Lula: Brasil vai crescer mais que a previsão do FMI

Lula: Brasil vai crescer mais que a previsão do FMI

Presidente diz que crescimento será distributivo, melhorando a vida das pessoas de acordo com o desenvolvimento do país; E mais: PM isenta tropas por 8/1; grandes bancos financiam destruição da Amazônia e do clima; desdolarização em curso na AL; Aras muda postura em busca de novo mandato.

Não é sorte, é democracia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que o Brasil terá um crescimento econômico sólido e confiável, contrariando todas as projeções feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), informa a agência cubana Prensa Latina. Em seu programa semanal “Conversa com o Presidente”, Lula expressou otimismo ao destacar que, quando a economia está em pleno funcionamento, os empregos começam a surgir, os salários aumentam e a inflação começa a cair. Ele assegurou que o país surpreenderá a todos, e que o FMI errará em suas projeções sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

“Eu estava em Hiroshima, e nós fomos a um jantar oferecido pelo primeiro-ministro japonês, e lá eu encontrei com a diretora-geral do FMI. Eu falei para ela: você vai se surpreender com o Brasil, é bom vocês não ficarem citando números do Brasil porque vocês vão se surpreender. O Brasil vai crescer mais do que a previsão do FMI”, disse.

Em maio, o FMI havia reduzido a projeção de crescimento deste ano para 0,9 por cento. No entanto, em 25 de julho, a instituição projetou um aumento de 2,1 por cento para a economia nacional em 2023 e de 1,2 por cento para o próximo ano.

Lula enfatizou que o crescimento será distributivo, buscando melhorar a vida das pessoas em consonância com o crescimento do país, e destacou que esse crescimento não é um milagre, mas sim fruto de determinação.

De forma irônica, o presidente destacou que alguns setores atribuem os avanços na economia ao fator sorte, mas ressaltou que “quem tem sorte é o povo brasileiro de ter escolhido certo a democracia para governar esse país”.

PM isenta tropas por 8/1

O mexicano La Jornada retrata a investigação da Polícia Militar brasileira que concluiu que as forças militares não foram responsáveis pelo assalto golpista à Praça dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2022, indicando indícios de responsabilidade da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, sugerindo que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não planejou adequadamente, o que poderia ter evitado a invasão e os danos ao Palácio do Planalto.

A pesquisa não menciona nomes, mas destaca a Secretaria de Segurança, liderada na época pelo general Carlos Feitosa Rodrigues, cargo herdado da gestão de Bolsonaro. Lula manteve Feitosa, mas solicitou sua demissão após imagens questionarem sua atuação durante o assalto. A investigação também aponta que o Gabinete de Segurança Institucional tinha a competência para acionar a tropa de choque e buscar informações essenciais para planejar ações preventivas, mas não o fez.

Bancos impactam Amazônia e clima

Importantes bancos dos Estados Unidos, Europa e Brasil estão sendo apontados em uma pesquisa conduzida pela Coordenadoria de Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica) e pela organização ambientalista Stand.earth por financiar negócios de petróleo e gás que têm causado a destruição do clima e da biodiversidade na Amazônia. De acordo com o espanhol Rebelión, entre os anos de 2009 e 2023, foram investidos um total de US$ 20 bilhões nesses projetos, sendo que US$ 11 bilhões foram fornecidos por oito grandes bancos e os outros US$ 9 bilhões por outras 152 entidades.

Os bancos líderes dessa lista são o JP Morgan Chase e o Citibank dos Estados Unidos, com US$ 1,913 bilhão e US$ 1,850 bilhão, respectivamente. O banco brasileiro Itaú também se destaca com US$ 1,743 bilhão, enquanto o banco britânico HSBC contribuiu com US$ 1,300 bilhão. Outros bancos importantes que fazem parte dessa pesquisa incluem o Santander da Espanha, com US$ 1,271 bilhão, o Bank of America dos EUA, com US$ 1,188 bilhão, o Bradesco do Brasil, com US$ 1,015 bilhão, e o Goldman Sachs, também dos Estados Unidos, com US$ 742 milhões.

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A exploração de hidrocarbonetos financiada por esses bancos tem levado ao aumento das emissões de carbono na atmosfera, resultando em graves consequências climáticas. Além disso, tem impactado negativamente os povos indígenas da região, levando à contaminação de alimentos e água por metais pesados. A pesquisa também aponta a falta de transparência nos dados financeiros e a necessidade de políticas mais rigorosas de risco social e ambiental para evitar que o financiamento continue fluindo para combustíveis fósseis.

Yuan em ascensão na AL

A Bolívia está diminuindo sua dependência do dólar americano e buscando o yuan, sinalizando a expansão da moeda chinesa na América do Sul. O país realizou transações no valor de 278 milhões de yuan (US$ 39 milhões) de maio a julho, cerca de 10% de seu comércio exterior no período, segundo o ministro da economia boliviano. Exportadores de banana, zinco e madeira estão utilizando o yuan, assim como importadores de veículos e bens de capital. As informações são do estadunidense Business Insider.

A Bolívia segue a tendência de Argentina e Brasil, as duas maiores economias da região, que também têm se aproximado do yuan e se afastado do dólar. Em abril, a Argentina anunciou que comprará a maior parte de suas importações chinesas em yuan, preservando seus dólares. Empresas argentinas estão cada vez mais recorrendo ao yuan, devido à escassez de dólares. Em fevereiro, o Brasil concordou em usar o yuan em transações com a China. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu uma moeda alternativa ao dólar, criticando seu papel central no comércio global.

Presença ancestral indígena em SP

No Brazilian Report, a informação de que um estudo publicado na Nature Ecology & Evolution concluiu que Luzio, o esqueleto humano mais antigo do Sudeste do Brasil, é descendente de indígenas que habitam o país hoje. O fóssil de Luzio, datado de 10.400 anos atrás, foi encontrado no Vale do Ribeira em São Paulo.

Havia debates sobre sua origem ancestral, pois exibia uma “morfologia paleoamericana” não vista nos indígenas atuais. No entanto, a análise genética mostrou que ele pertence a uma mesma migração que deu origem a grupos indígenas como Tupi, Quechua e Cherokee. Outra pesquisa recente indicou presença humana no Brasil Central há 25.000 anos.

Aras busca novo mandato

Também no Brazilian Report, a mudança de postura de Augusto Aras em relação à conduta do ex-presidente durante a pandemia. A reportagem informa que o Ministério Público Federal solicitou ao Serviço de Inteligência Brasileiro (Abin) informações sobre os alertas apresentados ao Jair Bolsonaro em relação à pandemia de Covid-19. Mais de 1.000 avisos foram produzidos pela agência de inteligência, incluindo projeções do impacto do coronavírus no Brasil, destacando a importância do isolamento social e apontando os riscos de atrasar medidas eficazes no combate à pandemia. O governo Bolsonaro ocultou esses avisos.

O Procurador-Geral Augusto Aras está avaliando se esses relatórios justificam a abertura de novas investigações sobre a gestão de Bolsonaro durante a pandemia.

O Brasil registrou mais de 700.000 mortes por Covid-19, e pesquisadores estimam que mais de 100.000 vidas poderiam ter sido poupadas se o governo tivesse seguido o consenso científico. Entretanto, a administração Bolsonaro atrasou a compra de vacinas, espalhou desinformação sobre a Covid-19 e tentou ocultar dados públicos relacionados à pandemia.

Essa mudança de postura por parte de Aras ocorre após críticas por não fiscalizar as políticas (ou a falta delas) do ex-presidente. Uma investigação do Senado pediu o indiciamento de Bolsonaro por nove crimes, incluindo crimes contra a humanidade, mas o Ministério Público Federal arquivou a maioria das investigações. Com o término do mandato de Aras em setembro, ele agora busca agradar ao novo governo. Observadores políticos veem suas movimentações em direção a uma possível investigação contra Bolsonaro como uma tentativa de garantir um novo mandato de dois anos.

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