunção e assim evitar um encontro cara a cara com seu colega brasileiro. O ótimo texto relembra todas as acusações Milei a Lula e as respostas do presidente brasileiro.

Um longo texto analítico, publicado pelo Centro Latino-Americano de Análise Estratégica (Clae), vai direto: “O alvo do ataque de Milei não é Lula, mas a integração”. O autor é Aram Aharonian , jornalista uruguaio e diretor do Clae

PANTANAL SEGUE EM CHAMAS

As enormes áreas úmidas do Pantanal brasileiro ainda não entraram tecnicamente na temporada anual de incêndios, mas o número de incêndios já bateu recordes e está levando os especialistas a prever que este ano será o mais devastador em décadas. Normalmente, as maiores áreas úmidas tropicais do mundo secam e são propensas a incêndios de julho a setembro. Mas os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais detectaram mais de 2.500 incêndios na região somente em junho – de longe, o maior número já registrado para o mês em dados que remontam a 1998. É mais de seis vezes a quantidade registrada no mesmo mês de 2020, conhecido como “o ano das chamas”, quando os incêndios florestais devastaram a área e provocaram protestos generalizados. “Estamos enfrentando uma das piores situações já vistas no Pantanal”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a jornalistas na segunda-feira, acrescentando que toda a bacia do rio Paraguai está passando por grave escassez de água. (Independent, sábado)

Os incêndios no Pantanal, a maior área úmida do mundo, bateram um recorde histórico no Brasil para o mês de junho, com 2.639 incêndios, de acordo com dados divulgados pelo governo do país, informa o El Mercurio.

O BC E O AJUSTE FISCAL

Renato Gomes, diretor do sistema financeiro do Banco Central do Brasil disse nesta segunda-feira que, se a política fiscal for sempre expansionista, ela exercerá muita pressão sobre a taxa de câmbio flutuante ou a política monetária, tornando a desinflação mais cara. Falando no 30º aniversário do Plano Real, Gomes afirmou que o Brasil ainda carece de uma consolidação confiável de suas contas públicas. “Estou absolutamente certo de que o Copom está totalmente comprometido com o cumprimento da meta de inflação. Entretanto, quando a política fiscal não ajuda, o custo da desinflação se torna muito alto. E então a economia real sofre”, declarou. Gomes fez parte da diretoria de nove membros que decidiu por unanimidade interromper o ciclo de flexibilização monetária em junho. Após uma redução de 325 pontos-base, a taxa de juros de referência foi mantida em 10,5%. (Reuters)

Na imagem, ilustração com o rosto do presidente argentino Javier Milei / Reprodução

Tagged: , , , ,