Na Etiópia, Lula é convidado especial em encontro de Chefes de Estado e de Governo da União Africana

Na Etiópia, Lula é convidado especial em encontro de Chefes de Estado e de Governo da União Africana

LULA NA ETIÓPIA

O presidente Lula se reuniu com o primeiro-ministro da Etiópia Abiy Ahmed Ali nesta sexta-feira (16) para discutir questões bilaterais e multilaterais. O encontro reflete a profundidade das relações entre os dois países, disse Ahmed Ali, que ainda expressou otimismo em relação à colaboração fortalecida entre Brasil e Etiópia, especialmente com a adesão de Adis Abeba ao Brics. Além do país africano, aderiram ao bloco, em 1º de janeiro deste ano, Argentina, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Lula visitou o Museu Comemorativo da Vitória de Adwa, na capital, em companhia do ministro das Finanças Ahmed Shide e da prefeita da cidade, Adanech Abiebie. Ele chegou ao país na noite de desta quinta-feira (15), depois de uma passagem pelo Egito, onde se encontrou com o presidente Abdel Fatah al Sisi, no Cairo.

A agenda do presidente brasileiro na Etiópia também inclui a sua participação como convidado especial da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, nos dias 17 e 18 (sábado e domingo). Com o tema “Educação para o Século XXI: Construir Sistemas Educacionais Resilientes”, o evento tratará da promoção de um acesso à aprendizagem inclusivo, de qualidade e relevante em toda a África (Prensa Latina).

Em seu perfil no X, antigo Twitter, Lula escreveu: “Fui recebido pelo primeiro-ministro da Etiópia, e conversamos sobre a relação entre nossos países e o aumento do comércio entre nós. Falamos também sobre o potencial de evolução dessas relações com o ingresso da Etiópia nos Brics e do G20 que acontece este ano no Brasil, e a importância de repensar a governança global”.

BOLSONARO E O GOLPE

Jair Bolsonaro realizou uma transferência de 800 mil reais para os Estados Unidos, no final de dezembro de 2022, antes de viajar para a Flórida. Segundo a Polícia Federal (PF), a intenção por trás da transação era garantir sua permanência no exterior, aguardando a resolução de uma tentativa de golpe contra o presidente Lula.

“Evidencia-se que o então presidente Jair Bolsonaro, ao final do mandato, transferiu para os Estados Unidos todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, com a finalidade de assegurar sua permanência do exterior, possivelmente, aguardando o desfecho da tentativa de golpe de Estado que estava em andamento”, aponta documento da PF publicado pela revista Veja (Ámbito).

A Polícia Federal suspeita que esse montante em dinheiro possa incluir desvios de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras, referindo-se às joias presenteadas pela Arábia Saudita ao governo brasileiro, das quais Bolsonaro e sua família tentaram se apropriar indevidamente (La Jornada).

Ainda de acordo com o documento, “diante da não consumação do golpe, diversos investigados passaram a sair do país sob as mais variadas justificativas (férias ou descanso)”, “retirando praticamente todos seus recursos aplicados em instituições financeiras nacionais, transferindo-os para os EUA, para se resguardarem de eventual persecução penal instaurada para apurar os ilícitos”.

O ex-presidente admitiu ter enviado dinheiro aos EUA, mas afirma que o fez por temer a política econômica de seu sucessor. “A imprensa vem noticiando que, segundo a Polícia Federal, eu enviei em dezembro de 2022 para os Estados Unidos R$ 800 mil à espera de um golpe. Primeiro, enviei, sim, da minha poupança do Banco do Brasil para o BB América, ou seja, o dinheiro continuou num banco brasileiro. Banco do Brasil. [Quero] dizer à nossa querida Polícia Federal que o último país do mundo onde um golpista, ditador enviaria recurso, seria os Estados Unidos, porque é um país democrata, que respeita tratados. E esses recursos seriam imediatamente bloqueados”, disse Bolsonaro, em um vídeo divulgado nesta quinta-feira (15).

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Ele acrescentou que enviar dinheiro para o exterior não é crime, alegando que apenas no ano de 2023 os brasileiros “enviaram para fora do país US$ 2,1 bilhões”. E, em alusão ao presidente Lula e seu governo, concluiu: “E por que eles fizeram isso? Porque, assim como eu, eles tinham dúvidas sobre a política e a economia do atual mandatário de esquerda” (Clarín).

BOLSONARO JR. E UM (OUTRO) GOLPE

Aumentando ainda mais a pressão legal sobre a família do ex-presidente inelegível, seu filho mais novo, Jair Renan Bolsonaro, e um amigo – o seu instrutor de tiro Maciel Alves – foram formalmente acusados pelos crimes de falsidade ideológica, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro relacionados a um pedido de empréstimo bancário. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) se recusou a fornecer mais detalhes sobre a investigação, alegando que ela permanece em sigilo até que os promotores locais analisem o caso e decidam se devem prosseguir com um processo penal na Justiça.

A imprensa brasileira noticiou, no ano passado, que Jair Renan e um amigo estavam sob investigação por supostamente inflar a receita de uma de suas empresas para obter um empréstimo bancário. O filho 04 de Bolsonaro negou qualquer ilegalidade desde que a polícia confiscou parte de seus documentos e dispositivos eletrônicos, em agosto de 2023 (AP News).

BLINKEN NO BRASIL

O Secretário de Estado dos EUA Antony Blinken chega ao Brasil na próxima terça-feira (20) para se reunir com o presidente Lula e participar de uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G20. Ele também visitará Buenos Aires, onde se encontrará com o presidente argentino Javier Milei.

A visita tem o propósito de fortalecer a colaboração entre os países e deliberar sobre assuntos de interesse comum. Em Brasília, Lula e Blinken tratarão de temas como a parceria EUA-Brasil em prol dos direitos trabalhistas, de condições climáticas e transição para energia limpa, e, de acordo com o Secretário Assistente de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, é esperada uma conversa “robusta” sobre questões de paz e segurança globais entre os líderes. Lula teceu duras críticas ao massacre promovido por Israel, aliado dos EUA, na Faixa de Gaza, nesta semana, em visita ao Egito.

No Rio de Janeiro, Blinken pretende “engajar líderes mundiais em nossas iniciativas [estadunidenses] partilhadas para aumentar a paz e a estabilidade (sic)” e abordar esforços globais de apoio ao Haiti, que tem enfrentado a escalada de uma crise humanitária e picos de violência, informa o Departamento de Estado dos EUA.

Embora o ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov tenha confirmado sua presença na reunião do G20, não há encontro agendado entre ele e Blinken, devido às tensões sobre a guerra na Ucrânia (Reuters).

*Imagem em destaque: Abiy Ahmed Ali, primeiro-ministro da Etiópia, recebe o presidente Lula em Adis Abeba, capital do país africano. Foto: Ricardo Stuckert

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