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Lula na OIT: “A mão invisível do mercado só agrava as desigualdades”

Lula na OIT: “A mão invisível do mercado só agrava as desigualdades”

Lula na OIT, incêndios no Pantanal, bolsonaristas na Argentina e muito mais… Confira as principais notícias sobre o Brasil na imprensa internacional nesta quinta-feira (13/06).

POR TATIANA CARLOTTI

O presidente Lula está em Genebra, onde participou nesta quinta-feira (13) da 112ª. Conferência Internacional do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho (OIT). “Vou como representante dos trabalhadores”, disse antes de embarcar para a Suíça.

Ao lado do Diretor-Geral da entidade, Gilbert Houngbo, Lula fez uma contundente defesa da justiça social, apontando que “recuperar o papel do Estado como planejador do desenvolvimento é uma tarefa urgente”, afinal, “a mão invisível do mercado só agrava desigualdades”.

“O crescimento da produtividade não tem sido acompanhado pelo aumento dos salários, gerando insatisfação e muita polarização. Não se pode discutir economia e finanças sem discutir emprego e renda. Precisamos de uma nova globalização, uma globalização de face humana”, complementou.

A cubana Prensa Latina destacou as principais falas do presidente brasileiro. “A democracia e a participação social são essenciais para a conquista dos direitos trabalhistas”, disse Lula, ao lembrar que mais da metade da população vai às urnas neste ano.

Críticas aos super-ricos

Ele também não poupou críticas aos super-ricos que, sim, “precisam pagar as contas”. “Nunca antes o mundo teve tantos bilionários. Estamos falando de 3 mil pessoas que detêm quase US$ 15 trilhões em patrimônio. Isso representa a soma dos PIBs do Japão, da Alemanha, da Índia e do Reino Unido”, afirmou.

Da OIT, Lula cobrou o trabalho conjunto com a ONU e os países em prol da criação de um projeto de Inteligência Artificia “que seja do Sul Global, para que possamos competir com os países mais ricos que, ao criar a IA, tentam manipular o restante da humanidade”.

Ele também foi categórico contra a guerra na Ucrânia e o “massacre” na Faixa de Gaza. Confira aqui a íntegra do discurso.

Enquanto isso…

A Sputnik traz uma reportagem contando que às vésperas da cúpula na Suíça sobre a Ucrânia, o governo de Berna insistiu para que o Brasil aumentasse sua representatividade na cúpula da Suíça sobre a Ucrânia, que acontece entre os dias 15 e 16 de junho. O presidente brasileiro não participará do evento sem a presença da Rússia.  

Frente a insistência, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, reafirmou que a participação da Rússia é essencial para que a cúpula seja relevante. A embaixadora do Brasil na Suíça, Cláudia Fonseca Buzzi, representará o país. Amorim também reiterou que a postura brasileira visa favorecer a paz, não a Rússia”.

Próximo destino

O presidente Lula seguirá para a Itália, na região de Apúlia, onde discursará amanhã (14) na Cúpula do G7. O evento começou nesta quinta-feira e vai até sábado, com as presenças dos chefes de Estado e de governo da Alemanha, França, Itália, Reino Unidos, EUA, Canadá, Japão, Ucrânia e Argentina e também do Papa Francisco, destaca a argentina Página 12 e o português Expresso.

Refugiados no Brasil

Reportagem publicada no The Brazilian Report traz os dados de um relatório do Comitê Nacional para Refugiados (Conare) apresentado no Ministério da Justiça nesta quinta-feira (13). Em 2023, a entidade concedeu o status de refugiado para 77.193 pessoas, um aumento de 117% em relação a 2022, elevando o total de refugiados no país para 143.033 pessoas. A maioria dos deslocamentos provém da Venezuela (29.467 pessoas), de Cuba (11.000) e de Angola (3.900).

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Bolsonaro

A argentina Página 12 traz extensa reportagem sobre a anulação de uma das condenações de Bolsonaro, ocorrida no último dia 11. A decisão foi do magistrado Raul Araújo do TSE, que revogou a sentença que o punia pelo uso indevido das comemorações do 7 de setembro de 2022. Bolsonaro permanece inelegível até 2030 devido a outras condenações por abuso de poder, e continua alvo de várias investigações pela tentativa de golpe, falsificação de certificados de vacinação contra a COVID-19 e apropriação indevida de joias e presentes luxuosos.

O site Nodal também reporta o caso, destacando que na última segunda-feira, a polícia brasileira identificou uma nova joia roubada seguida de uma tentativa de venda irregular nos EUA.

Fugitivos na Argentina

A Reuters destaca o pedido de informações do governo brasileiro à Argentina sobre os fugitivos brasileiros que se encontram no país, após serem condenados ou investigados pela intentona golpista de 8 de Janeiro. A solicitação é realizada como uma precursora para possíveis pedidos de extradição, aponta a reportagem. Acredita-se que entre 50 e 100 pessoas tenham fugido para a Argentina após a posse de Javier Milei.

Na quarta-feira (12), Bolsonaro e o senador Hamilton Mourão haviam pedido ao presidente argentino que desse asilo político para 60 fugitivos da Justiça brasileira.

Seca no Pantanal

As imagens dos animais carbonizados pelos incêndios florestais no Pantanal continuam circulando na imprensa internacional. Na reportagem do português Público, são mostradas as dificuldades da população local frente à falta das chuvas. Segundo dados do INPE, as queimadas aumentaram quase dez vezes e a situação deve se agravar no mês de julho, atingindo seu pico em agosto e setembro. O tema também foi destaque na Reuters que traz imagens dos incêndios.

Negros e mulheres no Judiciário

A argentina Página 12 traz reportagem sobre o relatório “Justiça em Números 2024”, produzido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O estudo inédito mostra que apenas 1,8% do Poder Judiciário brasileiro é composto por pessoas negras. Ao todo, existem 18.265 magistrados no Poder Judiciário, dos quais aproximadamente 2.260 são pardos e 328 são negros.

O levantamento também destaca a disparidade de gênero no Poder Judiciário. As mulheres compõem 36,8% do total de magistrados, enquanto os homens representam 59,8%.


Foto de capa: Lula ao lado do Diretor-Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Gilbert Houngbo. Créditos: Ricardo Stuckert / PR

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